O Evangelho e o povo de Deus (Rm 9-11)

A graça em Romanos  •  Sermon  •  Submitted
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INTRODUÇÃO - O PROPÓSITO DE ROMANOS

O evangelho é uma boa notícia, para todos aqueles que se achegam a Jesus, pois todos pecaram e estão separados de Deus, mas o Evangelho nos faz ter paz com Deus (Rm 1-5). GRAÇA
Deus está transformando e mudando a nossa história, quando estamos em Cristo (Rm 6-8). SANTIFICAÇÃO
Rm 1.16-17 “16 Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.
Todos somos profundamente impactos quando as palavras de Romanos 1-8 nos desafiam a perceber o que Deus fez em nossa vida. Porém, quando viramos a página da nossa bíblia em direção a Romanos 9 em diante, somos tentados a fazer um salto logo para Romanos 12, que é a prática da nossa fé. Esses 3 capítulos são um profundo desafio para nós, pois sequer fazem parte com a nossa vida. Alguns comentaristas dizem que esses 3 versículos são um dos mais complexos de serem compreendidos no livro de Romanos e de todo o Novo Testamento.
Por que o capítulo 9-11 é importante para o propósito de Romanos?
Doulgas Moo, um dos principais comentaristas do Novo Testamento apresenta uma ótima proposta para resolver esse desafio:
“The best evidence we have suggests that the church in Rome was founded by Jews and was dominated by Jews for its first two decades. But that situation would have suddenly and dramatically changed in AD 49. In that year the Roman emperor Claudius expelled all Jews from Rome (see Acts 18:2). A Roman historian tells us he did so because the Jews were fighting over “Chrestos”5—almost certainly a corruption of the name Christos, “Christ.”
At one fell swoop, therefore, all the Jews in the Roman Christian community were forced to leave the city. All that was left were gentiles, who naturally took over positions of leadership in the community. By the time Paul wrote Romans, probably in AD 57, the Roman authorities had tacitly allowed Jews back into the city.
But the Jewish Christians returned to a church that, in their absence, had become a largely gentile institution. The situation was ripe for social tension. We can imagine the now dominant gentiles moving further and further away from what they might perceive to be foolish remnants of Judaism, such as rules about food and holy days, while the returning Jewish Christians, keenly sensitive of their minority status, insist even more strongly on adherence to their ancestral customs.
This is exactly the situation that Paul’s warnings to the weak and the strong in Romans 14–15 presuppose. The point, then, is that the situation of the Roman church was a microcosm of the social and theological tensions that existed throughout the early church.” (Douglas Moo -Encoutering the book of Romans p.33 KINDLE)
E esse desafio de convivência entre povos que disputam por milênios quem é melhor que o outro, toma grande parte do propósito da escrita do apóstolo. Douglas Moo continua então, dizendo que Paulo não foca em apresentar apenas uma nova perspectiva para a discussão. “Vocês devem se aceitar”. Antes, o seu argumento passa pelo filtro do Evangelho!
Paul’s focus in Romans is on the gospel. This word “gospel,” as we have seen, occupies pride of place in his announcement of the theme of the letter (1:16) and appears again at critical points in both the introduction and the conclusion (1:1, 2, 9, 15; 15:16, 19 [NIV]). But the gospel, as Romans 1:16–17 makes clear, is basically about the restoration of the individual sinner’s relationship to God. It brings salvation to “everyone who believes.”
True, Paul immediately introduces the “people” issue: the “everyone” includes Jews first and then gentiles. But the point here is simple: the horizontal dimension, Jew versus gentile, is subordinate to the vertical dimension, human beings versus God. The latter is primary, the former secondary. And the letter as a whole bears this out. Paul focuses on the way the good news of Jesus Christ can transform individual human beings, turning them from sinners into saints.” (MOO, p. 33 KINDLE)
Pois Romanos apresenta uma salvação individual em Cristo e um novo povo de Deus composto por Judeus e Gentios convivendo em sua nova condição em Cristo!
Resumo dos capítulos
Romanos 9 - Eleição de Israel (Passado)
Romanos 10 - A Rejeição de Israel e a salvação dos gentios (Presente)
Romanos 11 - Restauração de Israel (Futuro)

ROMANOS 9 - ELEIÇÃO (PASSADO)

Rm 9.1-5 - Paulo tinha uma profunda angústia de ver o seu povo se perdendo, mesmo possuindo tantos privilégios durante toda a história.
Romanos 9.1–5 (NVI)
1 Digo a verdade em Cristo, não minto; minha consciência o confirma no Espírito Santo: 2 tenho grande tristeza e constante angústia em meu coração. 3 Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de minha raça, 4 o povo de Israel. Deles é:
a adoção de filhos;
deles é a glória divina,
as alianças,
a concessão da Lei,
a adoração no templo
as promessas.
Deles são os patriarcas, e a
partir deles se traça a linhagem humana de Cristo,
que é Deus acima de todos, bendito para sempre! Amém.
Rm 9.6-13 - Nem todo Israel é Israel, baseado no próprio modelo da família dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó)
Romanos 9.6–13 NVI
6 Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel. 7 Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de Abraão. Ao contrário: “Por meio de Isaque a sua descendência será considerada”. 8 Noutras palavras, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão. 9 Pois foi assim que a promessa foi feita: “No tempo devido virei novamente, e Sara terá um filho”. 10 E esse não foi o único caso; também os filhos de Rebeca tiveram um mesmo pai, nosso pai Isaque. 11 Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, 12 não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: “O mais velho servirá ao mais novo”. 13 Como está escrito: “Amei Jacó, mas rejeitei Esaú”.
Deus havia chamado um povo em específico, pois queria se revelar a todos os povos através dele.
“A escolha de Deus nunca resulta em uma superioridade certa, arrogante, automática. Muito se espera de quem muito recebeu.” (N.T. Wright)
Rm 9.14-24 - Deus é injusto em seus feitos? Não, a maneira que a eleição foi proposta nos coloca de joelhos diante da grandeza de Deus. Deus permanece Justo!
Romanos 9.14–24 NVI
14 E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma! 15 Pois ele diz a Moisés: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. 16 Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus. 17 Pois a Escritura diz ao faraó: “Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a terra”. 18 Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer. 19 Mas algum de vocês me dirá: “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?” 20 Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’” 21 O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? 22 E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para a destruição? 23 Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para glória, 24 ou seja, a nós, a quem também chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
De fato, Deus não está simplismente falando dos propósitos de Deus para com Israel, mais ainda por meio de Israel. Ou seja, de uma maneira muito nobre, Ele escolheu usar o povo que decidiu virar as costas para Ele! Essa é a maneira divina de usar! Isso não torna Deus injusto nem tira a culpa da rejeição de Israel.
O ponto princial está em compreender a citação que Paulo resgata da situação entre o povo de Deus e Faraó (Rm 9.17). Sim, por meio de Faraó a história do
Romanos 9.17 NVI
Pois a Escritura diz ao faraó: “Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a terra”.
Deus escolheceu a maneira mais nobre de remodelar seu povo, a salvação dos gentios como membros de igual. Seu povo! Isto é completamente novo e profundamente drástico.
“O ponto que Paulo levanta aqui (na realidade, por todo o livro de Romanos), nos capítulos de 9 a 11, é que isso ocorre no primeiro estágio da confecção do objeto de barro. Deus ainda não chegou ao momento em que o barro é levado ao forno e sai de lá sólido, de maneira que, a partir de então, as únicas opções são a de ficar da forma como está ou ser quebrado em pedaços. Felizmente, para Israel e para o mundo, quando Israel se rebelou, o processo ainda estava no estágio da moldagem. E, se o vaso se quebra nesse estágio, é claro que o oleiro tem o direito (na realidade, se Deus é o oleiro, tem o compromisso) de trabalhar novamente sobre o vaso e de remodelá-lo, conferindo-lhe uma nova forma. O que preferimos? Que ele jogasse o barro fora e recomeçasse com uma porção de barro novinha em folha? Essa pergunta situa-se no centro do enigma sobre Deus, o mundo, Israel, Jesus e a igreja” (N.T. Wright - Paulo para todos P. 23)
Rm 9.25-29 - Há um povo chamado por Ele, mesmo no meio daqueles que estão distantes e perdidos (Baseado nos profetas do AT)
Romanos 9.25–29 NVI
25 Como ele diz em Oséias: “Chamarei ‘meu povo’ a quem não é meu povo; e chamarei ‘minha amada’ a quem não é minha amada”, 26 e: “Acontecerá que, no mesmo lugar em que se lhes declarou: ‘Vocês não são meu povo’, eles serão chamados ‘filhos do Deus vivo’ ”. 27 Isaías exclama com relação a Israel: “Embora o número dos israelitas seja como a areia do mar, apenas o remanescente será salvo. 28 Pois o Senhor executará na terra a sua sentença, rápida e definitivamente”. 29 Como anteriormente disse Isaías: “Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendentes, já estaríamos como Sodoma, e semelhantes a Gomorra”.
O ponto de Paulo está em continuar a história do AT, mostrando que agora, os profetas sempre vislumbraram um período de julgamento sobre o povo. E esse período seria com o alvo de gerar salvação. (Profeta Oséias)
Por isso, nos versos 25 a 29 são citações dos profetas mostrando esse movimento do povo de Deus ser chamado de “não meu povo” para depois ser chamado de povo de Deus. As promessas de Deus não deixaram de ser cumpridas de maneira nenhuma!
E Paulo cita o profeta Isaías (Is 10.22,23, ligando a promessa feita a abraão (Gn 22.17) mostrando que ela se cumpre, pois o povo de Israel tornou-se uma nação gigante na carne, todavia a sua salvação seria para um grupo chamado de remanescente. Um grupo específico dentre a nação.
Rm 9.30 -10.4 - O Messias veio para salvar o seu povo, porém Israel o buscou de maneira totalmente diferente, e os gentios tem encontrado a Ele.
Romanos 9.30–10.4 NVI
30 Que diremos, então? Os gentios, que não buscavam justiça, a obtiveram, uma justiça que vem da fé; 31 mas Israel, que buscava uma lei que trouxesse justiça, não a alcançou. 32 Por que não? Porque não a buscava pela fé, mas como se fosse por obras. Eles tropeçaram na “pedra de tropeço”. 33 Como está escrito: “Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha que faz cair; e aquele que nela confia jamais será envergonhado”. 1 Irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos. 2 Posso testemunhar que eles têm zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento. 3 Porquanto, ignorando a justiça que vem de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus. 4 Porque o fim da Lei é Cristo, para a justificação de todo o que crê.
A busca pela lei se deu com o alvo de alcançar uma salvação meritória. Mas como o próprio apóstolo Paulo nos mostrou, o fim da Lei é Cristo! E a justificação acontece apenas para aqueles que creêm em Jesus! O sermão do monte é a comprovação deste fato.

Aplicação do capítulo 9

1.Deus é soberano, essa verdade é maravilhosa demais para compreender. A história está em suas mãos!
O que significa dizer que Deus é soberano? Significa dizer que Ele é onisciente, onipotente e livre para agir da maneira que quiser
Não há limites para a ação divina. Essa é a principal ênfase que o capítulo vai mostrar. (Rm 9.20 “Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’)
Essa verdade deve nos fazer questionar o tamanho da nossa compreensão de como a história anda. O relógio em nossos pulsos não está andando em direção a um caos total, nem os dias estão passando por um acaso. Não, toda a história tem o domínio debaixo da boa mão do Senhor.
2. De uma maneira incrível, soberania de Deus e responsabilidade humana caminham lado a lado na salvação!
“A verdade é que a soberana vontade de Deus não age em oposição a tudo que pertence à esfera da vontade e da ação humana. Pelo contrário, a verdade é esta: o que ocorre em um dos campos é correlato ao que acontece no outro, não porque a vontade humana governa e determina a vontade divina. Mas, visto que a vontade divina se preocupa como os homens, existe uma correspondência entre o que Deus quer e aquilo que os homens são, subjetivamente falando.” (John Murray, Comentário de Romanos, p.452)
Agora, aplique esse entendimento a todas as esferas da sua vida. Principalmente diante do sofrimento. Não há tema que nos coloca a prova diante da soberania de Deus como sofrer. Diante do sofrimento encontramos o pior da nossa humanidade, com a aparente contradição de que Deus não pode fazer nada. Mas é justamente nesses momentos sombrios, que encontramos a semelhança de um Deus que mesmo sendo soberano e livre para fazer qualquer coisa, decidiu nos amar e ofertar seu filho em nosso lugar. A soberania de Deus e a responsabiliade humana nunca será uma equação simples para ser respondida, porém, na Cruz, temos um vislumbre de Deus soberano que conduz a história mostrando que Ele é aquele que pode e faz nova todas as coisas, mesmo em meio ao pior do sofrimento.
O tema da soberania de Deus e a sua condução da história, atrelado a resposta humana, deve ser um tema que nós chegamos em nossa limitação humana, e somos profundamente impactos pois ela são correlatas. Deus está conduzindo a história, e tem aqueles que são os dele, porém, há uma resposta ao Evangelho que deve partir de você e de mim, crendo. Pois Ele está operando diante de tudo, por meio de sua vontade: (Fp 2.12-13 “Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.” )

ROMANOS 10 - REJEIÇÃO (PRESENTE)

Rm 10.5-13 - Como podemos ser salvos? O cumprimento do Evangelho é por meio da fé. A fé vem pelo ouvir!
Romanos 10.5–13 NVI
Moisés descreve desta forma a justiça que vem da Lei: “O homem que fizer estas coisas viverá por meio delas”. Mas a justiça que vem da fé diz: “Não diga em seu coração: ‘Quem subirá aos céus?’ (isto é, para fazer Cristo descer) ou ‘Quem descerá ao abismo?’” (isto é, para fazer Cristo subir dentre os mortos). Mas o que ela diz? “A palavra está perto de você; está em sua boca e em seu coração”, isto é, a palavra da fé que estamos proclamando: Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação. Como diz a Escritura: “Todo o que nele confia jamais será envergonhado”. Não há diferença entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam, porque “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.
Sim, a salvação é pela fé. E esse é o ponto abordado na carta até o capítulo 5. Toda a construção está resumida no 1.16.
Chamo a sua atenção para a simplicidade que demandava a fé. Paulo usa o elemento da boca e do coração como fundamentais nesse processo. Crer no coração e confessar com sua boca.
Romanos 10.14-21 - Há um chamado ao mundo, Israel o negou veementemente (Baseado em profecias do AT)
Romanos 10.14–21 NVI
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!” No entanto, nem todos os israelitas aceitaram as boas novas. Pois Isaías diz: “Senhor, quem creu em nossa mensagem?”Conseqüentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo. Mas eu pergunto: Eles não a ouviram? Claro que sim: “A sua voz ressoou por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo”. Novamente pergunto: Será que Israel não entendeu? Em primeiro lugar, Moisés disse: “Farei que tenham ciúmes de quem não é meu povo; eu os provocarei à ira por meio de um povo sem entendimento”. E Isaías diz ousadamente: “Fui achado por aqueles que não me procuravam; revelei-me àqueles que não perguntavam por mim”. Mas a respeito de Israel, ele diz: “O tempo todo estendi as mãos a um povo desobediente e rebelde”.
Paulo usa de toda a representação do AT, citando salmos, Isaías e Deuteronômio (A Lei, os escritos e os profetas) para referendar o seu ponto, um choque duplo:
“Aqueles que nem mesmo estavam à procura da salvação do Deus de Israel trombaram de frente com ela; por outro lado, aqueles que estavam ansiosos demais por ela a estão deixando escapar.” (N.T.Wright, p.52)
E na realidade, desde a eternidade, esse sempre foi o plano de Deus. Israel sequer foi escolhida como propósito de exclusividade. Antes, foi chamada para ser “luz para os gentios” (Is 42.6 ““Eu, o Senhor, o chamei para justiça; segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo e uma luz para os gentios,” ) E o próprio Paulo assim interpreta enquanto pregava o Evangelho em sua primeira viagem missionária, dizendo que o alvo de Deus sempre foi o confins da terra, baseado em Isaías 49.6 (At 13.47 “Pois assim o Senhor nos ordenou: “ ‘Eu fiz de você luz para os gentios, para que você leve a salvação até aos confins da terra’”.” )
Aplicação do Capítulo 10
1.O Evangelho é compreendido por meio da pregação. Precisamos desenvolver um senso profundo de missão!
Somos a resposta de Deus ao mundo. Ele decidiu se revelar através da loucura da pregação. E mesmo que o povo de Israel estava se perdendo, os gentios estavam sendo salvos pela mensagem de salvação que ouviram de um judeu que decidiu anunciar as boas novas!
Existem pessoas ao seu redor, que nunca ouviram falar sobre a salvação por meio de Cristo. Talvez já ouviram falar da igreja, dos evangélicos e dos escândalos. Mas nunca ouviram do Senhor como o único salvador.
2. O Evangelho é a resposta para as perguntas que nós, gentios, nunca teríamos feito.
Pessoalmente, eu nunca fui fascinado por querer compreender as coisas de Deus. A minha vida ia bem, aos meus olhos, mesmo sem ter a Deus como algo relevante em minha vida. Aparentemente, eu não queria a Deus.
Porém, eu fui encontrado por Ele! Francis Thompson, foi um poeta que encontrou a Cristo diante de uma vida um tanto quanto, desesperançosa. Ele escreveu um poema, intitulado “O cão de caça do céu”. Nesse poema, ele conta um pouco da sua experiência de conversão:
Dele fugi, noites e dias adentro;
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam, seguiam
após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos — e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés — “Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim”.
Meu Deus, tu não sabes
O quão pouco digno de qualquer amor tu és!
A quem encontrarás que te ame, ignóbil,
Salva-me, salva só a mim
Tudo o que tirei de ti, obstante tirei,
Não por tuas injúrias,
Mas para que tão-somente pudesses buscá-lo em Meus braços...
Levanta-te, segura a Minha mão, e vem
Gautrey, autor que escreveu sobre esse poema, classifica-o em 5 Etapas:
1) Voo da alma - Fugitivo de Deus;
2)Busca da alma - Uma busca incessante por satisfação ;
3) Impasse da alma - O descobrimento do autor que sem Deus, a vida não tem nada.
4) Prisão da Alma - É onde o autor se rende, pois perdeu a batalha.
A metáfora do cão de caça nos lembra do que acontece entre o pastor que busca uma ovelha (Sl 23.6; Lc 15.3-7) Pois, se nós amamos a Cristo, longe de nós acharmos que foi por nossa causa, mas sim porque Ele nos amou primeiro! E essa foi a minha história

ROMANOS 11 - RESTAURAÇÃO (FUTURO)

Rm 11.1-16 Ele vai retomar dois temas que já foram trabalhados com relação a Eleição de um remanescente e também da salvação dos gentios por meio da rejeição de Israel.
Rm 11.17- 24 - O exemplo da oliveira e seus ramos encoraja a humildade entre os gentios com relação aos judeus
Romanos 11.17–24 NVI
Se alguns ramos foram cortados, e você, sendo oliveira brava, foi enxertado entre os outros e agora participa da seiva que vem da raiz da oliveira cultivada, não se glorie contra esses ramos. Se o fizer, saiba que não é você quem sustenta a raiz, mas a raiz a você. Então você dirá: “Os ramos foram cortados, para que eu fosse enxertado”. Está certo. Eles, porém, foram cortados devido à incredulidade, e você permanece pela fé. Não se orgulhe, mas tema. Pois, se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você. Portanto, considere a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade para com você, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado. E quanto a eles, se não continuarem na incredulidade, serão enxertados, pois Deus é capaz de enxertá-los outra vez. Afinal de contas, se você foi cortado de uma oliveira brava por natureza e, de maneira antinatural, foi enxertado numa oliveira cultivada, quanto mais serão enxertados os ramos naturais em sua própria oliveira?
Paulo está usando a figura da oliveira. E a analogia utilizada é de uma oliveira que não está fruticando, decadente. Para isso, em sua época, era enxertado um broto de uma oliveira brava, em lugar dos ramos que foram cortados. O que acontecia? A árvore passava assim a produz frutos honrando agora esse novo ramo. O que Paulo quis ensinar com isso? Por meio dos gentios fazendo parte, haveria “cíumes entre os judeus por meio da salvação dos gentios”.
“Paulo desenvolve sua alegoria jogando com os temas "ser cortado" e "ser enxertado"; com isso ele ensina duas lições complementares. A primeira é uma advertência aos crentes gentios, para que não se baseiem em pressuposições (17-22); e a segunda é uma promessa aos incrédulos israelitas, de que eles ainda podem ser restaurados (23-24).” (John Stott, Comentário de Romanos, p.192).
Por isso, não se orgulhe, antes tema!
Rm 11.25 -32 - Paulo fecha o seu argumento, mostrando que é um grande mistério o que Deus está operando
Romanos 11.25–32 NVI
Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegue a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: “Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade. E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados”. Quanto ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis. Assim como vocês, que antes eram desobedientes a Deus mas agora receberam misericórdia, graças à desobediência deles, assim também agora eles se tornaram desobedientes, a fim de que também recebam agora misericórdia, graças à misericórdia de Deus para com vocês. Pois Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer misericórdia para com todos.
Paulo caracteriza o futuro de Israel, baseado na plenitude dos gentios, através do termo mistério. E esse texto tem sido um enorme desafio de compreensão, pois trabalha com relação ao futuro de Israel. Duas principais correntes emergem deste ponto:
O entendimento de uma salvação do Israel Ético, no futuro. Um evento dentro da escatologia onde Deus há de trabalhar com os judeus, de uma maneira que vá gerar salvação para todo o Israel. (V.25-26)
O entendimento que Paulo está falando de um tempo presente (V.31), colocando todos debaixo de um mesmo juízo. Pois os que são Israel, são os remanescentes, e esses foram salvos (V.32)
Não pretendo, nem de perto, encerrar a discussão aqui. E tem boas pessoas que pensam nesse aspecto de maneira diferente. O que podemos aprender é com o quadro que o Apóstolo Paulo pinta para nós.
Aplicação Capítulo 11
1.O povo de Deus é composto por diversidade. Não deve haver acepção nem favoritismo entre pessoas em nosso meio!
Qualquer racismo, discriminação ou favoritismo deve ser tido como uma manifestação que você não compreendeu o que é o povo de Deus.
Agora e nunca houve diferenta, porém em Cristo (Cl 3.11 “Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.”). É somente por meio de Cristo, que é possível haver uma união entre tão distintas pessoas, e elas conviverem juntas em harmonia. Porque Cristo quebrou esse muro de inimizade (Ef 2.14 “Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade,”). Não há mais diferença alguma entre nós.
Temos vivido algo incrível em Blumenau, e como igreja (Globalismo e as diferentes culturas em nosso meio). Precisamos valorizar a diferença cultural que há em nosso meio, pois essa é uma beleza que Cristo fez! Sobrenome, origem não importam mais, o que importa é o Cristo que nos une!
2. O futuro é um mistério glorioso, e Deus já está lá!
Quando você pensa no futuro, ele te assusta? Saiba de algo que é profundamente confortante, Deus já está lá! Eu não tenho todas as respostas, você não as tem, mas Deus está presente lá no futuro, agindo de maneira soberana.
Os seus feitos com relação a salvação, vão se cumprir! Sim, Deus vai completar a boa obra que começou! Que isso conforte seu coração hoje, pois Deus está no controle agindo para completar a sua obra.

Conclusão

Quando vislumbramos os planos de Deus com seu povo e a história da salvação, nossa resposta deve ser de joelhos! (Rm 11.33-36)
Romanos 11.33–36 NVI
33 Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! 34 “Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” 35 “Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?” 36 Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.
Somente a adoração, pois somente um Deus grande desta maneira, para pintar um quadro tão lindo da salvação.
“Se ele tem de agir no mundo a fim de salvá-lo — e, por ter criado um mundo bom, essa seria a única forma adequada de agir —, isso implicaria, necessariamente, escolher e chamar algumas de suas criaturas, sendo elas mesmas pecadoras, com a finalidade de agir nelas. Assim, produziria o contexto para sua própria vinda no palco da história humana, na pessoa do Messias, com o objetivo de levar os pecados do mundo. Mas, para que a misericórdia obtida dessa forma possa estar disponível a todos, como um dom da graça, e não como um privilégio ou direito, era necessário que todos os povos, judeus e gentios, fossem encerrados na prisão chamada “desobediência”. Somente assim, a graça pôde ser graça, com todo o orgulho humano sendo humilhado, de modo que a misericórdia — em oposição à recompensa — estivesse disponível a todos. Esse é o quadro do plano de Deus que Paulo, por fim, nos apresenta.” (N.T.Wright, p.77)
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