O Problema da Incredulidade

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Ideia Central: A incredulidade humana confrontada por Jesus Proposição: Revelar a incredulidade e a falta de fé do ser humano e a necessidade de crer e ter fé em Cristo

Notes
Transcript

Ideia Central:

A incredulidade humana confrontada por Jesus

Proposição:

Revelar a incredulidade e a falta de fé do ser humano e a necessidade de crer e ter fé em Cristo

Introdução/Contexto:

A continuação da viagem de Jesus de Jerusalém para Galileia
Ele havia feito uma breve parada de 2 dias na Samaria para conversar com a mulher e com o povo de Sicar, agora retoma sua viagem.
O versículo 44 é como uma continuação dos versículos 1-3 do início do capítulo.
João 4.1–3 BEARA
1 Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João 2 (se bem que Jesus mesmo não batizava, e sim os seus discípulos), 3 deixou a Judéia, retirando-se outra vez para a Galiléia.
João 4.44 BEARA
44 Porque o mesmo Jesus testemunhou que um profeta não tem honras na sua própria terra.
Jesus não estava atrás de fama ou sucesso, Ele naquele momento fugia disso, então, por saber que um profeta não tem honra em sua própria casa, retorna ao lugar onde cresceu, a Galiléia.
A partir do versículo Jo 4.45 João retoma o tema principal de seu Evangelho, que pode ser resumido em uma só palavra CRER, só em João o Verbo πιστεύω (Crer) é usado 110 vezes.
As pessoas da Galileia estavam recebem Jesus por que haviam visto seus sinais em Jerusalém, em Jo 2.23 vemos que os que estavam na festa, vendo os sinais criam em Jesus, mas Jesus não confiava neles, pois sabia que não era uma fé verdadeira.
Havia em todo o Israel uma desconfiança em torno de Jesus, as pessoas ficavam maravilhadas por seus sinais, acreditavam que Ele era um homem diferente, provavelmente acreditavam ser algum tipo de profeta, mas não o Cristo esperado.
John MacArthur escreve em seu Comentário do NT algo muito interessante sobre os níveis de incredulidade naquela época.
“Os Evangelhos descrevem vários níveis de incredulidade. Em primeiro lugar, houve incredulidade devido à falta de exposição. Esta foi a incredulidade do coração preparado e pronto, apenas esperando a revelação da verdade de Deus. Este é o nível mais raso de incredulidade, exigindo apenas o conhecimento da glória do esplendor da pessoa de Cristo a ser superado. Por exemplo, quando João Batista apontou para Cristo André e João (1: 35-37), eles imediatamente seguiram-no-mesmo que ele ainda não tinha sequer falado com eles. Seu conhecimento do Antigo Testamento e seu amor a Deus os fez prontos.
Segundo, havia incredulidade devido à falta de informações. Este tipo de incredulidade requer mais do que a mera exposição à pessoa de Cristo; aqueles neste nível foram menos preparados e tiveram de ouvir Suas palavras para serem persuadidos. A mulher samaritana no poço não estava impressionada com a aparência de Jesus ou havia sido exposta a qualquer um dos seus milagres; Para ela, ele parecia ser apenas mais um rabino judeu. Mas depois ela experimentou Seu conhecimento sobrenatural a respeito de seu pecado (4: 16-19); Sua declaração direta de que Ele era o Messias (4:26) foi convincente.
Em terceiro lugar, havia incredulidade devido a uma percepção de falta de provas. Aqueles que se enquadram nesta categoria tinha ouvido as reivindicações de Cristo, mas desejavam evidências de que essas alegações eram verdadeiras. Os Evangelhos os descrevem como aqueles que precisam para ver as obras de Cristo. O próprio Jesus ofereceu Seus milagres como prova de que Ele era o Messias (Lucas 7: 20-22; João 5:36; 10:25, 37-38; 14:11; cf. Atos 2:22). Embora os milagres que atestem Cristo, não trouxe todos os que os observaram para a fé salvadora (Jo 2:23-25; Lc 4:23).
Mas havia um quarto nível de incredulidade, a incredulidade deliberada por dureza de coração. Extremamente religiosa e hipócrita, aqueles neste nível se recusaram a acreditar em Cristo e no evangelho da graça, e nenhuma quantidade de evidência os convenceria. Eles sabiam quem era Jesus; eles entenderam Seus ensinamentos; eles estavam cientes da esmagadora evidência; ainda que teimosamente rejeitou suas alegações. Os fariseus exemplificam esse nível final de incredulidade hipócrita quando concluíram de Jesus: "Este homem expulsa os demônios só por Belzebu o príncipe dos demônios" (Mt. 12:24). Eles decidiram, exatamente o oposto da verdade, que Jesus era satânico. Essa incredulidade deliberada é o tipo mais mortal. Sua incredulidade nunca vai dar lugar ao arrependimento e à fé salvadora.

Transição:

No texto de hoje, vamos ver justamente isso, um homem que ainda sofria com sua incredulidade, mas que foi confrontado com a necessidade da fé em Cristo.

Esboço:

Incredulidade Revelada – (Jo 4.46-49)

Jesus está de volta a Caná da Galileia, lugar do primeiro milagre.
Vemos um relato de um oficial romano que tinha um filho extremamente doente e precisava de Jesus pois os médicos locais já não conseguiam fazer mais nada por ele.
Temos aqui mais um relato que vai tratar sobre fé e crença, e mais uma vez com alguém que não era judeu. Assim como com a Samaritana do capitulo anterior.
Jesus está mostrando que Seu Evangelho é para todos ao mesmo tempo que demonstra a rejeição de Seu próprio povo a esse Evangelho.
O oficial romano já tinha escutado sobre Jesus e quando fica sabendo que Ele estava na região sai rápido ao seu encontro, um trajeto de cerca de 25 km (Cafarnaum – Caná) dos quais dependiam a vida de seu filho.
Ao encontrar Jesus esse oficial romano, alguém importante, com o orgulho romano de não se rebaixar para ninguém, ainda mais um judeu, se humilha por seu filho, o verbo rogou usado no versículo 47 está no imperfeito, que traz a ideia de uma ação contínua, ou seja ele estava implorando repetidamente a Jesus que fosse até a sua casa para curar.
Ele ouvira falar sobre os milagres, sabia que Jesus era capaz de fazer coisas grandiosas, mas não vemos aqui uma fé salvífica em Cristo, mas sim um ato desesperado de um pai. Podemos observar que seu conhecimento sobre Cristo era equivocado pois para ele Jesus tinha que ir lá em sua casa, tocar em seu filho para a cura acontecer.
Jesus sabia disso, sabia que muitos que O seguiam estavam atras de milagres e sinais meramente, atras do poder não da salvação, esse homem não conhecia Cristo de verdade. Por isso Cristo fala “Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis.”
O oficial sente a exortação de Cristo, e o tom de sua suplica muda, ele roga novamente: “Senhor, desce, antes que meu filho morra.” Em português não vemos muita diferença, mas quando olhamos no original, vemos que a palavra Filho aqui foi mudada, antes ele usou υἱός para filho, agora usa παιδίον (criancinha) um termo mais carinhoso, um pai clamando por seu filhinho amado.
Podemos parafraseá-lo aqui rogando, Senhor eu entendo sua repreensão, mas meu filhinho está para morrer, por favor, lhe imploro cure-o (Jo 4.49).
Sua incredulidade estava sendo revelada e confrontada pelo Messias. Jesus lhe faz agora o maior desafio de fé de sua vida e a partir do versículo 50 vemos sua Incredulidade sendo conquistada

Incredulidade Conquistada (JO 4.50-54)

Jesus decidi não voltar com ele para cafarnaum, diferente do que fez com a Filha de Jairo (Mc 9.21-24) ou com a sogra de Pedro (Lc 4.38-39) onde Ele vai até os enfermos para curá-los, aqui Jesus opta por exigir um passo de fé do pai.
A resposta de Jesus para o clamor de um incrédulo é CREIA, teu filho vive.
Aquele oficial não tinha como confirmar tal afirmação, não haviam métodos de comunicação a distancia rápidos, mas a respostas que temos é do próprio autor do Evangelho, João os relata o que aconteceu com aquele homem, ele creu na Palavra de Jesus e partir. Aquele homem antes de espirito atormentado por preocupações com seu filho, aquele homem que clamava em desespero agora creu e partiu. O tom de desespero do relato da lugar a tranquilidade e a paz.
As palavras do Senhor o tinham deslocado do terceiro nível de descrença (que precisa de milagres) para o segundo (que acredita que a palavra de Cristo). Sem qualquer prova tangível de que seu filho foi curado, tomou Jesus em Sua palavra e partiu para casa.
Em meio ao caminho de volta para casa, imagino eu que ele estava ali ruminando as Palavras de Cristo e digerindo todo o ocorrido, eis que surgem os seus servos, eufóricos vieram correndo contar as boas novas, a noticia era tão boa que não puderam esperar o patrão voltar, mas correram ao seu encontro.
Teu filho vive.
Não sabiam explicar o porquê, mas um milagre havia ocorrido, e o patrão faz uma pergunta talvez estranha para eles, a que horas isso aconteceu? Dai percebe que sua fé havia sido recompensada. E agora vemos um novo passo de fé, não somente o oficial creu, mas toda a sua casa creu.
O impacto da fé transformou não somente aquele oficial, mas toda a sua casa. Com certeza esse homem, ao chegar em casa, contou a todos a sua experiencia, contou a todos que aquele Galileu que ele foi visitar, não era um simples operador de milagres (como muitos judeus criam), nem muito menos era um farsante (como os líderes religiosos afirmavam), mas esse oficial se dá conta de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e crendo nesse nome, podemos ter vida (Jo 20.30-31), esse é o objetivo desse relato, assim como é o objetivo desse Evangelho.
para o pai, cuja fé foi transformada como se segue:
(1) de uma mera crença no poder de operar milagres de Cristo (Jo 4.47–48);
(2) para fé na palavra de Jesus (Jo 4.50); e finalmente
(3) para fé na pessoa de Cristo, junto com toda a sua casa (Jo 4.53).
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