Sem título Sermão (2)
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O Contraste das Multidões
O Contraste das Multidões
A ressurreição do filho da viúva de Naim
Leia Lucas 7.11–17
O maravilhoso evento descrito nesses versículos é relatado apenas no Evangelho de Lucas. Essa é uma das três ocasiões em que nosso Senhor ressuscitou um morto, e, assim como na ressurreição de Lázaro e da filha de um oficial do rei, esse é corretamente reputado como um dos maiores milagres que Jesus realizou na terra. Em todos esses casos, vemos o exercício do poder divino. Em cada um deles, encontramos uma reconfortante prova de que o Príncipe da Paz é maior do que o Rei dos Terrores e de que, embora a morte, o último inimigo, seja poderosa, não é tão poderosa quanto o Amigo dos pecadores.
Aprendemos, com esses versículos, quanta tristeza o pecado trouxe ao mundo. Somos informados sobre um funeral na cidade chamada Naim. Todos os funerais são acontecimentos tristes; no entanto, dificilmente podemos imaginar outro mais triste do que o descrito nessa passagem. Era o funeral de um jovem, o único filho de uma viúva. Todos os aspectos dessa história estão repletos de infelicidade. E devemos lembrar que toda aquela infelicidade foi trazida ao mundo por intermédio do pecado. Deus não a criou no princípio, quando fez todas as coisas, pois “tudo quanto fizera […] era muito bom” (Gn 1.31). O pecado é a causa de toda infelicidade. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
Jamais devemos esquecer essa grande verdade. O mundo que nos cerca está cheio de tristeza. Enfermidades, dores, pobreza, trabalho árduo e problemas existem por todos os lados. De uma extremidade a outra da terra, as histórias das famílias estão repletas de lamentações, choro, lamúrias e aflições. E de onde provêm? O pecado é a fonte e a raiz de onde fluem todas essas infelicidades. Se não existisse o pecado na terra, não haveria lágrimas, inquietações, doenças, mortes ou funerais. Devemos suportar com paciência esse estado de coisas. Não podemos mudá-lo. Devemos agradecer a Deus porque no evangelho encontramos o remédio e porque esta vida não é a única. Mas, enquanto isso, devemos reconhecer com exatidão a quem pertence a culpa; o pecado é culpado por todas essas coisas.
Devemos odiar muito o pecado. Em vez de amar, de nos apegar, de brincar e nos desculpar pelo pecado que cometemos, temos de odiá-lo com ódio mortal. O pecado é o grande assassino, ladrão, a pestilência e o transtorno deste mundo. Jamais sejamos amigos do pecado. Devemos batalhar incessantemente contra ele. O pecado é a coisa abominável, que Deus odeia. Feliz é aquele que está em harmonia com Deus e pode dizer: “Detesto o mal” (Rm 12.9).
Também aprendemos nesses versículos quão profunda é a compaixão de nosso Senhor Jesus Cristo. Essa verdade está ressaltada, de maneira notável, em seu comportamento no funeral, em Naim. Ele encontrou a multidão que acompanhava o enterro do rapaz e, ao contemplar isso, o “Senhor se compadeceu”. Ele não esperou que lhe pedissem ajuda. Parece que ninguém lhe suplicou ajuda ou a esperava da parte dele. O Senhor Jesus contemplou aquela viúva chorando e, com certeza, sabia quais eram seus sentimentos, pois ele mesmo havia nascido de uma mulher. Imediatamente, dirigiu-lhes palavras admiráveis e comoventes. Disse-lhe: “Não chores!” (Lc 7.13). Alguns minutos depois, o significado dessas palavras tornou-se evidente. O filho daquela viúva lhe foi devolvido com vida. Suas trevas se transformaram em luz, e sua tristeza, em alegria.
Nosso Senhor, Jesus Cristo, nunca muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. É tão compassivo agora quanto era quando esteve na terra. A simpatia de Jesus para com os que sofrem é a mesma. Devemos guardar essa verdade em nossos corações e nos sentir fortalecidos. Não existe um amigo ou consolador que possa ser comparado a Cristo. Em todos os nossos dias de aflições, que são muitos, devemos inicialmente recorrer a Jesus, o Filho de Deus, para obtermos consolação. Ele jamais falhará ou nos desapontará, recusando-se a mostrar interesse por nossas tristezas. Permanece vivo aquele que, à porta da cidade de Naim, trouxe um cântico de alegria ao coração daquela viúva. Ele continua vivo e disposto a receber todos os que possuem corações exaustos, se o buscarem pela fé. Ele vive para curar os quebrantados e ser um Amigo mais chegado que um irmão; vive para fazer maiores obras do que a realizada nessa ocasião. Ele vive para retornar ao seu povo, a fim de que este nunca mais chore e todas as lágrimas sejam enxugadas de seus olhos.
Por último, aprendemos, nesses versículos, o infinito poder de nosso Senhor, Jesus Cristo. Quanto a isso, não podemos exigir prova mais admirável do que o milagre que estamos considerando. Com poucas palavras, o Senhor Jesus concedeu vida a um jovem que estava morto. Ele falou a um defunto e, imediatamente, este retornou à vida. Em um momento, num piscar de olhos, o coração, os pulmões, o cérebro, os sentidos retornaram às suas atividades e cumpriram seus deveres. Jesus clamou: “Jovem, eu te mando: levanta-te!”. Essa foi uma voz poderosa em operação. E, de imediato, “sentou-se o que estivera morto e passou a falar”.
Vejamos, na realização desse grande milagre, uma certeza daquele portentoso evento futuro: a ressurreição de todos. O mesmo Jesus que ressuscitou esse jovem ressuscitará toda a humanidade, no último dia. “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (Jo 5.28–29). Quando a trombeta soar e Cristo ordenar, não haverá recusa ou escape. Todos comparecerão em seus corpos diante do tribunal e serão julgados conforme suas obras.
Além disso, vejamos também nesse portentoso milagre uma vívida ilustração do poder de Cristo para vivificar os que estão mortos no pecado. A vida está em Cristo. Ele vivifica aqueles a quem quer (Jo 5.21). Ele pode ressuscitar para uma nova vida almas que agora parecem mortas em mundanismo e pecado. Pode ordenar aos corações que agora são corruptos e mortos: “Levantai-vos para o arrependimento e vivam no serviço de Deus”. Jamais devemos perder a esperança no que se refere a qualquer pessoa. Oremos por nossos filhos e não desfaleçamos. Os rapazes e as moças de nossas famílias talvez estejam andando pelo caminho largo que conduz à perdição. Mas continuemos a orar. Talvez aquele que saiu ao encontro daquele funeral, à porta de Naim, encontre nossos filhos e lhes diga: “Jovem […] levanta-te!”. Para ele, nada é impossível.
Terminemos nossas considerações sobre essa passagem recordando solenemente as coisas que têm de acontecer no último dia. Lucas nos informa que “todos ficaram possuídos de temor” quando aquele jovem foi ressuscitado. Quais serão os sentimentos da humanidade quando todos os mortos forem ressuscitados de uma só vez? O incrédulo temerá naquele dia. Ele não está preparado para se encontrar com Deus. Mas o verdadeiro crente não temerá coisa alguma. Seu corpo descansará em quietude no sepulcro. Em Cristo, ele está completo e seguro e, quando ressuscitar, em paz verá a face de Deus