O Estado Natural do Homem Diante de Deus - Ef 2.1-10

Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 681 views
Notes
Transcript
Intodução
Na Bíblia, a palavra regeneração pode ser entendida como a implantação da vida espiritual naqueles que estavam espiritualmente mortos.
É um ato exclusivo de Deus. Essa vida implantada, de acordo com a Escritura, se manifestará em arrependimento e fé, produzindo transformação na pessoa.
(Jo 3.3) “Em resposta, Jesus declarou: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”.”
(Tg 1.18) “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como que as primícias das suas criaturas.”
(1Pe 1.23) “Vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente.”
A Bíblia fala ainda de regeneração num sentido mais amplo, indicando a restauração final da criação. Que acontecerá na Segunda Vinda de Jesus.
(Mt 19.28) “Jesus lhes disse: “Digo-lhes a verdade: Por ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.”
Calvino mesmo usou a palavra como um sinônimo do processo total de renovação da vida e crescimento espiritual do cristão. (R.C. McGregor Wright – A Soberania Banida – SP; Cultura Cristã – 1998 p.145)
1. O contraste vívido entre o que o homem é por natureza e o que pode vir a ser mediante a graça de Deus.
a) As duas ideias dominantes são “Estando vós mortos” (2.1) e “Ele [Deus] vos deu vida” (2.4,5).
· O parágrafo todo é uma espécie de biografia espiritual contando como eram os destinários da carta de Paulo antes de conhecer o evangelho de Cristo (2.1–3).
· O que vieram a ser “em Cristo Jesus” (2.4–6).
· E qual o propósito de Deus em realizar tão extraordinária transformação (2.7–10).
b) O diagnóstico que Paulo faz se refere ao homem caído em uma sociedade caída em todos os tempos e em todos os lugares.
· Esse é um retrato da condição humana universal.
· O pecado não é como uma dessas enfermidades que alguns homens contraem e outros não. (Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo, 1 a edição., Comentários Expositivos (São Paulo: Hagnos, 2010).
Há algumas expressões importantes nesse texto. Que nos leva a segunda lição.
2. A declaração de que estávamos “mortos”.
a) Chamamos isso de morte espiritual.
· Pois, o ser humano embora fisicamente vivo, por natureza está o ser humano está espiritualmente morto.
· Paulo não diz que estamos “doentes”, mas absolutamente mortos.
· Mortos nos delitos e pecados se refere à corrupção natural do ser humano.
· Que nasce sob a servidão do pecado e passa toda a vida nessa situação, cometendo pecado e sendo escravo do pecado. (Jo 8.34) “Jesus respondeu: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado.”
b) Uma pessoa é absolutamente incapaz de sair dessa situação e produzir vida em si mesma.
· Ela não tem forças para dar um passo em direção a Deus.
· Não pode se inclinar em direção a Deus porque já está naturalmente inclinada a três coisas: “o curso deste mundo”; “o príncipe da potestade do ar”; “as inclinações da carne”.
· O apóstolo Paulo diz que nós “andávamos” em obediência a esses três senhores: o mundo, o diabo e a carne.
· Este é o estado de morte em que se encontra o ser humano.
Como pode voltar a vida?
· A Escritura tem várias expressões que nos ajudam a entender esse estado de morte espiritual. Jr 17.9 “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá”?
Como isso pode ser mudado?
· “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal? (Jr 13.23)
· Assim como o leopardo não consegue mudar a sua pele, o ser humano também não consegue mudar a sua natureza pecaminosa. (Rm 8.7,8)
Quando falamos que o ser humano para ser salvo basta crer, é preciso entendermos que ao homem não-regenerado faltam condições para crer.
“A menos que Deus dê vida, os pecadores nunca podem verdadeiramente crer. Simplesmente não temos as condições requeridas para isso”. (R.C. McGregor Wright – A Soberania Banida – SP; Cultura Cristã – 1998 p.114)
C. S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples, expõe duas palavras gregas que tem a ver com dois tipos de vida: BIOS E ZOE.
Bios é o tipo de vida que todas as pessoas têm, vida biológica, mantida por comida, ar e água, mas que eventualmente termina em morte.
Zoe, por outro lado, é a vida espiritual, o tipo de vida que Deus nos dá quando nascemos de novo, vida eterna. Esses dois tipos de vida, não são só diferentes, mas são opostas entre si. Bios é basicamente centra em si mesma, ao passo que Zoe é centrada em Deus e nos outros. (C. S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples – SP; ABU; 1992 – p.90)
3. A manifestação da graça de Deus (2.4-9)
Somos redimidos por quatro atividades que Deus realizou em nosso favor, salvando-nos das consequências dos nossos pecados. Deus oferece vida aos mortos, libertação aos cativos e perdão aos condenados.
Quatro verdades preciosas e gloriosas merecem a nossa atenção:
1. Deus nos amou (v4)
“mas Deus que é rico em misericórdia, pelo imenso amor com que nos amou”.
· Deus é amor. Mas o amor de Deus na relação com os pecadores transforma-se em graça e misericórdia.
· Deus é rico em misericórdia e em graça e essas riquezas tornam possível a salvação do pecador.
· Foi na cruz que Deus mostrou que Deus demonstrou seu repúdio ao pecado e Seu amor pelos pecadores.
· A motivação de Deus segundo Paulo: amor, misericórdia, graça e bondade.
2. Deus nos ressuscitou (v.5)
“Estando nós ainda mortos em nossos pecados, deu-nos vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos”)
· Deus tirou-nos da sepultura espiritual em que o pecado nos havia posto.
· Deus realizou uma poderosa ressurreição espiritual em nós por meio do poder do Espírito Santo.
· Quando cremos em Cristo, passamos da morte para a vida. (Jo 5.24). Recebemos a vida de Deus em nós.
3. Deus nos exaltou (v.6)
“E nos ressuscitou juntamente com Ele, e com Ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus”.
· Não só saímos da sepultura e fomos ressuscitados, mas também fomos exaltados.
· Porque estamos unidos a Cristo, somos exaltados com Ele.
· Agora, assentamo-nos com Ele nas regiões celestiais, acima de todo principado e potestade.
· As três fases da exaltação de Cristo – ressurreição, ascensão e assentar-se no trono. Agora são repetidas na vida dos salvos em Cristo.
· Deus nos deu vida (v.5), ressuscitou-nos e fez-nos assentar nas regiões celestiais (v.6). São degraus de exaltação.
4. Deus nos guardou v.7-9)
“Para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se orgulhe”
· A salvação é um presente, não uma recompensa. Somos as joias preciosas de Deus. Somos os seus troféus da Sua graça.
· A obra da salvação já foi plenamente realizada por Cristo na Cruz (Jo 19.30) Não podemos acrescentar mais nada à obra redentora de Cristo.
· Não há mais necessidade de sacrifícios e rituais. Fomos reconciliados com Deus.
Conclusão
a. A regeneração, o nascer de novo é o ato divino pelo qual é implantada vida em quem estava espiritualmente morto.
b. É o princípio da manifestação da salvação de uma pessoa.
c. Uma obra invisível aos olhos humanos e totalmente realizada por Deus por meio do Espírito Santo.
d. É um ato soberano de Deus motivado por seu amor e misericórdia.
Aplicação
1. Devemos louvar a Deus pelo fato dele nos dar vida, estando nós mortos espiritualmente.
2. Devemos levar o evangelho aos que não o conhecem, para que pela pregação recebam também o chamado interior.
3. Somos responsáveis de vivermos como Cristo. A graça não é um meio para se viver de forma libertina, irresponsável.
Related Media
See more
Related Sermons
See more