Vivendo para a audiência de Um - Mateus 6.1

Mateus 6.1 NVI

1 “Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.

A mulher de Cezar não pode apenas ser honesta, ela deve parecer honesta.

Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus

Não espero ser aprovado por vocês, nem por mim mesmo, mas aprovação de Deus

Cristo é contracultura

Introdução

Gostaria de fazer uma pergunta pra vocês: por que coisas bonitas existem?

Qual a razão das coisas serem belas?

Já parou pra pensar na utilidade das cores de uma borboleta que voa no pico de um monte que cresceu e vai morrer sem ser observada por nenhum ser humano?

O Pb Fernando abriu a escola bíblica com o Salmo 19 que diz: os céus declaram a glória de Deus, o firmamento a obra das suas mãos.

As coisas são bonitas porque Deus as fez assim para a glória dele. Tudo é dele, por ele e para ele.

E interessante que a criação não tem opção, ela simplesmente glorifica a Deus por existir. Mas nós também devemos glorificar a Deus. Só que diferentemente da criação, Deus espera de nós mais do que a glória, ele também espera amor.

Nós podemos fazer algo que a natureza não consegue: glorificar a Deus de maneira voluntária.

A criação é um palco, a obra de Deus: toda a natureza, com os climas, os países, os animais e as pessoas são o espetáculo. E quem é está no auditório? Deus.

Ele é aquele que nos assiste. Ele é aquele que é glorificado pelo espetáculo da criação.

Mas e quando fazemos o que fazemos não para a audiência de Deus mas para outra audiência? Quando mesmo as coisas boas que fazemos são para outro fim e não para Deus?

É sobre isso que falaremos nessa manhã.

Prática das obras de justiça

Nova Versão Internacional 6.1 A Ajuda aos Necessitados

“Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’

Jesus inicia o texto pedindo que seus discípulos tenham cuidado. Cuidado quando? Quando praticarem as obras de justiça.

A palavra que Jesus usa aqui é “piedade”.

Geralmente quando a gente pensa em piedade pensamos em coisas um pouco diferentes do que Jesus queria dizer.

Piedade pra nós parece aquele tipo de coisa que provoca um tipo de dó no outro. “Carinha de piedade”.

Mas o que Jesus está dizendo é sobre piedade no sentido de devoção a Deus.

É a prática da vida cristã.

É aquilo que Deus espera daqueles que são dele.

Tanto é que Jesus vai dar exemplos dessa “piedade”, e ele usa exemplos extremamente caros para o judeu, como esmola, oração e jejum.

Nós devemos viver todas essas coisas. E muitas outras que Jesus não exemplificou, mas que fazem parte dessa piedade, dessas obras de justiça.

O fato é que Cristo está falando das práticas de uma vida cristã, e ele diz: tenham cuidado.

Ter cuidado ao praticar o que o Senhor espera de nós? É isso mesmo.

Está pressuposto na fala de Jesus que os ouvintes do sermão do monte eram piedosos, praticantes das obras de justiça.

Jesus não diria essas palavras a descrentes, pessoas que não servem a Deus, mas a pessoas que fazem a vontade do Senhor.

O que torna esse texto ainda mais complexo, porque Jesus quer regular a motivação das nossas práticas cristãs, quando muitas vezes nós olhamos para dentro de nós e percebemos que essas práticas cristãs são raras ou deixaram de ser praticadas já tem tempo.

A impressão que dá é que perdemos o fio da meada. É como um professor de matemática que vai começar a ensinar multiplicação e nós ainda não aprendemos a somar e subtrair.

Deus espera que sejamos pessoas piedosas, pessoas que servem a ele, que vivem o Evangelho de Jesus.

O Evangelho precisa mudar tudo em nós! Precisa mudar a meneira como nós enxergamos o mundo, temos falado disso na escola bíblica. Precisa mudar a meneira como cultuamos, e precisa mudar a meneira como vivemos.

É necessário ao cristão se esforçar para viver segundo a vontade de Deus, cumprindo os mandamentos do Senhor.

E quando nós andarmos bastante, nos esforçarmos para viver para Deus, sermos piedosos ainda ouviremos de Cristo: cuidado. Você pode estar fazendo com a motivação errada.

Para serem vistos

Jesus está preocupado de que nossa vida piedosa seja apenas uma fachada.

Ele está preocupado por nos conhecer, e saber que nós temos uma grande necessidade dentro de nós que é de sermos notados pelas pessoas.

Não dá para negar, nós dependemos e muito de aprovação. Mesmo quem parece não se importar tanto, ainda assim se importa. É nosso. É humano.

E isso pode ser bom, porque você pode ter uma vida mais adequada por desejar a aprovação de seus pais, por exemplo.

No entanto, nossa realidade é diferente. Na verdade, essa coisa da aprovação das pessoas é elevada a décima potência nos nossos dias.

Temos uma coisa chamada internet, e somos fiéis usuários de coisas chamadas de redes sociais.

O Facebook e o Instagram nada mais é do que a externalização absoluta da nossa necessidade por aprovação. Tanto é que é um trabalho árduo para escolher qual a melhor foto que vai ser publicada, porque as pessoas precisam me aprovar.

E mesmo aqueles que parece que não precisma de aprovação, que mostram a “vida real”, quando forem contrariados por esse comportamento eles vão fazer um textão para justificar suas ações, esperando que você concorde e o aprove.

Nós somos seres sociais, portando a aprovação das pessoas é importante para nós.

E isso deixa Jesus preocupado, porque ele entende que nós podemos ser perfeitamente cristãos em nossa conduta, e não fazer isso para Deus, mas para os homens.

Jesus não está contente quando simplesmente estamos tendo um comportamento diferente.

Ele quer saber o que está em nosso coração.

É possível que tenhamos uma prática cristã, uma vida exemplar, sermos aprovados por muita gente, mas desaprovados por Deus.

Que fique claro, Jesus está falando de coisas que devemos fazer! Ele não desaprova a ação, mas ele espera que nós tenhamos a motivação correta por detrás da nossa piedade.

E qual a motivação correta?

O próprio Deus.

Recompensa celestial

Jesus conclui o versículo dizendo: “Se fizerem isso (viver preocupado apenas com o que as pessoas vão pensar), vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.”

Ele fala de uma recompensa que Deus tem para aqueles que servem a ele.

Jesus espera de nós uma conduta desinteressada, que vive o Evangelho por amor ao próprio Deus, simplesmente, e não por coisas em troca.

Ele deixa isso claro no seu desenvolvimento quando diz que quem ora para ser notado, sendo notado já conseguiu o que queria, e não vai ter nada além disso.

Mas quem faz não para ser notado, mas por amor a Deus e não pela recompensa, em secreto, Deus o recompensa.

N. T. Wright diz: “Jesus não diz que tipo de recompensa devemos esperar. Isso também faz parte do ponto. Simplesmente conhecer melhor a Deus é recompensa suficiente; mas talvez ainda haja outras recompensas. Você jamais saberá até tentar.”

Conclusão

Nós vivemos na era dos espetáculos, irmãos.

Nós queremos o espetáculo o tempo todo, e ao mesmo tempo desejamos ser o espetáculo, assistido e aplaudido pelas pessoas ao nosso redor.

Em tempos como os nossos, de tamanha necessidade por aprovação, necessidade de ser reconhecido, tempos de autoafirmação diante dos outros, Deus nos convida a vivermos para a audiência de Um só.

Já dizia a canção infantil: não dá pra brincar de enconde-esconde com Deus. Isso amedronta aqueles que nao vivem segundo a vontade de Deus. Mas é esperança para aqueles que vivem! Jesus diz que o Pai vê em secreto, ou seja, quando não tem ninguém olhando a beleza da sua conduta e da sua vida, Deus vê!

Deus te vê quando ninguém te vê. Deus enxerga sua beleza que não é reconhecida por ninguém. E isso deve bastar.

Nós fomos criados para a glória dEle. E Ele é glorificado através de nossas vidas mesmo que ninguém repare.

Nao precisamos viver refem da aprovacao das redes sociais porque nao é dessa aprovação que precisamos. Precisamos viver para Deus. O espetáculo da criação é para a audiência de Um.

Mesmo as coisas mais simples, como comer e beber, ainda que sozinhos, devem ser feitas para a glória de Deus. Ele deve ser a razao de tudo o que fazemos.