A Herança da Fé

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ICT: A fé da pobre viúva devedora foi o meio de graça para a liberdade de seus filhos. Tese: A fé dos pais é o meio de graça para que seus filhos encontrem a liberdade em Cristo. PB: Evangelístico PE: Motivar pais, mães e responsáveis para que perseverem testemunhando pelo exercício de sua fé em Cristo aos seus filhos a fim de que estes pela herança desta fé, sejam alcançados pela Graça de Jesus. Título: A herança da fé Divisão: 1. Condenados, clamamos por salvação (v. 1); 2. A salvação requer fé e obediência (v. 2-4); 3. Nossos filhos devem participar da nossa fé (v. 5-6); 4. Nosso filhos são abençoados por meio de nossa fé (v. 7).

Notes
Transcript

INTRODUÇÃO

Muitas circunstâncias em nossas vidas são consequências de nossos atos, das nossas escolhas e do nosso modo de viver. E por muitas vezes nos encontramos enrascados e sofrendo porque não encontramos mais saídas.
Porém há também muitas outras circunstâncias da vida as quais não temos controle sobre elas e igualmente sofremos porque não vislumbramos uma saída para evitar ou cessar o sofrimento.
E as cheias do fim de maio, do mês passado, é um exemplo em que muitas famílias se viram em total desespero. Famílias que por muitos anos construíram e mobiliaram suas casas, viram tudo se destruir do dia para noite. Além daqueles que tiveram a vida tragada pela lama e terra que se desmoronaram em cima destes.
E agora? O que fazer? Como recomeçar? É possível esse recomeço?
Mas o impossível que se apresenta e traz consigo o desespero, também é aquele que desperta a fé que conduz ao clamor por socorro.

Condenados, clamamos por salvação (v. 1);

Assim foi semelhante à esta viúva apresentada nesta passagem, porque, como era na maioria das sociedades do século 9 a.C., dentre o povo judeu, uma mulher que perdeu o marido e não voltou a casar, ou seja, estar viúva, frequentemente era um estado perigoso, porque a segurança econômica baseava-se geralmente na renda e no trabalho do marido [David Witthoff, org., The Lexham Cultural Ontology Glossary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2014).].
E o fator agravante desta viúva era que, além de possivelmente ter sofrido abalo emocional pela perda do seu marido, ela ficou sem o provedor e ainda com uma dívida que estava sendo cobrada por um credor que ameaçou levar os dois filhos da viúva como escravos.
Fazia parte da lei tomar pessoas como escravas para pagamento de dívida e no ano do jubileu elas teriam esta dívida considerada liquidada e estariam livres (Lv 25.39-41).
E assim podemos nos encontrar. Sem oportunidades, tendo que se submeter a certas condições que não desejamos. Portas que se fecham, pessoas que se vão, escassez ou a falta total de recursos e algumas vezes endividados, nos sentindo sozinhos, precisamos nos virar para sobreviver.
Mas a situação adversa não paralisou a viúva. E não tendo como pagar a sua dívida, e à iminência de ver seus dois filhos levados como escravos, ela clamou por ajuda.
Mas ela não clamou ajuda a qualquer um. Ela foi até ao conhecido como Homem de Deus. Eliseu era assim chamado: Homem de Deus. Ele foi discípulo do proeminente profeta Elias, aquele que não conheceu a morte e foi levado aos céus num redemoinho (2Rs 2.11) e também apareceu no Monte da Transfiguração como representante dos profetas do Antigo Testamento para prestar honras a Jesus (Mt 17.1-3).
Eliseu, além de discípulo de Elias, foi o seu sucessor e recebeu deste grande profeta como herança a porção dobrada de seu espírito. Portanto, a viúva recorreu aquele que era considerado como representante do Senhor Deus, isto é, ela recorreu a Deus ao procurar o profeta Eliseu.
Nós sempre lutamos contra as adversidades, até o momento em que não temos mais esperança em nós mesmos, e só nos resta clamar por ajuda. Quando Espírito Santo nos revela do pecado e do juízo (Jo 16.8-11) só resta-nos uma sensata atitude: clamar a Deus por misericórdia.
Semelhante a viúva, quando reconhecemos nosso estado de devedores sem condições de saldar nosso débito ao Senhor, a Ele mesmo devemos recorrer e assim conheceremos tão grandiosa providência salvadora na obra de Jesus Cristo.

A salvação requer fé e obediência (v. 2-4);

O socorro vem para aquele que clama e ama ao Senhor (Sl 18.6, 22.24, 28.2, 30.2). A viúva clamou e o Senhor por meio de Eliseu providenciou solução. Mas antes questionou o que aquela mulher teria em casa e ela simplesmente disse que nada tinha.
Não basta que sejamos convencidos do pecado, da justiça e do juízo. O socorro do Senhor requer de nós uma confissão. Assim como a viúva confessou não ter nada, a não ser um jarro de azeite, também nós somos estimulados pelo Senhor a confessar os nossos pecados, a reconhecermos que não podemos fazer nada e que o que apenas temos é o próprio Deus como Senhor.
Teólogo e comentarista bíblico Champlin, comentando esta passagem, aponta para uma tipologia: o azeite representando o Espírito Santo. É ele quem atua no convencimento do pecado, da justiça e do juízo.

A ordem é lógica. O homem precisa ver sua condição de pecador, obter uma comprovação da justiça oferecida pelo Salvador e ser lembrado de que, caso se recuse a receber o Salvador, enfrentará a inevitável condenação.

Podemos extrair uma verdade teológica a respeito de nosso processo de salvação em Cristo. O Espírito Santo se faz presente em nossas vidas, trazendo luz à nossa condição pecaminosa. Nossa confissão ocorre quando reconhecemos nossa incapacidade, mas o próprio Deus também revela que nos deu a salvação.
A viúva quando questionada sobre o que o profeta deveria fazer, ela não disse nada e foi então questionada o que teria em casa. Talvez ela pensasse que não havia nada que possuía que pudesse pagar a dívida, mas ela lembrou-se de um jarro de azeite.
O jarro de azeite certamente não pagaria a dívida dela, mas podemos pensar que ela creu que Deus poderia fazer algo e sua resposta foi um lampejo de fé nesse Deus que por meio de Eliseu já tinha operado um grande milagre, enchendo um vale de água para que aquele povo e todo seu gado e animais pudessem daquela água beber.
Meus irmão, somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Sem crer no filho de Deus, estamos perdidos (Jo 3.16)!
E a viúva recebeu instruções. Que pedisse emprestada muitas vasilhas vazias a seus vizinhos, que se trancasse em casa com seus filhos e assim iniciasse o enchimento de todas as vasilhas vazias emprestadas.
Meus irmãos, ela creu e obedeceu e um milagre aconteceu. A mesma fé que nos salva, é também a que produz em nós agora um espírito de obediência e passamos a a andar agora conforme o senhorio de Jesus. O salvador é também senhor!
Nosso processo de santificação requer obediência de nós para agirmos conforme a vontade de Deus. É a fé que nos auxilia, pois sem esta fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6), caso contrário seríamos meros cumpridores de tarefas. Devemos agir obedientemente, mas sobretudo com fé.

Nossos filhos devem participar da nossa fé (v. 5-6);

Foi a fé daquela viúva em ação que conduziu seus filhos a participarem também daquele momento sublime em que o milagre ocorreu.
Ela seguiu à risca a orientação de Deus dada pelo profeta Eliseu e entrou em casa com seus filhos e fechou a porta. Esse ato de fechar as portas dentro de casa com seus filhos aponta para uma lição espiritual. Será que temos testemunhado verdadeiramente nossa fé com os nossos filhos em plena comunhão e intimidade? Ou estamos preocupados em mostrar nas redes sociais o quão somos espirituais, virtuosos e abençoados? Nossos filhos, sejam de sangue e/ou da fé já são íntimos nossos, mas também necessitam de comunhão e participação em nossa caminhada de fé.

Nosso filhos são abençoados por meio de nossa fé (v. 7).

E assim eles não serão meros observadores, mas participantes ativos e testemunhas do poder de Deus. Portanto estaremos conduzindo-os ao Senhor, no caminho que deve andar para que ainda que velho não se desvie dele (Pv 22.6).
O milagre ocorreu e a viúva retornou ao profeta e ele anunciou que aquela família já possuía não apenas o suficiente para liquidar a dívida, mas também o bastante para viver do que ainda sobraria, no entanto seria necessário empreender para vender o azeite e também se manterem.
A salvação, meu irmãos, minhas irmãs, é pela Graça e gratuita. Ação exclusiva do Senhor. Não vem de nós. Não é obra nossa. E ninguém pode se gloriar desta salvação, a não ser dar a devida glória a Deus.
Porém, assim como a viúva foi finalmente instruída a vender o azeite, aprendemos que após o sacrifício vicário de Jesus, ele requer de nós o emprego e aperfeiçoamento desta salvação (Fp 2.12). Agora temos o privilégio de termos sidos adotados e assim nos tornado filhos de Deus (Rm 8.16), em comunhão com Espírito Santo vivendo em novidade de vida.
Os filhos da viúva foram salvos do pagamento da dívida e não foram levados como escravos pelo credor. Sua mãe, motivada pelo amor, com fé no Deus do impossível, clamou, confessou sua derrota diante das circunstâncias, creu e obedeceu, e foi miraculosamente atendida na sua tribulação. Seus filhos não só testemunharam como participaram desse ato de fé, intimidade e comunhão e a família foi agraciada.
Que aprendamos com esta viúva a reconhecermos nossa impagável dívida ser saldada por quem não devia, confessarmos nossos pecados, sermos perdoados e convidados a viver nova vida e assim abençoarmos nossos filhos com a melhor herança que podemos deixar para eles: a herança da fé em Cristo Jesus.
Amém!
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