IGREJA É ESSENCIAL: COMO AMAR MEMBROS QUE SÃO DIFERENTES? Parte 2 (pp. 125-130)

"Vamos imaginar que Deus lhe dê uma visão do céu, e que ela dure cerca de 90 minutos. Você não vê unicórnios, nem descobre quem atirou em John Kennedy, mas vê Jesus — e ele está emocionado em vê-lo. Jesus, então, o leva para um passeio pela casa de seu Pai e pelos muitos aposentos que ele prometeu preparar para seus irmãos e irmãs. Logo em seguida, você passa por certa ala da casa do Pai. Ela é barulhenta, com o som de muitas palmas e altos cânticos. Enormes portas, com 6 metros de altura, se abrem e você entre outros santos redimidos pelo sangue do Cordeiro se cumprimentam conforme vão se vendo. Então você pergunta a Jesus: “O que está tendo aqui?”. E Jesus lhe responde: “Minha família carismática está tendo uma pequena reunião”. “Ah”, você diz ao olhar para eles. “Eles parecem bem animados”. E Jesus concorda balançando a cabeça. Então, o Senhor o conduz até outra ala. Essa é silenciosa feito uma biblioteca. Você ouve algumas risadinhas, mas são discretas. Há entoação de cânticos, mas, novamente, ninguém acusa ninguém de quebrar nenhuma regra de silêncio. E aquelas portas? Também há delas aqui, e elas se abrem. Você saúda e cumprimenta irmãos e irmãs em Cristo. Anglicanos, metodistas, e até mesmo alguns batistas estão juntos nesta ala. Só há mais doze minutos restantes em sua visão, e Jesus o leva rapidamente para mais uma ala. E quanto àquelas imensas portas? Fechadas. Jesus chega a andar nas pontas dos pés ao longo do corredor, então, é claro, você começa a imitá-lo. Jesus gesticula com um sinal universal — com o dedo indicador sobre os lábios — para ambos fazerem silêncio à medida que passam. Mas você não consegue se segurar: “Jesus, por que essas imensas portas estão fechadas, e por que estamos fazendo tanto silêncio? Quem está lá?”. Então o Senhor explica: “Bem, os calvinistas estão lá, e eles acham que são os únicos aqui. E eu não quero ser o estraga prazeres”. (from "Calvinismo Humilde" by J. A. Medders)

"Há quase quarenta mandamentos explícitos de mutualidade encontrados no Novo Testamento, e sua maioria tem a ver com aqueles que pertencem, em particular, à mesma ekklesia. Uma lista de alguns desses mandamentos especificados com “uns aos outros” conteria amar, aceitar, servir, perdoar, honrar e confessar. Eles proporcionam unidade, cuidado, encorajamento e crescimento cristão do grupo por meio dos dons e do fruto do Espírito (cf. Gl 5.10). A mutualidade testifica a beleza do evangelho ao mundo e cria o ambiente espiritual que ilustra as metáforas da igreja, como, por exemplo, uma família amorosa e um corpo saudável e funcional (cf. Ef 4.15, 16; 1Tm 5.1, 2). g. Submissão" (from "Igreja regenerada: uma eclesiologia bíblica, histórica e contemporânea" by David Allen Bledsoe, Vinicius Musselman Pimentel)

7. COMO AMAR MEMBROS QUE SÃO DIFERENTES?

7.3. COMO SER NOTADO PELO MUNDO.

7.3.1. Nossas igrejas às vezes assumem essa postura, seja valorizando a uniformidade, seja a diversidade, porque isso é o que entendemos por comunidade. Não sabemos como INCLUIR diferentes classes econômicas porque elas não são encontradas em nossos bairros. Não sabemos como PRIORIZAR nossa unidade compartilhada em Cristo porque estamos acostumados a observar nossas diferenças físicas.

7.3.2. Quando uma igreja segue esses padrões do mundo, ela não é notada pelo mundo. Por quê?

Porque os membros não precisam da igreja para esse tipo de comunidade. Você pode participar de uma marcha de protesto ou de um partido político se quiser compartilhar ZELO IDEOLÓGICO.

Você pode entrar para uma equipe esportiva ou uma comunidade de jogos se precisar de AMIGOS PARA PASSAR O TEMPO.

Você pode se juntar aos velhos amigos na padaria da esquina se quiser reclamar do TEMPO E DE SUAS DORES E SOFRIMENTOS.

A igreja que é notada pelo mundo reúne pessoas que NORMALMENTE NÃO SE JUNTAM – os cobradores de impostos e zelotes, pecadores e fariseus. Foi isso que tornou a igreja primitiva tão estranha que alguns disseram que ela estava virando o mundo de cabeça para baixo. Atos 17:6

7.3.3. No mundo antigo, a religião estava ligada a outras identidades, em especial às políticas das pessoas e às etnias ou às tribos. Quando iam à guerra, eles lutavam contra povos com diferentes deuses locais e diferentes governantes.

7.3.4. Os romanos conquistaram grupos menores como esses em todo o mundo conhecido. Os judeus eram estranhos para eles por insistirem em um Deus em vez de muitos. Apesar disso, os romanos só interromperam a adoração a esse Deus em seu templo quando os judeus se revoltaram contra a autoridade política de Roma.

7.3.5. Os cristãos eram diferentes. Eles adoravam esse mesmo Deus; contudo também adoravam um homem, JESUS, que afirmava ser Deus. Estranhamente, os cristãos também insistiam que ele não era um mestre local ou revolucionário político, mas o Senhor do universo.

7.3.6. E, embora Jesus tivesse se submetido às autoridades locais, ele também afirmou que elas não tinham autoridade, senão a que ELE LHES CONCEDERA. Ninguém jamais tinha visto ou ouvido algo parecido.

7.3.7. Portanto, o Cristianismo era excepcionalmente atraente às pessoas que normalmente não se associavam – escravos e livres, pobres e ricos, judeus e gentios.

7.3.8. Essa diversidade unificada também tornou o cristianismo uma ameaça única aos poderes políticos de Roma, que, com razão, viram sua autoridade SUBVERTIDA pelos valores de um reino superior.

7.3.9. Esse tipo de comunidade, essa comunhão de diferentes unidos somente por Cristo, é o que precisamos REDESCOBRIR NA IGREJA. E é o tipo de comunidade que é notada pelo mundo. É o tipo de comunidade que ameaça o STATUS QUO do mundo. Essa comunidade é construída sobre o AMOR MÚTUO E A CRENÇA EM JESUS CRISTO. Efésios 4:1-6

7.3.10. Nenhuma pandemia, eleição ou vídeo viral pode ameaçar esse tipo de unidade. Quando a controvérsia chega, essa comunidade da igreja se aproxima mais ainda em AMOR, EMPATIA E CONFIANÇA. Seus membros estão se esforçando por PRESERVAR A UNIDADE DO ESPÍRITO NO VÍNCULO DA PAZ.

7.4. RESISTINDO ÀS DIVISÕES.

7.4.1. Ao mesmo tempo, essa comunidade pode resistir as divisões do mundo porque seus membros VALORIZAM E RESPEITAM suas diferenças. O apóstolo Paulo trabalhou para corrigir a igreja em Corinto porque esta tinha dificuldade para encontrar unidade em meio à diferença. I Coríntios 13:7

7.4.2. As divisões da Igreja também inspiraram seu ensino mais claro sobre o corpo de Cristo. Ele usou essa metáfora para explicar como a igreja precisa que todos os seus membros TRABALHEM JUNTOS. I Coríntios 12:24-26

7.5. UMA IGREJA MAIS DURADOURA.

7.5.1. O corpo de Cristo é uma comunhão de DIFERENTES. Não somos iguais e precisamos uns dos outros. Não fomos dotados da mesma maneira, e foi assim que Deus planejou para o nosso bem. Confessamos a mesma crença em Jesus Cristo, mas desfrutamos de uma DIVERSIDADE DE EXPERIÊNCIAS.

7.5.2. Essa é a visão de Deus para a Igreja que devemos REDESCOBRIR. Esse modelo não oferece a maneira mais rápida de construir a maior igreja. Mas é a maneira mais DURADOURA de construir uma igreja saudável.

7.5.3. Se desejar construir uma grande igreja rapidamente, você se concentrará na personalidade e no ensino únicos do pastor, em vez de vários dons que Deus deu a cada membro do corpo. Você também selecionará música que agrada à sua idade, classe e etnia preferida.

7.5.4. O exemplo dos discípulos de Jesus e das primeiras igrejas lideradas por Paulo sugere algo que precisamos redescobrir hoje. A política e a pandemia estressaram muitas congregações ALÉM DO PONTO DE RUPTURA.

7.5.5. Pode parecer mais fácil procurar uma igreja onde todos PENSAM, VOTAM E PECAM da mesma maneira que você. Apesar disso, é melhor para o seu crescimento espiritual acomodar-se em uma COMUNHÃO DE DIFERENTES.

CONCLUSÃO:

Honrar pessoas cujas habilidades são diferentes das suas.

Esperar todas as coisas em amor

Manter a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.

Respeitar o zelote ou o cobrador de impostos sentado ao seu lado.

Você que encontrar uma igreja que CHAME a atenção deste mundo? Encontre uma igreja que SE PAREÇA COM O MUNDO VINDOURO.