O PARADOXO DA CRUZ. Lucas 9.44-48
Filho do Homem - As Escrituras Hebraicas usam o título “Filho do Homem” de diversas maneiras. Portanto, é difícil interpretá-lo cristologicamente de uma maneira direta. É esse título pelo qual Jesus mais se referia a si mesmo; na verdade, ele é usado sessenta e nove vezes somente nos Evangelhos. Alguns estudiosos acreditam que “Filho do Homem” é basicamente uma referência abreviada a Cristo como o representante da humanidade. A maioria, no entanto, vê o significado do título como proveniente da imagem apocalíptica de Daniel 7:13-14 e vários escritos intertestamentais. Nestas passagens, o Filho do Homem é uma figura apocalíptica, uma pessoa celestial que um dia governará e julgará o cosmos pela eternidade. De fato, Jesus cita duas vezes essa mesma passagem em Daniel quando ele promete que virá outra vez nas nuvens com poder (Mat. 24:30; 26:64). Parece que seu uso desse título tinha um duplo propósito: reivindicar seu status messiânico ao mesmo tempo em que enfatizar a natureza eterna e espiritual (e não primariamente política) de seu messianismo.
Jesus lhes apresentou uma parábola viva. E usou para essa lição um elemento totalmente inesperado para eles. Jesus tomou uma criança e, certamente, a colocou no colo e lhes ensinou. A criança, além de ser o símbolo da despretensão, da fraqueza e da dependência, era o símbolo da pureza de fé, da humildade e principalmente da falta de hipocrisia, isto é, da sinceridade e da transparência. Naqueles dias, a criança não tinha qualquer valor na sociedade, assim como os escravos. E a lição ensinada acabava com qualquer pretensão: O menor é o maior, e quem recebe o menor recebe a Jesus e ao Pai que o enviou. Quem acolhe os pequenos, humildes e sinceros acolhe Jesus e a Deus que o enviou!