A identidade do Rei

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Introdução

Estamos começando uma nova série de mensagens. Para mim é um grande desfio e alegria, pois será a primeira vez que eu esponho um dos evangelhos de forma sistemática. O evangelho escolhido foi o de Marcos, é o mais curto, é também um dos três conhecidos como evangelhos sinóticos e também possui outras particularidades.
A primeira delas é sobre o autor. Ele é descrito também como João Marcos, sendo João seu nome hebraico e Marcos o seu nome romano.
Outro dado interessante sobre Marcos, é que ele participou da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé (At. 12.25). E no meio desta viagem Marcos desiste, a ponto de Paulo rejeita-lo na segunda viagem. Essa reprovação de Paulo causou um mal-estar (uma treta) entre Paulo e Barnabé, inclusive interferindo no itinerário desta viagem, que acabou culminando na evangelização da Europa por Paulo, enquanto Marcos seguiu com Barnabé para Chipre.
Posteriormente vemos Paulo mencionando Marcos como seu cooperador em sua carta a Filemon, ou seja, a treta foi resolvida.
Outro fato interessante e que impacta diretamente neste evangelho é que Marcos era considerado filho na fé de Pedro, inclusive é apontado como quem escrevia os relatos de Pedro, levando a acreditar que a narrativa desse evangelho é fruto do testemunho ocular de Marcos e também uma compilação do testemunho de Pedro.
Quando lemos Marcos, lemos Pedro também. Interessante também que sob o ponto de vista do desempenho teríamos um livro escrito por um missionário fracassado e pelo testemunho de outro que falhou em seu papel no apostolado, já que Marcos abanonou Paulo na viagem missionaria e Pedro abandonou Jesus na noite em que foi preso. Mas isso não desqulifica em nada o livro, nem as pessoas envolvidas na escrita do texto, apenas evidenciam uma coisa: A operação da maravilhosa graça de Deus na vida de pessoas imperfeitas.
Marcos 1.1–11 NAA
1 Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. 2 Como está escrito na profecia de Isaías: “Eis que envio o meu mensageiro adiante de você, o qual preparará o seu caminho. 3 Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas veredas.” 4 E foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. 5 E toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam até ele. E, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. 6 A roupa de João era feita de pelos de camelo. Ele usava um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. 7 E João pregava, dizendo: — Depois de mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desamarrar as correias das suas sandálias. 8 Eu batizei vocês com água; ele, porém, os batizará com o Espírito Santo. 9 Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. 10 Logo ao sair da água, Jesus viu os céus se abrindo e o Espírito descendo como pomba sobre ele. 11 Então veio uma voz dos céus, que dizia: — Tu és o meu Filho amado, em ti me agrado.
O evangelho de Marcos nos apresenta com uma particularidade, não faz relatos do nascimento de Jesus e nada da sua vida antes do seu batismo, porém começa com uma afirmação importante sobre a identidade do Rei: o Filho de Deus.

Um novo Rei (v1)

Marcos começa com uma afirmação simples, porém muito poderosa. Ele fala que esse é o início de uma nova mensagem, a boa notcia do novo Rei. A história da humanidade, especialmente o povo de Israel estava marcada pela expectativa de reis que fossem enviados por Deus para governá-los. E o que o povo viu até li é que todos os outros ungidos de alguma forma falharam e não conseguiram suprir o desejo que o povo nutria em seus corações. ENtão eis que agora esse novo Rei, não é um ungido, mas o ungido e Ele é o Filho do próprio Deus. Talvez a partir da nossa culltura, o significado da palavra filho não tenha a dimensão que o autor quis destacar. Ser filho de alguém na mente de um judeu é muito mais do que herdar a genética de alguém, mas herdar também o seu caráter. Portanto, ser Filho de Deus significa que Jesus possui a natureza do próprio Deus. Jesus sendo declarado como o Filho de Deus foi algo extremamente escandaloso e significativo. O evangelho aqui está nos transmitindo a verdade sobre Jesus, de alguém que não foi simplesmente uma figura histórica, mas uma realidade viva, uma pessoa que fala conosco, é o próprio Deus entrando na história. E isso foi tão marcante, que dividiu a história, mudou o conceito sobre autoidade, não se admite mais nenhuma outra figura de autoridade absoluta, todas as outras eram do único Rei, do ungido de Deus!

Uma nova mensagem

Após declarar a identidade do Rei ele apresenta a nova mensagem e entra em cena João Batista, aquele que abre o caminho, que embora tenha sido denominado pelo próprio Cristo como o maior dos profetas, a sua grandeza estava em exaltar a Cristo e não a si mesmo.
Ele não prega no templo nem nas praças da cidade santa para a elite judaica. Ele prega no deserto da Judeia, as terras difíceis localizadas entre as montanhas e o mar Morto. Ele não é apenas um eco, é uma voz. Ele é boca de Deus. Interessante a pregacão de João Batista ser no deserto, já que foi no deserto o lugar onde o povo de Deus nasceu. Foi ali que recebeu a lei e a aliança, presenciou os milagres de Deus e usufruiu a sua direção. Bruce Barton diz que João escolheu pregar no deserto por quatro razões: distanciar-se de qualquer distração, chamar a atenção do povo, romper com a hipocrisia dos líderes religiosos que preferiam o conforto em vez de fazer a obra de Deus e cumprir a profecia de Isaías.51. João Batista veio chamar a nação a uma volta sincera para Deus, mais do que simplesmente uma expressão vazia da religião.

Um novo batismo

Essa nova mensagem, a mensagem que todos precisavam de arrependimento, culminava em um novo batismo. Um novo batismo por si só não era algo novo, era um ritual que servia para incluir no judaismo quem não era judeu, então vem João Batista e batiza judeus. Era um novo batismo que significava o rompimento de uma velha estrutura, uma nova aliança que não era delimitada por uma nacionalidade. O batismo também foi um escândalo, já que a partir do momento que um judeu também precisa se batizar isso indica que o judeu está no mesmo nível do gentio. Enquanto o batismo judeu apontava para a pessoa que era batizada, neste novo batismo o foco está no nome de quem está se batizando. Esse novo batismo aponta para a univeralidade do evangelho (a salvação rompe o judaísmo), que alcança pessoas de toda nação, tribo, lingua, povo e raça. Esse novo batismo aponta também para o fracasso universal da humanidade onde todos são pecadores, mas sobretudo aponta para um Deus que é poderoso para salvar qualquer tipo de pessoa.
No batismo em sí não ocorre nada de de sobrenatural com a água (nem muito menos a água do Jordão possui um poder especial), no entanto o símbolo do batismo aponta para o que acontece espiritualmente conosco no momento da nossa conversão. Morre a velha natureza e a novar criatura é ressucitada.
O batismo de Jesus nos remete ao princípio de todas as coisas. Vemos a trindade presennte na criação, onde vemos o próprio Pai, o Espírito pairando sobre a face do abismo e a Palavra de Deus (o verbo). No batismo de Jesus vemos a voz do Pai, o Espírito retratado como uma pomba que desce e o Filho que se batiza. Assim como a criaçao de todas as coisas era um projeto do Deus triúno, a salvação e a restauração de todas as coisas que estavam começando naquele momento com a chegada do Rei, também era um projeto do Deus triúno.

Aplicação

Jesus está em cena e vemos toda a trindade atuando dando início ao ministério de Jesus aqui na Terra.
Primeiramente Jesus sendo batizado, ali vemos alguém sem pecado se tornando como um de nós, se tornando o nosso representante ao descer as águas para se batizar. No ato do batismo Jesus esta ssumindo um pacto conosco que Ele seria nosso representante até a morte. Por isso gostaria de destacar alguns fenômenos presentes no batismo de Jesus:
O primeiro fenômeno do batismo é o céu se abrindo, e céu é uma referênca ao lugar aonde Deus mora (Deus está em todos os lugares - mas uma adaptação a linguagem humana para demonstra a posição elevada que Deus está). O céu se abrir aponta para o acesso a Deus ter sido aberto de forma violenta apontando para a morte violenta do Filho de Deus que rasgaria de uma vez por todas do véu que separava o homem de Deus. O rasgar do céu também nos remete ao Deus vindo em direção ao seu povo.
Por isso no segundo fenômeno nós vemos o Espírito Santo descendo saindo dessa rasgadura e pousando sobre Jesus. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade e vemos aqui a terceira pessoa da trindade expressas com clareza. O Espírito Santo desce ne representatividade de uma pomba (primeira vez que é descrito assim). Neste momento Jesus é revestido de poder e autoridade para dar início ao Seu ministério aqui na Terra.
O último fenômeno presente nesse batismo é a voz do Pai que todos ouviram ratificando o que Marcos escreveu e João Batista anunciou, Ele de fato era o Filho de Deus. Logo no batismo de Jesus aprendemos algumas verdades sobre a identidade do Rei:
Jesus era verdadeiramente homem (se fez um de nós para tomar o nosso lugar e isso começa no seu batismo e vai até a cruz).
Como homem Ele era cheio do Espirito Santo (Ele já possuia o ES, mas alli ele é revestido com poder e autoridade).
Como homem, Ele também era verdadeiramente Deus, reconhecido pelos homens e também ratificado pelo próprio Deus.
O início do evangelho aponta para o aspecto comunitário do evangelho e nos liberta de uma vida centrada em nós mesmos. Dessa relação da trindade deriva a igreja que deve ser uma comunidade de pessoas que se unem por um objetivo em comum e não por interesses individuais. Uma comunidade de pessoas que se unem cooperam e se completam servindo a Deus através do serviço uns aos outros. Se você não ama essa idéia, certamente você irá detestar a eternidade, porque na eternidade experimentaremos a realidade suprema da comunhão de pessoas que se conhecem e amam uma as outras.

Conclusão

Porque o batismo de Jesus é tão importante para nós?
Primeiro, porque precisamos entender quem de fato somos sem Deus.
Romanos 3.10–11 NAA
10 Como está escrito: “Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus.
Quando descobrimos a realidade sobre nós ficamos desesperados, mas ao mesmo tempo vemos o ato de um Deus que desce para se tornar nosso representante. A nossa incapacidade de agradar plenamente a Deus traz desespero, mas Cristo se identificando consoco nos traz esperança.
Colossenses 3.3 NAA
3 Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus.
2Coríntios 5.21 NAA
21 Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Através do arrependimento e aceitação da morte de Jesus em nosso favor, somos até chamados de Seus filhos. Deus não vê mais as nossas imperfeições. Em vez disso, Ele vê a justiça do Seu próprio Filho . Porque estamos em Cristo, Deus vê a justiça de Cristo nos cobrindo. Somente "em Cristo" a nossa dívida de pecado é cancelada, o nosso relacionamento com Deus é restaurado e a nossa eternidade é garantida.
Logo a afirmação do Pai sobre Jesus no ato seu batismo também é atribuída a nós, não mais condenados, não mais inimigos de Deus, agora filhos amados do Pai de que quem Ele se agrada.
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