Passando pelo teste

A Identidade do Rei  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Toda grande missão exige uma fase de preparo. Isso ocorre nas etapas da vida, no período escolar, acadêmico, profissional, até mesmo no âmbito familiar (pelo menos deveria ser assim antes de casar, ter filhos…). Isso ocorre por exemplo na carreira dos atletas que passam anos treinando para uma prova que dura segundos afim de baixar centésimos em sua marca.
Com Jesus antes de dar início ao seu ministério não foi diferente, Ele se submeteu a três momentos de preparação. Mas sendo Jesus verdadeiramente Deus, para que Ele se submeteu a uma preparação? Jesus não precisava se preparar, mas precisava mostrar para humanidade que Ele estava preparado, que Ele era o único de passar pelos testes que ninguém nunca foi nem é capaz de passar.
As duas primeiras fases dessa preparação foram:
Primeiramente João Batista preparando o caminho. Mesmo sendo Deus Ele permite que pecadores como eu e você cooperemos com a sua obra.
Em segundo lugar Ele se submete ao batismo, onde ali Ele assume o papel de nosso representante e vive a experiência completa de alguém que se tornou verdadeiramente homem. Embora fosse o Filho de Deus, o Pai ratifica declarando isso, embora já fosse cheio do Espírito Santo, o Espirito publicamente ratifica seu poder e autoridade sobre Jesus. Esse evento demonstra publicamente ao mundo a identidade do Rei, como vimos na semana passada.
Hoje, veremos o terceiro momento desta preparação, o momento do teste final que Jesus é submetido. Assim como nas duas primeiras etapas, Jesus não estava sendo desafiado, mas sim demonstrando para nós quem Ele era e o que Ele viria fazer.
Marcos 1.12–14 NAA
12 E logo o Espírito conduziu Jesus ao deserto, 13 onde ficou durante quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Estava com as feras, e os anjos o serviam. 14 Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus.
Esse terceiro ato é subsequente ao batismo, a tentação, o teste que faltava para Jesus. Mas sendo Jesus verdadeiramente Deus, porque ele deveria ser tentado, deveria ele testar seus limites para não pecar? Assim como nas duas primeiras etapas, Jesus não se desafiar a não pecar, mas mostrar publicamente que no teste do Jardim onde Adão falhou, Ele no deserto saiu vitorioso.
Vemos que Ele foi conduzido pelo Espírito (impelido). O termo não sugere algo forçado ou contra a vontade, mas que Jesus foide forma irresistível convencido e conduzido para o deserto. Logo, a tentação era inevitável. E por que a tentação era inevitável?
Primeiramente para que Jesus passasse pelo mesmo teste que Adão falhou. Recentemente em uma das nossas séries falamos sobre Jesus como o segundo Adão.
Adão é o pai de toda humanidade, o cabeça de uma raça.
Jesus é o segundo Adão, o cabeça de uma nova humanidade.
Por isso que lemos em Romanos o seguinte:
Romanos 5.11–12 NAA
11 E não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação. 12 Portanto, assim como por um só ser homano entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram.
Em segundo lugar, era necessário que Jesus vencesse o diabo (o principe do mundo). Para redmir a raça humana era necessario essa vitória frente a frente, porque o tentador que estava no Éden com Adão era o mesmo que esteve com Jesus no deserto. A batalha contra o diabo não acabou ali, mas foi o começo e a prova que embora essa luta continue, Satanás já foi vencido por Cristo (Satanás já chega derrotado sempre).
Em terceiro lugar, Jesus ao ser tentado se identifica conosco nas nossas tentações. A Palavra de Deus diz que em tudo Cristo foi tentado, e diferente de nós Ele não caiu em nenhuma dessas tentações. Além de não pecar, Jesus nos ensina como vencer a tentação (Lucas e Mateus falam que foi através do poder da Palavra através de uma vida de comunhão com o Pai).
A tentação de Jesus também é o cumprimento do que foi anunciado desde o antigo testamento em outros eventos.
Em 1 Coríntios 10, Paulo diz que a travessia no Mar Vermelho foi o batismo do povo de Israel. E o que eles encontraram do outro lado antes de chegar em Canaã? O deserto. E por quanto tempo permaneceram lá? Quarenta dias.
Foi em um período de quarenta dias que Moisés recebe a Lei. E também em quarenta dias que Jesus é submetido ao teste da Lei e a obedece por completo.
Por isso, quando olhamos para a tentação de Jesus e vemos que ela era inevitável e também o cumprimento do que havia sido anunciado. Entendemos que a tentação é uma realidade para todos nós que estamos em Cristo. Que após a nossa profissão pública de fé, o batismo, o que nos espera é o deserto até que cheguemos em nossa Canaã. Após sermos aceitos no Reino de Deus, sermos batizados no Espírito de Deus e ouvirmos do alto que também somos filhos amados do Pai temos um deserto pela frente antes do nosso destino final. Que peregrinaremos em um mundo hostil, cercados por feras, mas guardados pelo Pai. E como isso se aplica a nossa vida?
Aplicações

A Batalha Espiritual é uma realidade.

Apesar de ser uma realidade, ela é frequentemente deturpada. Batalha Espiritual não é uma guerra do mal contra o bem onde Cristo luta em igualdade com Satanás, não são situações adversas surgem espiritualmente para te prejudicar. Batalha Espiritual é exatamente exemplificada na tentação de Jesus, onde estamos caminhando em um mundo hostil ao evangelho (Jesus estava cercado por feras e submetido ao clima hostil do deserto - Daniel esteve na cova dos Leões) e somos desafiados a resistir a essa hostilidade. Logo, batalha espiritual é a luta que todos nós enfrentamos como cristãos para não cairmos nas tentações que são inevitáveis.
Como somos tentados?
A desobedecer a Deus pecado, seja na prática do pecado ou negligenciando a missão e na comunhão com o povo de Deus.
Somos tentados ao pecado das mais diversas formas, e não se iluda achando que ela se revela apenas em ofertas explicitas ao pecado, mas também através de coisas que não são essencialmente ruins mas tem o poder de tirar o nosso foco.
Lazer e entreterimento.
Política - David Platt e a grande comissão: "“Jesus ordena que sua igreja cumpra a grande comissão, não pra ganhar uma eleição política, ou mesmo alcançar decisões judiciais… Nosso principal objetivo são novos corações”
Todo tipo de justiça própria - O esforço pessoal de ser bom através da sinalização de virtudes, ao invés de buscar a glória de Deus.

O importante é estarmos preparados

A tentação é inevitável, o deserto é inevitável, e o que o Senhor requer de nós? Que estejamos preparados parque ao sermos tentados não pequemos. Jesus não lutou contra o deserto, mas permaneceu fiel, fortalecido em Deus. Como nos fortalecemos? Oração, sendo alimentado Pela Palavra e em comunhão com o povo de Deus que é o corpo de Cristo.
Por que muitos caem? Porque foram tentados e não estavam preparados.
Como Jesus foi tentado? Nos evangelhos de Lucas e Marcos vemos que três tentações são narradas que de alguma forma englobam todas as tentações. As tentações de Jesus seguem três padrões que são comuns a todos os homens.
Transformar pedras em pães - Jesus tinha fome, mas respondeu que nem só de pão vivemos. Essa tentação não fala somente sobre fome, mas sobre todas as nossas necessidades fisicas. Essa primeira tentação diz respeito aos desejos da carne (Mateus 4:3-4), a qual inclui todos os tipos de desejos físicos. O Nosso Senhor teve fome, e o diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando Deuteronômio 8:3. Comer não é pecado, mas a fome não podia ser justificativa para que Ele se alimentasse de uma forma que não era da vontade de Deus. Isso serve para nós. As suas necessidades, em qualquer área da sua vida devem ser saciadas de acordo com a vintade de Deus. A fome não pode ser justificativa para o roubo, o seu apetite sexual também não pode ser justificativa para o adultério.
A segunda tentação foi acerca da soberba da vida (Mateus 4:5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da Escritura contra Ele (Salmo 91:11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a Escritura em sentido contrário (Deuteronômio 6:16), afirmando que seria errado abusar de Seus próprios poderes. Isso está ligado a aprovação não só do mundo, mas é uma idolatria presente também na nossa vida enquanto igreja. Quando sirvo por motivações egoístas ou até mesmo tento demonstrar virtudes como meio de redenção (nossas obras que não são resultado do evangelho são trapos de imundicie).
A terceira tentação foi acerca da cobiça dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).
E em todas elas vemos algo que deve nos chamar a atenção. Satanás usou a própria bíblia para tentar Jesus, e Jesus vence o diabo com a própria Palavra. Por isso a importância de uma teologia saudável e um aprofundamento bíblico do que realmente Deus diz em Sua Palavra para que não sejamos enganados. Tem muita coisa aí sendo apresentada em nome de Deus, mas usando a mesma estratégia de Satanás para confundir até mesmo os eleitos.
Mateus 24.24 NAA
24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando grandes sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
Portanteo, gostaria de abir um parentese aqui. Não me ache chato quando tanto eu quanto os demais pastores e presbíteros dessa igreja advertimos sobre ensinos estranhos, doutrinas estranhas. Não queremos ser chatos, mas zelozos, agimos em amor a vocês que são rebanho de Deus que foi confiado a nós cuidar. Não somos perfeitos, mas procuramos ser fiéis.

O tempo da tentação está nas mãos de Deus.

Tendemos à idolatria do controle, e talvez essa idéia de uma circunstância adversa que não temos absolutamente nenhum controle nos assuste. Mas quando temos a conciência de nossa fraqueza e ao mesmo tempo a dimensão do amor e do poder de Deus, saber de quem de fato está no controle isso nos alivia. Ainda bem que não está em nossas mãos, mas nas mãos de Deus que tem todo poder e nos ama.

Conclusão

Encarar a realidade da tentação é necessária, ignorá-la é uma ilusão, um anestésico é como usar uma susbstância uma droga que nos tire da realidade embora ela continue existindo.
Então como encarar essa realidade sem ser esmagado pelo sentimento de culpa e fracasso?
Hebreus 4.14–16 NAA
14 Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que adentrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.
Ao sermos tentados, nos lembremos dos nosso mediador, nos acheguemos com confiança a Cristo que se identifica com nossas tentações que se submeteu a todas tentações possíveis. Mas que ao ser tentado não pecou, e esse mesmo Cristo que não pecou se torna o nosso representante e quando estamos Nele, não só a vitória Dele sobre a tentação é atribuida a nós como é Ele que nos capacita a estamos fortes diante da tentação.
"Aonde você merecia perder, Cristo te fez ganhar." Tiago Cavaco
Não sei como você está nessa noite, qual a tentação que você tem enfrentado, mas uma coisa eu posso te dizer. Não tem como se fortalecer sem se aproximar do trono de Deus e depositar Nele a nossa esperança.
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