Aprovação

Jesus Cancelado  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Acredito que nossa geração é a que mais teve acesso a fama. Antes a fama dependia unica e exclusivamente da midia impressa ou televisiva dar notoriedade a alguém, hoje com um smartphone na mão, basta uma postagem, uma foto ou um video seu viralizar em uma mídia social que você do dia para noite pode se tornar uma celebridade. Essa dinâmca mudou até mesmo a motivação das pessoas em participarem de um reality show, por exemplo. No passado, pessoas se aventuravam em programas dessa natureza em busca do prêmio, hoje, o objetivo principal é ganhar seguidores. A permanência em um programa desse tipo por um período longo, e uma trajetória que agrade o público pode render milhares ou até milhões de seguidores que naturalmente vão render recursos superiores ao prêmio do próprio programa.
A nossa sociedade está também tão adoecida que elege para celebridade uma pessoa pelo motivo mais baixo que se pode imaginar (caso do mendigo). Essa mesma exposição que traz fama (as vezes momentânea), é a que cancela e assassina a reputação de alguém, as vezes sem direito a defesa. É sobre isso que eu gostaria de falar hoje,sobre fama, ou aprovação.
João 12.20–33 NAA
20 Ora, entre os que foram para adorar durante a festa, havia alguns gregos. 21 Estes se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e lhe pediram: — Senhor, queremos ver Jesus. 22 Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. 23 Então Jesus se dirigiu a eles, dizendo: — É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. 24 Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. 25 Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo irá preservá-la para a vida eterna. 26 Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. 27 — Agora a minha alma está angustiada, e o que direi? “Pai, salva-me desta hora”? Não, pois foi precisamente com este propósito que eu vim para esta hora. 28 Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu: — Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. 29 A multidão que ali estava e que ouviu aquela voz dizia ter havido um trovão. Outros diziam: — Foi um anjo que lhe falou. 30 Então Jesus explicou: — Não foi por minha causa que veio esta voz, e sim por causa de vocês. 31 Chegou o momento de este mundo ser julgado, e agora o seu príncipe será expulso. 32 E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim. 33 Ele dizia isto, significando com que tipo de morte estava para morrer.
Se Jesus vivesse hoje, certamente seria vitima da cultura do cancelamento (não confunda isso com o cancelmento pelo mau testemunho). Vemos neste texto um momento em que Jesus teve uma grande oportunidade de fama. Qual era a cena? Jesus acabar ade chegar em Jerusalém em uma entrada triunfal, montado em uma jumenta, e aclamado pela população que abanava ramos de palmeiras enquanto gritavam "hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel". Jesus não se ilude com o aplauso da multidão, afinal de contas Ele sabia que estava chgando a hora da Sua cruscificação. Esse era um momento intermediário, após os aplausos e antes da cruscificação. Jesus estava no auge da sua popularidade e às vésperas da sua morte, mas a sua popularidade era tão grande que até os gregos queriam ouvir Jesus. Sim, os gregos que não tinham nada a ver com tudo que estava acontecendo. O momento é cercado de dramaticidade. Os discípulos têm plena consciência da trama armada pelas autoridades judaicas para matarem Jesus. Esse desejo dos gregos de verem Jesus poderia soar como um escape. Ah, se eles apenas pudessem escapar desse círculo de desconfiança, rejeição e ódio, que os rodeava de modo sufocante!
O momento era propício para Jesus, Ele sabia que a rejeição batia a Sua porta, mas ao mesmo tempo poderia se beneficiar daquele momento. Você já viveu esse contraste de estar as vésperas de ocorrer algo ruim e receber uma boa oportunidade? Como nos dias de hoje a lógica é essa, momentos de notoriedade são excelentes momentos para se beneficiar dele. Lançar um canal no YouTube, abrir uma caxinha de perguntas no Instagram, ou até mesmo um curso on-line. Mas Jesus não estava preocupado com a sua popularidade aparentemente favorável, Ele sabia quem era e para que Ele veio. Em vez de Jesus conceder uma entrevista aos gregos, ele aproveitou para dar um profundo esclarecimento acerca de sua glorificação, pelo sacrifício de sua morte e pela exaltação de sua ressurreição. Quando Jesus diz que chegou a hora de ser glorificado, Ele estava dizendo que havia chegado a hora de morrer!Destacamos a seguir aqui alguns pontos.
Em primeiro lugar, a hora de Jesus ser glorificado chegou (12.23). Jesus responde aos gregos: Chegou a hora de ser glorificado o Filho do homem. Essa hora da qual Jesus falou várias vezes havia enfim chegado. A agenda feita na eternidade estava se tornando reslidade. O ponto culminante de seu ministério chegou. Estritamente falando, não atende ao pedido direto dos gentios, mas à situação que o pedido deles representa. No exato momento em que as autoridades judaicas estão se voltando mais violentamente contra ele, alguns gentios começam a clamar por sua atenção. Mas Jesus não desviou o foco do Seu propósito. Ele sabia qual era o seu verdadeiro palco.
Em segundo lugar, a cruz é o palco da glorificação (12.24–26). Jesus faz uma ligação entre glorificação e crucificação, que é fundamental para a apresentação que Jesus faz do drama da Páscoa (eles estavam às vésperas dessa festa). A morte e a ressurreição de Jesus não são divididas em derrota no Calvário e subsequente vitória na ressurreição. Em vez disso, juntas, morte e ressurreição representam um único e inseparável evento em que Jesus traz glória ao nome de Deus. Deus é glorificado na morte e na ressureição de Jesus. Por isso, Jesus ilustra sua morte com uma linguagem agrícola. O grão só pode viver e multiplicar-se caso primeiro seja lançado na terra para morrer. Ao morrer, renasce para uma nova vida e para uma extraordinária multiplicação. Se o grão não morrer, fica só e não pode se multiplicar nem alimentar multidões. Amar a vida a ponto de preservá-la é perdê-la, mas perdê-la é preservá-la para a vida eterna. Aqueles que entregam sua vida ao serviço de Deus, como Jesus a entregaria em breve na cruz, serão honrados pelo Pai.
A glorificação não é apenas um resultado da cruz. A cruz é a própria essência da glorificação. A cruz, com todo o seu horror, é o palco mais fulgurante da manifestação da glória de Deus. É a manifestação plena de sua justiça e de seu amor, de seu horror ao pecado e seu amor infinito aos pecadores. Jesus disse: E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim. A palavra “todos” aí refere-se aos gregos e quantos, de todas as nações, eles representam. O sentido é que não só judeus serão atraídos a Jesus, mas gentios também; todos, isto é, sem distinção, e não no sentido de sem exceção. A cruz ainda hoje é o que de fato atrai os pecadores até Deus. Não são os ensinamentos de Cristo, nem o exemplo de sua vida, dissociados de sua morte; é sua cruz que atrai multidões, desafiando cada um, como seguidor devotado do Senhor, a tomar a cruz e segui-lo.
Em terceiro lugar, o clamor profundo de Jesus (12.28). À sombra da cruz, o desejo mais intenso de Jesus não é escapar do sofrimento, mas glorificar o Pai e fazer sua vontade. E por isso ele clama: Pai, glorifica o teu nome! […]. A resposta é imediata. Do céu vem uma voz: […] Já o glorifiquei, e o glorificarei mais uma vez. O Pai já havia sido glorificado pela vida, pelo ensino e pelas obras de Jesus, mas ainda seria glorificado pela sua morte e ressurreição. O anelo do Filho é glorificar o Pai, e o anelo do Pai é ser glorificado no Filho. Estou de pleno acordo com as palavras de D. A. Carson quando ele diz que a glorificação do nome do Pai, pela qual ele pede, depende da voluntária obediência de Jesus até a morte. O servo que não faz a própria vontade, mas realiza a vontade daquele que o enviou – mesmo até a morte de cruz –, esse é o que glorifica a Deus.
Mas como isso se aplica a nós e o nosso desejo por aprovação?
Somos tentados a a negociarmos princípios porque queremos aprovação. Somos carentes da aprovação do mundo, e ficamos correndo atrás de amores desse mundo para nos sentirmos aceitos e até mesmo populares. Isso se aplica a nossa vida particular, assim como a própria igreja de cristo quando se torna pragmática em busca de popularidade. Mas quando olhamos para Jesus, vemos exatamente o oposto, Jesus sabia quem Ele era e para que Ele veio, porque Ele ouviu do céu quando foi batizado: "Esté o meu filho amado de quem me agrado". O que a morte e ressureiçao de Jesus proporcionou a nós? Fomos adotados por Deus e nos tornamos flihos Dele, portanto a conciência de que somos filhos de Deus é também de que somos eternamente amados por Ele.
Enquanto o mundo quer que sejamos quem eles esperam para sermos aceitos e amados ,Deus nos amou apesar de quem nós somos. Quando Deus nos vê, Ele vê quem realmente somos e não o que tentamos parecer ser nas redes sociais. E quando estamos em Cristo ele passa a ver Cristo em nós, não que Ele ignore as nossas falhas, mas porque a nossa perfeição foi imputada em Cristo na sua morte, a perfeição e beleza de Cristo foi atribuída a nós quando o recebemos.
Entender que somos etrenamente amados por Deus significa que não precisamos ficar conquistar esse amor, Ele já nos ama apesar de quem somos. Mas também entender que exatamente por nos amar Ele não permite que continuemos sendo quem nós eramos. Jesus já tinha o amor do Pai, e por ser amado pelo Pai, Ele obedeceu. A nossa obediência é resposta ao amor de Deus. Se você sabe que é amado por Deus e o seu paradigma é Cristo, você não vai se conformar em ser como era, não vai buscar a aprovação do mundo, mas viver de uma forma coerente com quem eternamente te ama, mesmo que isso implique no cancelamento do mundo.
Equanto o mundo quer te aprovar muitas vezes te forçando a ser quem você não é, Deus te aprovou apesar de quem você é. Mas não confunda isso com um conformismo para continuar sendo quem você era, entenda sua verdadeira identidade em Cristo.Por que o amor de Deus por nós está nele mesmo, por isso quando estamos em Cristo, quando Deus nos olha, espiritualmente ele vê a Cristo. E isso só deve aumentar o nosso desejo de se parecer com Cristo. Quem é Cristo? Ele se apresenta como aquele que é manso e humilde.
Mateus 11.28–30 NAA
28 — Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. 29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

Conclusão

Em Deus é o único lugar realmente seguros para sermos quem realmente somos. Enquanto o mundo diz que precisamos ser quem nós não somos para sermos amados, Deus diz que se vivermos dessa forma, se vivermos para nós mesmos perderemos o que achamos que amamos, perderemos a nós mesmos. A idéia de odiar a vida não é se odiar, mas rejeitar aquilo que o mundo diz que devemos vazer, uma vida focada no eu, como se o amor próprio fosse algo a ser cultivado e não resultado natural da nossa natureza caída. Neste episódio de Jesus para nós: Eu nõ preciso da aprovação dos gregos, eu sei quem eu sou, da mesma forma vocês não precisam da aprovação deste mundo quando sabem quem são em mim.
Cuidado para não andar em trevas buscando luz aonde não tem luz. Jesus já sabia que tinha sido aprovado por Deus, e nós precisamos viver como Jesus.
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