Origem das tentações e dádivas divinas
Tiago • Sermon • Submitted
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· 27 viewsExplanar sobre a origem do mal e sobre a imutabilidade de Deus e suas dádivas.
Notes
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A PERIGO SOMOS NÓS E A SALVAÇÃO É DEUS - Tg 1: 13-18
A PERIGO SOMOS NÓS E A SALVAÇÃO É DEUS - Tg 1: 13-18
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.
Introdução
Introdução
Desde muito tempo o se discute a origem do mal e se Deus seria responsável pelo mesmo. Como poderia uma Deus bom, permitir a existência da maldade. É sobre isso que Tiago, de forma objetiva, trata no seu sermão. Qual a origem do mal? Deus tenta os seres humanos? Se não for Deus, que o faz? E como Deus age diante desse cenário?
A origem do Mal
A origem do Mal
Tentações não são enviadas por Deus
Tentações não são enviadas por Deus
Tiago de uma forma clara e direta afirma aos irmãos que não atribuam a Deus a origem das suas tentações. Tiago está escrevendo a Judeus que tinham em seu imaginário religioso um ensino, que afirmava que Deus tinha colocado no homem duas inclinações, uma boa e uma ruim. Atribuindo assim, a origem da maldade humana ao próprio Deus. Não! Afirma o escritor da epístola. Deus não nos tenta. Deus nunca objetivou que precisássemos ceder ao mal para termos algum aprendizado. Nem o próprio Deus poderia ser tentando, pois não há possibilidade de haver espaço de qualquer nível de maldade em um Deus Santo, que criou a humanidade a sua imagem e semelhança, ou seja, com a mesma expectativa, que fôssemos santos e incorruptíveis. Tiago está desenvolvendo um tema que há a muito tempo fora tratado pelos clássicos filósofos. Em uma cultura helenizada e uma igreja bombardeada por ensinos gnósticos, onde era afirmado que a matéria era má em sua essência, que trazia confusão na mente dos novos cristãos que tentavam conciliar os ensinos Platônicos sobre ser a matéria ruim e eterna e o ensinos bíblicos de que Deus criou todas as coisas inclusive a matéria, desencadeava a confusão, resultado dessa equação simples, de que o mal existe pois foi criado por Deus, pois Deus é o criador de todas as coisas. A afirmação do texto sagrado nos faz entender que traduções anteriores, que trazem que Deus tentou alguém, como por exemplo a Abraão, Gn 22:1;
Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
transmitem a mensagem de prova ou teste, que objetivam não a queda, mas a confirmação da pureza e fidelidade daquele que é provado ou trazer a luz aquilo que está oculto no coração para que possa ser tratado. A tentação tem como finalidade derrubar o homem, macular o seu ser, afastá-lo da comunhão com o Criador, ou seja, não poderia jamais ser proveniente do Rei da glória, que nos ensinou que um reino divido não subsiste.
As tentações emanam da corrupção de nossa natureza
As tentações emanam da corrupção de nossa natureza
pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
Somos corruptos e a origem do mal está em nós. O mal nos alcançou por que paramos e decidimos caminhar com ele. Por mais que haja uma ação externa de um tentador, ela só encontra efetividade devido a ter o espaço reservado para ela no interior dos seres humanos. Desde a queda, os nossos pais buscaram se eximir da responsabilidade dos seus atos transgressores. Adão jogou a culpa em Deus e em Eva, que por sua vez, transmitiu para a serpente. Gn 3: 11-13
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
O autor está convidando os leitores a reconhecerem as suas próprias culpas, não transferindo-as para ninguem.
A Escritura assevera que os réprobos são entregues às concupiscências depravadas; mas isso é assim porque o Senhor perverte ou corrompe seus corações? De modo algum; pois seus corações estão sujeitos às concupiscências depravadas, porquanto já são corruptos e viciosos. Mas, visto que Deus cega ou endurece, porventura ele se torna o autor ou ministro do mal? Não! Mas é desta maneira que ele pune os pecados dos ímpios e dá uma recompensa justa a quem porventura recusa deixar-se governar por seu Espírito [Rm 1.26]. Daí se segue que a origem do pecado não está em Deus, e não se pode imputar-lhe nenhuma culpa, como se ele tivesse prazer nos males [Gn 6.6].
João Calvino, Epístolas Gerais, ed. Tiago J. Santos Filho e Franklin Ferreira, trans. Valter Graciano Martins, Primeira Edição., Série Comentários Bíblicos (São José dos Campos, SP: Editora FIEL, 2015), 45.
Texto afirma que somos atraídos por nossa própria concupiscência.
CONCUPISCÊNCIA. Um desejo desordenado no qual os fins ou propósitos temporais ocupam o lugar dos eternos, e no qual as faculdades inferiores — em particular os sentidos e seus apetites — não estão sob o devido controle da razão. Mesmo que comumente se refiram às questões sexuais, a concupiscência na realidade tem maior alcance, pois se refere a todo apetite desordenado. Agostinho (354–430) explica que, em parte, é por meio da concupiscência que se exerce a consequência da queda*, afirmando que Adão e seus descendentes perderam o controle sobre os desejos desordenados da carne mediante o uso da razão. Segundo a teologia escolástica medieval, a própria concupiscência não é pecado, mas é antes a consequência do pecado* original — interpretação declarada oficial pelo Concílio de Trento (1545–63). A concupiscência oferece também a oportunidade para a virtude, que se alcança quando a mente e a vontade resistem aos impulsos da concupiscência. Mas a concupiscência é também ocasião para o pecado. Na teologia protestante, o pecado não é uma ação, mas uma condição e, portanto a presença da própria concupiscência é sinal de nossa condição pecaminosa e corrupta.
Justo González, ed. Juan Carlos Martinez, trans. Silvana Perrella Brito, Breve Dicionário de Teologia (São Paulo, SP: Hagnos, 2009), 69–70.
O Senhor Jesus nos ensinou que a impureza procede de nosso interior. Mt 15:11-18
não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram? Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco. Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola. Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.
Também nos alerta a observar os sinais que provem de nós. Mt 6:22-23
São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
O autor da epistola vai dizer que a concupiscência irá conceber o pecado. Alertando aos ouvintes sobre o filho que estão gerando em seu ventre, ou seja, em seu ser, que quando nascido trará a morte. Tiago, não apenas indica que a origem do mal é o homem, mas que essa relação de maternidade, ou seja, há uma troca mútua, onde ser humano é a fonte de vida para aquilo que trará a sua morte. Não é só o fato do homem ser tentado, mas pior ainda, é que ele é fomentador desse mal, que atinge a todos a sua volta. Ele dá a luz a todo tipo de maldade. O escritor nos ensina e nos alerta, que falar sobre o homem, nos levará a óbvia conclusão que nós somos maus. O ser humano é aquele que afronta a Deus e a toda a sua criação. Rm 8: 19-23
A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.
De Deus provém todo o bem (DEUS EXISTE E É BOM!)
De Deus provém todo o bem (DEUS EXISTE E É BOM!)
Tiago nos exorta aos irmão a não se enganarem, sabendo que Deus é bom e perfeito e tudo que assim é, teve origem Nele. Essa verdade não apenas esclarece mas liberta, pois não estamos totalmente perdidos, sem esperança, pois o mal que está em nós e do qual somos existencialmente, não é a condição única para nós e nem original, pois nós viemos Dele, de onde tudo que é bom e perfeito provém. Gn 1:26-31
Genesis 1:26–31 (RA)
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.
Deus é o mesmo, afirma o autor, não mudou e nunca mudará. Não há uma mínima variação Nele. Todas as coisas criadas por Deus podem tem variações, sombras, alteradas pela o pecado e corrupção humana, mas Deus é o único que continua sendo o Eu Sou, que continua e continuará Sendo. Nós perdemos o rumo, mas o Tiago revela a igreja uma maravilhosa verdade, Deus continua no mesmo lugar, com o mesmo poder e a mesma glória. E se toda a boa dádiva e todo o dom perfeito desceu, e veio ao nosso encontro, só há uma explicação, É que o Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança, veio ao nosso encontro. Aleluia! Somos pecadores, concebemos o mal e nos afastamos de Deus, mas Ele não desisitiu de nós, pelo contrário, segundo o seu querer, nos gerou de novo, pela palavra da verdade para que fóssemos como que prmícias das suas criaturas. Deus nos renovou, nos fez nova criatura.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
É interessante que uma das muitas críticas feitas a Tiago é o fato dele mal citar Jesus em sua epístola, fato que parece ser injusto com o autor, pois toda a construção do sermão leva a Jesus. Cristo é a perfeita manifestação da bondade de Deus. Nele voltamos a ser primícias de Deus.
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Deus restaura a suas criaturas em Cristo Jesus. Não importa a origem do mal, sua evidenciação ou seu estrago, o sangue de Jesus tem o poder de purificar a todo o pecador.
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Tiago em seu escrito reforça o ensino do Apóstolo João, devemos reconhecer a nossa condição, porém não aceitá-la como imutável, o caminho de volta começa na humilhação do homem, transita no arrependimento do pecador e termina no perdão de Deus.
Aplicações para a nossa vida
Aplicações para a nossa vida
Oremos para que não caiamos em tentação
perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve;
e não nos deixes cair em tentação.
Reconheçamos que somos maus e permitamos que o Espírito nos santifique.
Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
Cuidado com as Teologias que provovem a glória do homem
Romans 3:10–20 (RA)
como está escrito:
Não há justo, nem um sequer,
não há quem entenda, não há quem busque a Deus;
todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,
a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
são os seus pés velozes para derramar sangue,
nos seus caminhos, há destruição e miséria;
desconheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Louvemos a Deus por suas infinitas bondades.
Gosto da reflexão do Max Lucado sobre por que Deus fez as coisas como fez, ou seja, com cores, cheiros, sabores, etc. Não notaríamos a diferença. Ele fez por que Ele bom. Por que o nosso mal não é maior que a bondade do nosso criador.
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,
Aleluia!
Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom;
porque a sua misericórdia dura para sempre.
Não esqueçamos que o nosso mal, proveniente das nossas escolhas não atingiu somente a nós, o qual seria justo, mas, como fato que deva nos causar maior dor, nossos pecados crucificaram o Rei da Glória, o amado das nossas almas.
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.
Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
O Senhor veio buscar e salvar o que se havia perdido.
O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Que seja o nosso canto: Eu quero ser senhor amado, como uma vaso nas mãos do oleiro, quebra minha vida e faze-as de novo. Eu quero ser um vaso novo.