ACERCA DA UNIDADE DO CORPO DE CRISTO. 1 Coríntios 13

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As relações na igreja de Jesus precisam ser pautadas pelo amor de Deus que excede os dons espirituais, alicerçando as convicções para o enfrentamento das adversidades de nosso tempo.

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Grande ideia: As relações na igreja de Jesus precisam ser pautadas pelo amor de Deus que excede os dons espirituais, alicerçando as convicções para o enfrentamento das adversidades de nosso tempo.
Estrutura: Buscar com dedicação os melhores dons, na trilha do amor (vv. 1-3); definir o amor cristão usando ricos e exaustivos adjetivos (vv. 4-6); aceitar que o amor cristão encontra sua força nas adversidades da vida (v. 7) e creia que os dons espirituais são transitórios, somente o amor permanece (vv. 8-13).

O caminho mais excelente de Paulo era que os coríntios demonstrassem amor em seus relacionamentos, porque apenas quando usados em amor os dons iriam contribuir para a maturidade espiritual (12.31b – 13.13). Com o uso de merisma e hipérbole, Paulo argumenta que mesmo as realizações mais impressionantes, religiosas ou não, são inúteis sem uma motivação de amor altruísta (ἀγάπη [agapē], 13.1–3). A descrição das características do amor não é ocasional ou separada do contexto da carta; como a tabela abaixo indica, cada uma dessas características se relaciona a um ou mais problemas mencionados na carta (13.4–7).

Hernandes Dias Lopes: O capítulo 13 de I Coríntios é profundamente apologético. Paulo escreve esse texto para corrigir os problemas que a igreja estava vivenciando. (
Moffatt tinha razão ao dizer: “O poema lírico, assim, transformou-se em um bisturi”. Paulo estava penetrando na ferida aberta do pecado da igreja de Corinto com esta linda descrição da única coisa, o amor, que poderia resolver todos os problemas dos crentes.
De acordo com Hodge, os coríntios eram impacientes, descontentes, invejosos, presunçosos, indecorosos, indiferentes aos sentimentos e interesses de outros, desconfiados, rancorosos e críticos.
1. Busque com dedicação os melhores dons, e isso na trilha do amor! (vv. 1-3)
(a) “Tenham zelo pelos dons mais importantes”, tradução literal do grego.
(b) A igreja precisa mais do amor de Jesus, não como um dom, mas como elemento “regulador dos dons espirituais”.
http://pentecostalismo.wordpress.com/category/dons-espirituais/
O Fruto do Espírito é a maneira de se exercer os dons. Cada fruto vem acondicionado no amor, e qualquer dom, mesmo na sua mais plena manifestação, nada é sem o amor”. Os dons sem o amor são vazios e subjetivos. Por esse motivo os cristãos devem se submeter ao controle do Espírito Santo par que o Fruto do Espírito possa amadurecer em nossas vidas.
(c) O amor é o caminho para o exercício de uma vida mais profunda em relação ao Espírito Santo de Deus.
Diferente de nós ocidentais pós-modernos para quem o amor é percebido como um sentimento, uma emoção, um frio na barriga ou de alguns indivíduos ainda fortemente marcados pela austeridade moderna para quem o amor é uma decisão moral e um compromisso, para o apóstolo Paulo e mais amplamente para a tradição bíblica (Pv 30:18-19), o amor é um caminho.
Provérbios 30:18-19
18 - Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço:
19 - O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem.
(d) O texto de I Coríntios não é o “salmo do amor”, mas o manual da prática dos dons da igreja!
O texto de hoje entra em conflito com esses conceitos culturais de “amor”. O amor cristão é totalmente contracultura! É um amor altruísta, não egoísta. Um amor que procura dar, não receber. Um amor que sacrifica, não explora. Um amor que revela a vida de Cristo em nós, uma vida que não procura ser servido, mas servir!
(e) A aplicação desse texto deve ser antes de tudo corporativa, para depois ser individualizada.
Dr. Sherwood Wirt escreveu assim: “Descobri que não vem ao caso falar de igrejas fortes ou igrejas fracas, grandes ou pequenas, mornas ou frias. Estas classificações não são realísticas e estão fora da questão. A única distinção que podemos fazer é esta: igrejas que amam ou igrejas que não amam.”
(f) O amor é o único caminho!
David Prior:
O caminho do amor, portanto, não é uma opção alternativa para se obter os dons espirituais. Os dons espirituais são absolutamente essenciais à igreja, mas o caminho sobremodo excelente para descobri-los é o amor.
(g) Sem amor, o dom de línguas tem o mesmo peso de um culto pagão.
Josiah Gregory:
As pessoas de pouca piedade são sempre barulhentas; aquele que não tem o amor de Deus e do homem, a encher o seu coração, é como um vagão vazio, que desce violentamente por uma colina; faz muito barulho porque nada tem dentro”.
(h) Ministrar realidades espirituais pela profecia e o conhecimento, sem amor é o mesmo que promover a ignorância total dessas categorias.
David Prior:
Deus não pode usar, para sua glória, um cristão sem amor, mesmo que ele tenha o dom de profetizar, mesmo que seja capaz de entender e explicar os mistérios profundos referentes a Deus, ao homem e a Satanás, mesmo que seja muito versado no campo da verdade e da experiência; mesmo que tenha a fé mais incisiva e ousada, como a do próprio Jesus: a fé que remove montanhas.
(i) É tristemente possível ser generoso e até mesmo mártir, muito mais por um desejo de auto engrandecimento do que por amor a Deus.
Hernandes Dias Lopes:
Paulo, já no primeiro século da era cristã, alertava para o fato de que ainda que a pessoa seja capaz de dar todos os seus bens e entregar o próprio corpo para ser queimado, se isso não for inspirado por uma motivação certa, por uma teologia certa, pelo amor, nada disso adiantaria. Sem amor, todo o sacrifício se perde e nada se ganha.
(j) A lição mais importante na escola da fé é o amor mútuo. O amor enriquece tudo o que toca. (Warren Wiersbe)
David Merck:
Creio que haverá muitas surpresas no dia de premiação dos cristãos no céu. Quando nossas obras são passadas pela fornalha, creio que muito que temos feito “para o Senhor” será queimado como tanta palha. Isso porque, muitas vezes, exercemos nossos dons, fazemos nosso serviço, não pela força de Cristo, não para a glória de Jesus, não para ajudar o irmão, mas para ser visto pelos homens, para ter o reconhecimento de pessoas, para ser aplaudido etc.
(k) Sem amor, não tem liga, “não cola”.
João Calvino:
Deus não aprova nada que esteja destituído de amor, não importa quão magnificentes sejam os conceitos humanos. Pois, sem o amor, a mais bela de todas as virtudes não passa de mera aparência, um ruído vazio de significação, não mais digna que a moinha; em suma, não passa de algo grosseiro e ofensivo.
2. Defina o amor cristão utilizando ricos e exaustivos adjetivos! (vv. 4-6)
(a) O amor é sofredor (makpothumei).
William Barclay:
El amor es paciente. La palabra griega que se usa en el Nuevo Testamento (makrothymein) siempre describe la paciencia con las personas, y no con las circunstâncias. Crisóstomo decía que es la palabra que se usa de la persona que es ofendida, y que puede vengarse fácilmente, pero no lo hace. Describe a la persona que es lenta para la ira, y en este sentido se usa de Dios mismo en Su relación con los seres humanos.
(b) O amor é benigno (kresteuetai).
William Barclay:
El amor es amable. Orígenes decía que esto quiere decir que el amor es «dulce con todos.» Jerónimo hablaba de lo que él llamaba «la benignidad» del amor. Hay mucho cristianismo que es bueno pero inamable.
(c) O amor não é invejoso (ou zeloi).
C. T. Craig:
A inveja é um dos pecados mais mortais. Nada pode amargurar tanto o espírito humano e envenenar as relações pessoais do que a atitude da inveja ou do ciúme... essa foi a causa direta do primeiro crime na história da raça humana.
(d) O amor não se vangloria (ou perpereuetai).
Hernandes Dias Lopes:
O amor não se ufana. No texto significa “cheio de vento”. Tem gente que parece um balão, cheio de vaidades.
(e) O amor não se ensoberbece (ou fusioutai).
Kretzmann:
O amor não faz um desfile de si mesmo, cuidadosamente evita a ostentação, a jactância e o engrandecimento de suas vantagens reais ou supostas. A ostentação de superioridade, em especial duma suposta superioridade, é bem o contrário do amor.
(f) O amor não se porta inconvenientemente (ou asquemonei).
A palavra grega para “inconvenientemente” é “aschemon”. Uma tradução literal poderia ser “o amor não se comporta sem um esquema”.
(g) O amor não busca os seus próprios interesses (ou zetai ta eautes).
Werner de Boor:
Ele não é “amor absorvente”, que se incendeia nas qualidades amáveis do outro, mas “amor jorrante”, que abraça o outro também com todas as suas dificuldades e incompatibilidades.
João Calvino:
Porquanto o apóstolo não pretende dizer que deixemos de preocupar-nos conosco e de cuidar de nossos próprios negócios; senão que condena a excessiva preocupação e ansiedade pelos mesmos, o que nasce do amor excessivamente cego por nós mesmos.
(h) O amor não se irrita (ou paroxiuvetai).
William Barclay:
El amor no se inflama de ira. El sentido verdadero de esta frase es que el amor cristiano no se pone furioso nunca con la gente. La irritación es siempre una señal de derrota. Cuando perdemos los estribos, lo perdemos todo.
(i) O amor não suspeita mal (ou logizetai to kakon).
William Barclay:
El amor no almacena recuerdos de ofensas recibidas. La palabra que traducimos por almacenar (loguízesthai) es un término de contabilidad. Se usa para archivar algo para que no se olvide. Eso es precisamente lo que hacen muchos. Una de las grandes artes de la vida es aprender a olvidar lo que es mejor olvidar.
(j) O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade (ou kairei epi te adikia, suggairei de te aletheia)
Werner de Boor:
Não consegue ver sem profunda consternação a miséria e os descaminhos dos humanos.
Kretzmann:
Em geral, o amor não se regozija diante do erro, nunca se gratifica diante do mal que sucede ao próximo, nem diante do fato que este persiste em seus maus caminhos. Ao contrário, o amor se regozija com a verdade, com aqueles que estão no lado do que é certo e da verdade; quando a verdade de Deus avança sobre os poderes das trevas e liberta as pessoas de todas as injustiças e erros, então é isto motivo de grande alegria para todos os verdadeiros cristãos.
3. Aceite que o amor cristão demonstra sua força no contexto das adversidades! (v. 7)
(a) O amor tudo sofre (panta stegei).
A ênfase está em “tudo”. Não interessa quão grave foi o insulto da parte daqueles que o amor envolveu, o amor irá continuar com força inabalável. (Kretzmann)
Eva von Tiele-Winclkler (Madre Eva) considerou Hudson Taylor um cristão verdadeiramente consagrado, porque ela experimentou, em semanas de convivência com ele, que ele jamais dizia uma palavra favorável sobre si mesmo e nunca uma palavra desfavorável sobre outra pessoa, nem mesmo quando teria muitíssimas ocasiões para ambas as atitudes. Ele era capaz de “guardar para si”, “cobrir com o silêncio”.
(b) O amor tudo crê (panta pisteuei).
Hernandes Dias Lopes:
A igreja regida pelo amor, porém, crê naquilo que recebeu da parte de Deus. Ela recebe da parte de Deus a verdade e não abre mão da verdade. Ainda que essa verdade sofra ataques de todos os lados. A igreja regida pelo amor está sempre disposta a levar em conta as circunstâncias e ver nos outros o melhor.
(c) O amor tudo espera (panta elpizei).
John Stott:
O orgulho estende ambiciosamente os braços para os céus; desconhece limites. O amor se inclina para o coração e nenhuma tarefa humilde é por demais vil para receber o serviço. O apóstolo desejava que aquela gente ponderasse com frequência acerca do espetáculo dado por aquele que, na noite em que foi traído, cingiu-se com uma toalha e lavou os pés de seus discípulos.
(d) O amor tudo suporta (panta upomenei)
Simon Kistermaker:
O verbo “suportar” indica perseverança e tenacidade em todas as circunstâncias. Significa suportar em tempos de dor, sofrimento, privação, ódio, perda e solidão.
O verbo “upomenein”, conforme esclarece Hodge, é realmente uma palavra de origem militar. Por isso é que é usado no NT, a fim de expressar a ideia de resistir aos assédios do sofrimento ou das perseguições, no sentido de tolerá-los, de suportar tudo pacientemente.
Hebreus 10:32-36
32 - Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.
33 - Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.
34 - Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.
35 - Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.
36 - Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.
(e) Na superação das dificuldades de relacionamentos a igreja cresce!
Kretzmann:
Aqui vemos o poder interno do amor: sua cabeça erguida, seus olhos vivos e brilhantes, sua mão constante e veraz, seu coração forte com o poder do alto.” É assim que Paulo descreve o amor fraterno, que é ao mesmo tempo o modelo daquele amor que devemos a todas as pessoas, mesmo aos nossos inimigos.
Champlim:
Ao falar sobre a natureza interminável do amor, o apóstolo Paulo dá a entender aos crentes de Corinto como o orgulho deles, como a exaltação de "heróis", como a sua sabedoria terrena, como as suas facções terminariam enfim, e como, na realidade, eram coisas que conduziam à autodestruição.
4. Creia que os dons espirituais são transitórios, somente o amor permanece! (vv. 8-13)
(a) As profecias, as línguas e a ciência iriam cumpririam seus propósitos ainda neste tempo.
Werner de Boor:
“O amor jamais acaba”. Ele é a substância da eternidade. Se quiseres obter a eternidade em vida, então ama.
João Calvino:
Visto que cultura, conhecimento das línguas e dons similares servem às necessidades existenciais da presente vida, não me parece que estarão em vigor quando esse tempo chegar.
(b) Profecias “aniquiladas”, ciência “desaparecerá”, as coisas em parte serão “aniquiladas”, “acabei com as coisas de menino”.
Simon Kistermarker:
O verbo grego katargein que Paulo usa quatro vezes nos versos 8,10 e 11 é um que traduzimos por “pôr de lado”, ou “passar, cessar”. Relaciona-se ao adjetivo argos, ocioso, inativo, improdutivo. O verbo significa que algo é posto de lado ou tornou-se ineficaz. As profecias e o conhecimento são ultrapassados pelo cumprimento e por isso são colocados de lado, assim como um adulto descarta coisas que pertenceram a seu tempo de criança.
(c) O conhecimento intelectual é muito limitado, pois logo o homem encontra em si mesmo o seu próprio limite.
Hernandes Dias Lopes:
Alex Carrel, grande sociólogo, em seu livro, “O homem, esse desconhecido”, destaca o fato de que nós não nos conhecemos. O homem tem muito conhecimento. Ele é capaz de ir à luz, viajar pelo espaço sideral. O homem conhece muitos mistérios da ciência e consegue penetrar nos mistérios do macrocosmo e do microcosmo. O homem é um gigante. Todavia, ao mesmo tempo, ele é um ilustre desconhecido de si mesmo. Porém, quando chegar o fim e estivermos na eternidade, vamos conhecer plenamente, vamos ver Jesus face a face.
(d) Nós não nos conhecemos, mas Deus nos conhece plenamente.
Leon Morris:
“Sou conhecido” está no tempo aoristo, que indica a mesma direção. O conhecimento que Deus tem de Paulo não é uma coisa que vai crescendo e que se vai tornando mais e mais perfeita. Deus o conhece de ponta a ponta, e o conhecimento que Deus tem do Seu servo é completo.
(e) Jesus é “o perfeito” que esperamos vir para poder nos esclarecer todas as coisas a respeito de nós mesmos.
Moody:
A vinda daquilo que é perfeito só pode ser uma referência à segunda vinda do Senhor. Esse acontecimento marcará o fim do exercício da profecia, das línguas e da ciência.
(f) A maturidade espiritual precisa ser acompanhada pelo crescimento em amor nas mais diversas relações dentro da igreja.
Mattew Henry:
Quantos pontos de vista estreitos, quantas noções indistintas das coisas, têm as crianças, em comparação com os adultos! E quão naturalmente os homens, quando a razão se lhes amadurece, desprezam e dispensam os seus pensamentos infantis, pondo-os de lado, rejeitando-os, considerando-os como nada! Assim é que pensaremos sobre nossos dons mais valiosos e aquisições neste mundo, quando chegarmos ao céu.
(g) E maturidade tem a ver com vivência nas mais diversas etapas do crescimento cristão.
Comentário Africano:
Faz parte do processo da vida o cumprimento de estágios: infância, pré-adolescência, adolescência, juventude, maioridade, terceira idade... esse é o desenvolvimento biológico. O que o autor do texto tem em mente é que assim como ocorre no desenvolvimento natural, há também cumprimento de estágios no desenvolvimento espiritual.
Nosso estado imaturo é caracterizado pela falta de amor e por julgamentos imperfeitos, mas, uma vez que alcancemos a maturidade, nossas pressuposições equivocadas e conclusões incorretas serão descartadas.
(h) Amar é um desafio constante na nossa vida.
A vida nos oferece milhares de oportunidades para aprender a amar. Todo homem e toda mulher, em todos os dias de suas vidas, têm sempre uma boa oportunidade de entregar-se Amor. A vida não é um longo feriado, mas um constante aprendizado. (Henry Drummond- A coisa mais importante do mundo).
(i) Amar é você aceitar para si o desafio de estar em posição de vulnerabilidade.
C. S. Lewis:
Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa, e o seu coração com certeza será arrancado e possivelmente quebrado. Se você quiser garantir que ele fique intato, não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente com passatempos e pequenos luxos; evite todo e qualquer envolvimento. Guarde-o em segurança no cofre ou na caixa de seu egoísmo. Mas nesse cofre- seguro, sombrio, imóvel, sem ar- ele mudará. Não será quebrado; irá tornar-se inquebrável, impenetrável, impossível de ser remido. A alternativa para a tragédia, ou pelo menos para o risco de tragédia, é a condenação. O único lugar fora do céu onde você pode manter-se perfeitamente seguro de todos os perigos e perturbações do amor é o inferno.
(j) O amor tem como espera maior chegar o momento da “visão beatífica”, o estarmos face a face com o Senhor Jesus, o protótipo por excelência.
http://www.davilago.com/texto/5-a-visao-beatifica
A visão beatífica é o mais poderoso incentivo da caminhada cristã. Não existe tristeza nesta terra que não possa ser curada pela contemplação da face de Deus no céu. A maioria das coisas que nos esperam no céu está envolta em mistério, mas de uma coisa podemos estar certos: veremos Deus face a face.
Em seu sermão Visão beatífica, Charles Spurgeon afirmou: “Um dia vamos ver a Deus como ele é. Vamos sentir espanto, sem horror; temor, sem medo; amor, sem tristeza, sem suspense. Essa é a posição gloriosa do cristão”. Naquele dia, não haverá mais erros, não haverá sofrimentos, não haverá mais choro, não haverá mais dor. Todas essas coisas desaparecerão para sempre. Nós veremos a Cristo como ele é, em todo o seu esplendor, beleza e glória. “Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão. Eles verão a sua face”. (Ap 22.3-4).
(k) Paulo termina falando das graças do Espírito:
Kelly descreve a fé, a esperança e o amor como “princípios morais centrais característicos do cristianismo”. Essas graças do Espírito são superiores aos dons do Espírito e também são mais duradouros.
(l) O amor é superior à fé e a esperança, pois ele será a linguagem do céu”.
William Barclay fala sobre a superioridade do amor: “A fé e a esperança são grandes, mas o amor é ainda maior. A fé sem o amor é fria, e a esperança sem ele é horrenda. O amor é o fogo que incendeia a fé e a luz que torna a esperança segura.”
Ilustr.. A assembleia na carpintaria
Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia barulho demais e, além disso, passava todo o tempo golpeando.
O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, uma rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando as ferramentas ficaram novamente a sós, a assembleia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: "Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos fortes. Assim, proponho um trato, não vamos mais ressaltar nossos pontos fracos e vamos passar a valorizar nossos pontos fortes".
A assembleia aprovou a proposta, todos tinham entendido que se o martelo era barulhento, também era forte, se o parafuso dava voltas também unia e dava força, se a lixa era áspera era também especial para limar e afinar asperezas e se o metro sempre media os outros era também preciso e exato. E que todas estas habilidades eram necessárias para o trabalho em conjunto.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
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