Sobre a vida e os fantasmas do passado

Quartas do Poder - Sobre[viver]  •  Sermon  •  Submitted
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Exodo 14.13

Êxodo 14.3 RA
Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na terra, o deserto os encerrou.

Introdução

História de Isabela, e o seu primo Ivan que pulou

É complexo falar de traumas, mas é fato que eles podem influenciar fortemente na vida futura. Existem profissionais nas áreas da psicologia e psiquiatria que podem nos ajudar a vencer, seja na busca por reconhecê-los ou tratá-los, e não precisamos ter receio de procurar ajuda.

Algumas pessoas carregam culpa e até chegam a pensar que a penitência é uma forma de amenizar o possível mal que causaram. Se você é essa pessoa ou conhece alguém assim, saiba que a vida pode ser melhor, mais feliz.

Deus não deseja uma vida diluída nas angústias do passado. Ele capacitou pessoas para nos ajudar e, se esse é seu caso, busque a solução. Pensando no que o Egito pode ter feito conosco, em todas as feridas no período de escravidão, Deus entrega uma mensagem extraordinária no dia “D” de nosso êxodo.

É uma revelação poderosa e transformadora, daquelas palavras que amamos ouvir de quem deseja nos passar segurança. Ele diz: “Calma, não vai acontecer novamente”

1. Sim, tem perdão.

Dois colportores estudantes ofereceram estudos bíblicos para o segurança do colégio onde estavam hospedados. O homem aceitou e, nos dois meses que passaram na cidade, a cada duas noites, eles ministravam os temas. Uma noite, quando estavam falando sobre o perdão, o homem interrompeu a dupla perguntando se eles tinham certeza de que Deus pode perdoar. Eles responderam que sim, mas o homem insistiu com o questionamento outras duas vezes. Os jovens se olharam, e o segurança repetiu a pergunta, sendo um pouco mais específico: “Ele pode perdoar um assassinato?”

Os jovens entenderam e mais uma vez responderam que sim. Por causa dessa resposta, viram um coração em lágrimas se encontrando com o perdão de Deus.

Claro que os pecados trazem consequências com as quais temos que lidar, mas isso não muda o fato de que Cristo pode perdoar.

O inimigo de Deus deseja nos distanciar de qualquer possibilidade de mudança, passando a ideia de que tal caso não tem mais jeito.

É preciso que entendamos que, por mais degradante que tenha sido nossa vida, existe esperança em Jesus. A respeito dos pecados, diz o Senhor: “...ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.” (Is 1:18). Devemos cair de joelhos diante do Senhor, clamando perante a Sua face, pois a promessa feita aos pecadores é que se eles se converterem “dos seus maus caminhos, então, eu os ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2Cr 7:14).

Na oração profética oferecida por ocasião da dedicação do templo [...] Salomão havia suplicado: “Quando o Teu povo Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra Ti, e confessarem o Teu nome, e orarem e suplicarem a Ti nesta casa, ouve Tu então nos Céus, e perdoa o pecado do Teu povo Israel”. 1 Reis 8:33-34.

O selo da aprovação divina havia sido posto sobre essa oração; pois quando foi concluída, desceu fogo do Céu a fim de consumir a oferta queimada e os sacrifícios, e a glória do Senhor encheu o templo. 2 Crônicas 7:1. [...] Para o ferido Israel só havia um remédio — afastar-se dos pecados que haviam atraído sobre eles a mão punidora do Onipotente, e tornar-se para o Senhor com inteiro propósito de coração. — Jesus, Meu Modelo, 19 de janeiro, p.19

A depender do tempo que passamos no Egito, nossa vida pode ter acumulado experiências devastadoras.

Deus sabe disso e não desceu do Céu para buscar perfeitos, mas para transformar escravos do pecado em libertos pelo Sangue do Cordeiro (Lc 5:32). Talvez, ao olhar para a sua história até aqui, você tenha pensado em desistir, mas Deus não desistiu de você.

É justamente para os que levam um jugo insuportável, cansados e sobrecarregados que Jesus diz: “Vinde a mim[...] Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11:28-30).

2. Nas profundezas do mar

Uma das cerimônias mais lindas é a do batismo. Aline estava ansiosa por este dia, pois havia entendido o perdão de Deus e não via a hora de passar pela experiência das águas.

A igreja encheu o tanque, e todos estavam maravilhados, pois a decisão dessa jovem representava uma grande mudança em sua vida. Ao final daquela cerimônia, ela foi à porta a fim de receber os cumprimentos pelo dia festivo e abençoado testemunho. Alguém lhe fez uma pergunta, um pouco indelicada, mas recebeu uma resposta espetacular. “E a antiga Aline?”, perguntou a pessoa. “Está no fundo daquele tanque meu irmão”, ela respondeu.

O povo de Deus estava pressionado pelo passado escravo e com medo de serem oprimidos pelas correntes do Egito mais uma vez (Êx 14:10). A resposta de Deus, através de Seu servo Moisés, é inspiradora: “Egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver”. (Êx 14:13).

E foi exatamente o que aconteceu. Talvez para muitos a parte mais bonita dessa história seja quando o mar se abre, mas vamos pensar um pouco mais: a parte mais bonita pode ser quando ele se fecha.

Não por prazer na morte do ímpio, mas porque ali Deus cumpriu a promessa e sepultou o passado escravo de Seus filhos. É exatamente esse milagre que Ele deseja operar em nossa vida, ou seja, lançar “[...]todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Mq 7:18, 19).

Falem ao extraviado da perdoadora misericórdia do Salvador. Animem o pecador a arrepender-se e a crer nAquele que pode perdoar. Declarem, sobre a autoridade da Palavra de Deus: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” 1 João 1:9.

Todos quantos se arrependem têm a afirmação: “Tornará a apiedar-Se de nós; subjugará as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” Miquéias 7:19. Seja o arrependimento do pecador aceito pela igreja com coração agradecido.

Conduza-se o arrependido da treva da incredulidade para a luz da fé e da justiça. Coloque-se sua trêmula mão na amorável mão de Jesus. Tal remissão é ratificada no Céu— Obreiros Evangélicos, p. 503.

A igreja de Deus ama fazer essa celebração. Sabemos que quando um filho do Senhor é resgatado, sua reconciliação com o Senhor na cerimônia de batismo é uma oportunidade para sentirmos o céu inteiro festejando com a igreja de Deus.

Ao lermos as parábolas da ovelha, da dracma e do filho perdidos, encontramos um elemento comum e extremamente relevante. Nas três histórias existem festejos, pois para o Senhor este é um momento para celebrar (Lc 15:1-32). Perceba as palavras do pai para o filho mais velho “[...] preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos” (Lc 15:32). E aí, vamos marcar o dia para sua festa?

3. Depois das águas

Não é incomum ouvirmos uma pergunta feita normalmente diante de angústias e tristezas da vida: “Por quê, Senhor?” Era Dia dos Pais, e o domingo festivo não indicava um fim tão trágico. Próximo das 21h, Thomas ouviu alguns gritos e percebeu que se tratava de algo relacionado a seu primo Ramon. Ele desceu até a rua indicada e viu uma cena marcante. Alguém havia atirado em Ramon, e ele já estava sem vida nos braços de seu pai. Ramon viveu apenas 25 anos e, na ordem natural da vida, um filho pode até estar preparado para perder um pai, mas um pai dificilmente estará pronto para perder um filho.

Não existem palavras diante de tal circunstância. Sofrer juntos com forte apego à esperança na breve volta do Senhor Jesus Cristo é o melhor consolo (1Ts 4:13, 14). Infelizmente entre o Egito de onde saímos e a Canaã para onde estamos indo existe um deserto.

Não existirá um único momento em que não dependeremos mais de Jesus. Deus está ciente de que neste mundo teremos aflições (ver João 16:33). Em sua oração sacerdotal, Jesus clamou em nosso favor, e entre os pedidos do nosso Salvador estava: “...que os guardes do mal” (Jo 17:15).

Para você que já foi batizado, ou ainda será, Deus não está disposto a ser apenas Seu libertador, mas também ser Aquele que deseja conduzir você durante todo o caminho. Só existe uma forma segura de atravessar o deserto, e esta é trilhar por esse caminho na presença de Cristo.

A história sagrada apresenta exemplos notáveis do zeloso cuidado do Senhor para com o mais fraco de Seus filhos.

Durante as jornadas de Israel no deserto, os cansados e débeis que haviam caído atrás da congregação foram atacados e mortos pelos covardes e cruéis amalequitas.

Posteriormente Israel declarou guerra aos amalequitas e os derrotou. “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que Eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos Céus.” Êxodo 17:14. De novo a ordem foi repetida por Moisés exatamente antes de sua morte, para que não fosse esquecida pela posteridade:

“Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saíeis do Egito: Como te saiu ao encontro no caminho, e te derribou na retaguarda todos os fracos que iam após ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus. ... Apagarás a memória de Amaleque de debaixo do Céu; não te esqueças.” Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 245.

O mesmo Deus que se coloca diante de nós como Salvador nos acompanhará nesse deserto. As palavras de Jesus são fortes e verdadeiras: “[...] E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20).

Não é possível prometer ausência de dificuldades, mas como nos inspira Davi: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo[...]” (Sl 23:4).

Conclusão

Hoje pode ser um dia muito especial para você. Diante de nós está a oportunidade de uma nova vida em Cristo Jesus.

Se seu desejo é ter paz em relação ao passado e ver seus pecados serem sepultados nas profundezas do mar, então diga sim para nosso Salvador.

Mas não deixe esta decisão apenas dentro do seu coração. Conte para a igreja e permita nos unirmos a você no preparo para esta celebração que tem todo o céu como espectador.

Vamos fazer juntos esta caminhada na presença do Senhor, permitindo que Ele conduza nossa vida neste deserto tão perigoso e assolador.

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