O que preciso fazer para ser salvo?
Mateus • Sermon • Submitted
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· 12 viewsOs requisitos éticos do Rei não estão em contradição com a Lei, oferecendo, isto sim, seu verdadeiro cumprimento (5:17–20). Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Foco e desenvolvimento no Novo Testamento; Foco no Novo Testamento (São Paulo: Hagnos, 2008), 63.
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uma justiça que excede a dos fariseus
uma justiça que excede a dos fariseus
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. 18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19 Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Quão bom um homem deve ser para entrar no reino dos céus?
Essa pergunta ronda as mentes das pessoas. A maior preocupação de todos os homens é: o que será de mim depois que eu morrer?
Muitas pessoas e líderes religiosos estão distorcendo o padrão divino para que todos pensem que, no fim, serão aceitos diante de Deus. Como alguns dizem: "- o amor prevalece". Mas a verdade é que existe uma justiça exigida por Deus para que se entre no reino dos céus".
Jesus começa dizendo: "Não penseis". Quantos pensamentos equivocados nós temos e alimentamos com a esperança de que no fim, tudo dará certo? Alguns estavam esperando que Jesus apontasse para um caminho mais fácil do que o caminho dos escribas e fariseus. E, de fato, é mais fácil, mas não porque as exigências sejam menores, mas porque a eficácia do seu poder opera nos seus súditos, como veremos.
Jesus estava se apresentando como Rei de Israel, estava apresentando as virtudes dos súditos do seu reino e a forma como eles deveriam viver no mundo para a glória do Pai celestial. Ele se apresenta como líder do povo, mas não faz promessas fáceis para ser aceito e amado. Na verdade, ele dificulta as coisas, mostrando que a justiça requerida é interna, mediante a fé e que tem as obras como evidência da justiça e não um meio para se alcançá-la.
A VINDA DO REI
Ele disse que não veio "revogar a Lei ou os Profetas", mostrando que a justiça exigida por Ele estava em conformidade com o AT.
O Dr.Carlos Osvaldo disse que " Os requisitos éticos do Rei não estão em contradição com a Lei, oferecendo, isto sim, seu verdadeiro cumprimento (5:17–20)" (Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Foco e desenvolvimento no Novo Testamento; Foco no Novo Testamento (São Paulo: Hagnos, 2008), 63.).
Com base na declaração podemos afirmar que a Lei ou os Profetas não foram revogados/destruídos por Cristo. A palavra grega καταλῦσαι pode ser traduzida por destruir, declarar inválido ou inaplicável. καταλύω aparece 17 vezes no NT com o sentido de revogar, destruir, derribar, perecer etc. Jesus não destruiu ou declarou inválida ou inaplicável a Lei e os Profetas, pelo contrário, tanto a Lei como os profetas apontaram para Cristo e para o plano redentor de Deus por meio do Filho. Por isso Ele declara que não veio destruir, mas veio "cumprir". Jesus veio dar pleno sentido e cumprimento à Lei e aos Profetas.
A palavra grega πληρῶσαι pode ser traduzida por encher, expressado como encher um recipiente completamente. πληρόω aparece 87 vezes no NT com o sentido de completar, encher, cumprir etc. Jesus dá sentido à Lei e aos Profetas. As Escritura apontavam para o evangelho que é acerca do Filho (Rm 1.1-3).
De fato todo o Antigo Testamento encontra pleno sentido e significado em Cristo. Em vários textos do NT nós lemos: "para que se comprisse a Escritura", "para que se cumprisse o que fora dito por meio do profeta...". O evangelho de Mateus é o campeão neste assunto. Jesus veio cumprir, preencher, o que a seu respeito estava escrito e o que por meio dele seria realizado. Ele já realizou várias profecias e outras tantas ainda aguardam pleno cumprimento.
Pedro em Pentecostes, quando pregava, declarou que as coisas que estavam acontecendo eram cumprimento da profecia (At 2). O apóstolo Paulo "igualmente, liga o novo ao velho, deixando em evidência que sua doutrina da justificação pela graça por meio da fé não era algo completamente novo, mas que estava firmemente radicado no ensino do Antigo Testamento (Rm 3.21; cap. Rm 4; 7.7s.; cap. 9 a 11; Gl 3.6–22; 4.21–31; etc.) (William Hendriksen, p. 356).
Diferente do que alguns pensavam, Jesus não era contra a Lei ou os Profetas. Ele entendia e defendia todo o AT como Escritura divina. Ele utilizou a Lei e os profetas para enfrentar a tentação, trouxe esclarescimento sobre o real significado do AT, baseou suas doutrinas nos Escritos do AT e, como judeu, cumpriu a justiça do AT. Jesus, inclusive declara a permanência da Lei e dos Profetas até que tudo se cumpra.
"Até que tudo se cumpra", Jesus afirmou, "nem um i ou til jamais passará da Lei". Nem um ἰῶτα e nem um κεραία passará da Lei. O iota é uma letra simples e pequena do alfabeto grego. O Keraia é uma linha curta no final dos principais traços de carácter, especialmente os que parecem um pequeno chifre. A ideia é que nem mesmo os mais insignificantes traços da Escritura passarão sem que sejam cumpridos. É como se disséssemos que nem um "t" ficará sem o traço e nem um "i" ficará sem o ponto. Jesus afirma a total autoridade e inerrância do AT como Palavra de Deus. O NT não destrói o AT ou o substitiu, mas o cumpre e o explica.
Muitas coisas já foram cumpridas, outras ainda serão. O que tiver que ser cumprido será cumprido. Deus não deixará de cumprir, por meio do Filho, o agente da redenção de todas as coisas, o que prometeu. Tornar a Lei e os profetas obsoletos é o mesmo que dizer que Deus não precisará cumprir as alianças que fez com Abraão, Davi e com a casa de Israel e a casa de Judá. Afirmar tal coisa tornaria o nosso Deus um mentiroso e Jesus, que é Deus encarnado, jamais faria isso. A Lei e os Profetas passarão, mas somente quando a medida for preenchida completamente. Quando tudo se cumprir, então os céus e a terra passarão e um novo céu e uma nova terra virá da parte de Deus (Ap 21.1).
"Enquanto o universo, em sua forma atual, não tiver desaparecido (Sl 102.25,26; Is 34.4; 51.6; Mt 24.35; Rm 8.21; Hb 1.12; 2Pe 3.7, 10–13; Ap 6.14; 21.1–3), nem mesmo a menor parte do Antigo Testamento que requeira cumprimento deixará de cumprir-se. Cada tipo será substituído pelo seu antítipo. Cada predição será verificada. A exigência da lei será plenamente satisfeita" (William Hendriksen, p. 360)
Se pudermos desmembrar a Lei entre Lei moral, cerimonial e judicial, então, podemos afirmar que Jesus "cumpriu a lei moral ao respeitá-la perfeitamente, cumpriu a lei cerimonial ao ser a incorporação de tudo a que os tipos e símbolos da lei apontavam e cumpriu a lei judicial ao personificar a perfeita justiça de Deus (Mt 12.18,20)" (MacArthur, Bíblia de Estudo, p.1214).
Concordo com Hendriksen quando ele afirma que: "A honra que Cristo concede “à lei ou aos profetas” era muito mais elevada do que aquela concedida pelos escribas e fariseus. Eles sepultavam os oráculos divinos sob uma grande carga de tradições e consideravam que a prática da lei era o único caminho para se obter a salvação. Portanto, na realidade eram eles quem estavam pondo de lado o Antigo Testamento" (William Hendriksen, p. 356–357)
A VIDA NO REINO
Jesus disse que se alguém praticar ou ensinar alguma coisa contrário ao que está na Lei e nos Profetas, qualquer coisa da Palavra de Deus será chamado mínimo no reino dos céus (Tg 2.10). Vemos aqui que existem graus de mandamentos e uma graduação de posição no reino dos céus. Haverá pouca consideração por aqueles que tiveram pouca consideração pela Palavra. Todos aqueles que desobedecem, desacreditam ou depreciam a lei de Deus não ficarão impunes (2Co 5.10). Mas todos que cumprem e ensinam com fidelidade serão considerados grande no reino. Vida e ensino andam juntas.
Agora, será que temos que obedecer e ensinar as pessoas a guardarem o sábado, a não comerem alimentos imundos, a guardarem as festas, já que Jesus não veio abolir a Lei? É claro que não, isso iria contra tudo o que nos ensina o NT. A própria Lei e os Profetas já apontavam para um tempo em que Deus levantaria um profeta semenlhante à Moisés e que Ele mesmo estabeleceria uma nova Aliança, onde a Lei seria escrita no coração e não mais numa tábua de pedra. Temos vários textos que nos mostram essa mudança de testamento:
17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
16 A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz,
7 E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, 8 como não será de maior glória o ministério do Espírito! 9 Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça. 10 Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobre-excelente glória. 11 Porque, se o que se desvanecia teve sua glória, muito mais glória tem o que é permanente.
6 Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. 7 Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. 8 E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, 9 não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. 10 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 11 E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. 12 Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei. 13 Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.
4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. 15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!
1 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? 2 Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. 3 De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias. 4 Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. 5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. 6 Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra. 7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.
19 Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. 20 Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. 21 Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. 22 Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.
19 e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 21 Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia.
7 Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. 8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. 9 De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. 10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. 11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. 12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
23 Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. 24 De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. 25 Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.
Sobre as mudanças de ações alimentares, de festas e de dias, lemos:
SOBRE OS ALIMENTOS:
14 Convocando ele, de novo, a multidão, disse-lhes: Ouvi-me, todos, e entendei. 15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina. 16 [Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.] 17 Quando entrou em casa, deixando a multidão, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola. 18 Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, 19 porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros todos os alimentos. 20 E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. 21 Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, 22 a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. 23 Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.
5 Eu estava na cidade de Jope orando e, num êxtase, tive uma visão em que observei descer um objeto como se fosse um grande lençol baixado do céu pelas quatro pontas e vindo até perto de mim. 6 E, fitando para dentro dele os olhos, vi quadrúpedes da terra, feras, répteis e aves do céu. 7 Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro! Mata e come. 8 Ao que eu respondi: de modo nenhum, Senhor; porque jamais entrou em minha boca qualquer coisa comum ou imunda. 9 Segunda vez, falou a voz do céu: Ao que Deus purificou não consideres comum. 10 Isto sucedeu por três vezes, e, de novo, tudo se recolheu para o céu. 11 E eis que, na mesma hora, pararam junto da casa em que estávamos três homens enviados de Cesareia para se encontrarem comigo. 12 Então, o Espírito me disse que eu fosse com eles, sem hesitar. Foram comigo também estes seis irmãos; e entramos na casa daquele homem. 13 E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, 14 o qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa. 15 Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. 16 Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. 17 Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus? 18 E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida.
Ainda sobre comidas e dias de féstas e sábados:
16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, 17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
Quando afirmamos hoje que não há nenhuma necessidade de guarda de sábado, de festas, nenhuma necessidade de restrição alimentar estamos ensinando em conformidade com a nova revelação de Deus já anunciada pela Lei e pelos Profetas.
A respeito do que chamam de Lei moral, eu entendo que estamos debaixo da Lei de Cristo e quem ama a Deus e ao próximo guarda a Lei. A Lei moral é antes da própria Lei Mosáica ou antiga aliança. Tudo que existia antes da Lei e na própria Lei que enfatiza a santidade de Deus e sua vontade para a vida moral do homem deve continuar a ser observado, mas não com o peso de como estivéssemos debaixo da antiga aliança e das suas maldições.
A JUSTIÇA DO REINO
Depois de falar sobre a Lei e os Profetas e a necessidade de se observar e ensinar a Palavra para ser grande no reino dos céus, Ele vai falar quem entrará no reino dos céus. Entrará no reino dos céus os que tiverem uma justiça muito maior do que a dos escribas e fariseus.
Os escribas e fariseus viviam de acordo com 248 mandamentos e mais 365 proibições, num total de 613 preceitos. Eles sempre viviam no limite que a lei lhes permitia. Não a quebravam por causa da punição que sofreriam. Mas Jesus requer do cidadão do reino uma obediência não à mera letra da lei, mas ao “espírito da lei”. A preocupação deles era com os atos externos. Interpretavam a lei de Deus para aplicá-la somente aos atos exteriores e nunca aos pensamentos que os geravam. Diziam ser errado assassinar, mas nada diziam sobre o ódio que produz o homicídio. Diziam ser errado cometer adultério, mas nada sobre a luxúria que causa o adultério. Diziam ser errado furtar, mas nada diziam sobre a cobiça que leva o homem ao furto. Enquanto a pessoa não fosse apanhada em algum delito, ela seria justa aos olhos dos fariseus.
A justiça dos escribas e fariseus não consegue satisfazer o coração - "É formal, externa e superficial. Ela não alcança a perfeição (Mt 23.25). Aquela recomendada por Jesus satisfaz o coração. Ela é genuína, interna e profundamente arraigada. É completa (William Hendriksen, p.363)
A justiça dos ecribas e fariseus não consegue satisfazer a mente - "Ela está baseada num raciocínio que é enganoso, corruptor e meramente “engenhoso”, e procede de uma mente que não tem descanso (Mt 15.6; Lc 18.9-14). (William Hendriksen, p.363)
A justiça dos escribas e fariseus é de autoria própria - "Esses homens eram “justos aos próprios olhos”. Aquela recomendada por Jesus é dada por Deus" (William Hendriksen, p. 364)
A justiça dos escribas e fariseus glorifica o ego - "Ela é ostentosa e orgulhosa" (Mt 6.1-2) (William Hendriksen, p.364)
"Com Jesus o caso era inteiramente diferente. Quando exige boas obras (5.16), ele dirige essa exortação àqueles que previamente foram declarados “bem-aventurados” (Mt 5.2–12; Lc 6.20–23). Segundo as beatitudes, essas pessoas, convencidas de sua pobreza espiritual, tendo confessado, em pranto, os seus pecados, receberam de Deus a justiça por imputação e comunicação. Nesse contexto, “boas obras” são obras de gratidão pela salvação já recebida. (William Hendriksen, p. 357).
O significado desse verso é importantíssimo para a vida do súdito do reino dos céus. Jesus não estava condenando o cumprimento criterioso da lei, mas o legalismo farisaico, isto é, a tendência humana de obedecer apenas na aparência mas ter o coração vazio. Jesus condenou a obediência à letra da lei e a desobediência ao espírito, ao significado da lei. Jesus condenou a obediência externa e o desrespeito interior ao princípio da lei. Assim, o desafio de Jesus a todos nós é tremendo! Para se viver acima de qualquer religiosidade é necessário ser transformado no interior pela ação poderosa e amorosa do Espírito Santo.
"A justiça requerida por Jesus é nada menos que a completa conformidade com a santa lei de Deus (cf. Mt 22.34–40, especialmente o v. 37) em tudo quanto uma pessoa é e faz. Tal justiça significa que o coração, não só os feitos externos, está certo, sim, certo como o próprio Deus santo o vê. Além disso, a justiça é dada por Deus, aqui, em princípio; no porvir, em perfeição. Ao contrário, os escribas e fariseus aceitavam uma justiça que consistia num cumprimento externo, e criam ou pretendiam crer que através de um esforço enérgico poderiam atingir seu alvo, e que de fato estavam em vias de sua realização" (William Hendriksen, p. 363)
Conclusão:
"Tendo, pois, estabelecido o princípio fundamental (v. 20, em certo sentido, v. 17–20), essa verdade básica será agora aplicada a diversos mandamentos. Seis vezes Jesus irá pôr seu próprio pronunciamento autoritativo em contraste com o ensino dos escribas e fariseus, e, recuando para antes deles, em contraste com as más interpretações dos sábios de outrora. Seis vezes ele irá dizer: “Foi dito […] eu, porém, vos digo” (5.21, 27, 31, 33, 38 e 43). Podemos qualificar essas expressões de As Seis Antíteses" (William Hendriksen, p. 364)