Eu no Grande Conflito (Parte 2)

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Uma análise de dois encontros entre Cristo e Satanás, tendo como conclusão um maior entendimento do Grande Conflito e sua influência na vida comum.

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Pré-pregação

Tema:
Título: Eu no Grande Conflito
Propósito Geral:
Propósito Específico:
Uma análise de dois encontros entre Cristo e Satanás, tendo como conclusão um maior entendimento do Grande Conflito e sua influência na vida comum.
Introdução:
Ontem avançamos sobre a temática do Grande Conflito e seu impacto sobre a vida rotineira do ser humano, ainda que numa segunda-feira pela manhã. Concluímos que o Arcanjo Miguel é sinônimo do Anjo do Senhor e o Príncipe do exército do Senhor. Todos se encaixam debaixo do guarda-chuva de Jesus. Todos esses são nomes de Jesus.
Certa vez, ao apresentar a volta de Jesus num estudo bíblico, escutei que talvez toda aquela mensagem parecesse fantasiosa, surreal demais. Talvez não fosse tão diferente de Vingadores: Ultimato.
Será que a mensagem bíblica, como um todo, não é fantasiosa? Será que o Grande Conflito apresentado pela Bíblia não é exagaredo?
Hoje, proponho que consideremos não as consequências, mas a própria existência do Conflito Cósmico na vida rotineira. Seria exagero toda a descrição que fazemos do pecado, Satanás e o próprio Deus? Não seria essa também uma invenção humana afim de controlar as massas, como propõe alguns?
O Grande Conflito se arrasta a milênios, deixando um rastro de destruição sem igual. Desde seus primórdios, no céu, Jesus combateu Satanás, liderando sobre o título do Arcanjo Miguel. Jesus foi forçado a assistir a degeneração da raça humana por sua própria escolha.
Proposição: Eu vivo o Grande Conflito
Pergunta de Transição: Participamos nós também dum Grande Conflito?
Judas 9 RA
Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!
No primeiro, Jesus pré-encarnado disputa com Satanás. No segundo, Jesus encarnado é tentado por Satanás.
No primeiro, Jesus está em glória, sua aparência é associada com a de anjos. No segundo, sua situação é de aparente vulnerabilidade, veste o manto da humanidade.
No primeiro, Miguel disputa com Satanás por meio de uma discussão. No segundo, Satanás o tenta também por meio de uma discussão.
No primeiro, a disputa tem consequências sobre a adoração. No segundo, a disputa também gira em torno de adoração.
No primeiro, Jesus não profere juízo contra Satanás, deixando a repreensão julgadora para Deus. No segundo, Jesus responde com a Bíblia as tentações, mas tampouco profere juízo contra Satanás.

Encarnação

Lição:
Miguel tinha aos seus pés o corpo de um homem morto. Enquanto era objetivo do arcanjo ressuscitá-lo, Satanás pretendia mantê-lo morto, aprisionado as correntezas do pecado. Não bastaria com ressuscitar um único homem, seria preciso trazer vida à toda raça humana. Até que ponto estaria disposto Miguel? Seria capaz de despir-se de sua glória em prol da humanidade?
Muitos anos depois, no árido deserto da judeia, os inimigos voltam a se encontrar. Parecera ser que o arcanjo está em desvantagem, agora sem sua pompa celestial, em seu lugar se vê um homem cambaleante sujo e faminto. Tudo que resta ao Diabo é empurrá-lo ao chão, pináculo abaixo ou ainda prostrá-lo. Por outro lado, o arquiinimigo se disfarça de um anjo celestial, com sua aparente graça celestial, invertendo completamente a cena de Judas 9.
Gradativamente a cena foi alterada. Se Apocalipse nos revela Miguel expulsando Satanás do céu; Judas nos aponta uma discussão com faíscas nos olhos, dessa vez numa terra caída e destruída, campo de Satanás; Mateus, por fim, relata Miguel encarnado e exposto ao seu principal inimigo, não por alguns instantes, mas toda uma vida.
Satanás estivera em guerra contra o governo de Deus, desde quando se rebelara, no princípio. Seu êxito ao tentar Adão e Eva no Éden e introduzir no mundo o pecado, tornara ousado esse arquiinimigo e ele se jactara orgulhosamente perante os anjos celestes de que, quando Cristo aparecesse, assumindo a natureza humana, seria mais fraco do que ele, e O levaria de vencida pelo seu poder. (Mensagens Escolhidas 1, pg. 268.5)
Pretendeu ele ser um exaltado mensageiro das cortes do Céu... (Mensagens Escolhidas 1, pg. 285.3)
Satanás, em sua primeira tentação lisonjeara-se de que ocultara tão bem o seu verdadeiro caráter e propósitos que Cristo não o reconhecera como o caído líder rebelde, por Ele vencido e expulso do Céu. (Mensagens Escolhidas 1, pg. 287.1)
Texto: Mateus 4.2; Filipenses 2.5-8
Mateus 4.2 RA
E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.
Filipenses 2.5–8 RA
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Ilustração:
Em “A Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo” (seu título original se referia a castração do adventismo, mudança que claramente teve como objetivo amenizar o apelo chamativo), George Knight conta que em seus primórdios, ao se converter, decidira ser um cristão tão perfeito quanto o próprio Cristo. Seria o primeiro cristão sem pecado desde Jesus.
É bastante claro o quão frustante essa jornada é. Aqueles que persistem nela são hipócritas e escondem seus erros de outros, pensando que a admiração e bajulação alheia dará lugar a um deus bobo. Cristo não precisa que alguém lhe conte sobre a natureza humana, Ele a conhece.
Um Jaleco não pode esconder as falhas de um homem. Tampouco o terno consegue. As vezes escuto que alguns não querem vir à igreja porque não têm roupa social. Apesar de entender que estar diferente pode causar desconforto, devo perguntar: “O que você quer esconder se vestindo como outros?”. Queremos passar a imagem de um crente que vai à igreja quando claramente nãos somos? Por que Deus esperaria que tivéssemos uma roupa de igreja se estamos distantes dele?
Aplicação:
A encarnação de Cristo é fruto de um amor que já existia em seu coração. O fato de ter caminhado por nossas ruas, nesse então, poeirentas, é prova maior de que sempre foi um Deus amoroso. A humildade e simplicidade demonstradas por Cristo servem de exemplo para toda a humanidade.
Porém, quando eu luto contra o orgulho de meu coração, percebo o quão distante estou desse ideal. Qualquer um que já tenha decidido ser fiel já teve de lidar com a dura realidade de sua pecaminosidade.
A maior prova do Grande Conflito é meu próprio coração maldoso. Eu decidi seguir a Cristo, mas continuo encontrando inveja, soberba, avareza e paixões deturpadas em minha mente. Aquele pequeno minuto em que a tentação bate a minha porta, provocada muitas vezes por mim mesmo, é a prova de que luto também no Grande Conflito.
É aquele rápido instante em que observo uma mulher bonita atravessando a rua e tenho de decidir se continuo olhando ou se desvio os olhos. É o veloz momento de decisão se continuo comendo quando tenho o alimento delicioso sobre a mesa e meu estômago cheio. É a pergunta no íntimo dos meus pensamentos, se clico ou não naquela propaganda sensual; se comento ou não da roupa ou falha alheia com minha amiga; se cedo a provocação de ostentar poder, beleza ou inteligência; se durmo cedo ou continuo assistindo aos vídeos intermináveis do Tiktok, Instagram ou Youtube.

Batalha

Lição:
O desejo de exaltação e adoração de Satanás permanece desde o céu, o embate com Miguel sobre o corpo de Moisés e as tentações no deserto. É notável que ele tem o desejo de estar no lugar do arcanjo divino.
Sua maneira de atacar tem sido, desde então, levar outros a pecar para acusá-los impiedosamente. Moisés nem mesmo morto encontrou paz diante do arquiinimigo de Cristo. Pedro o compara a um leão faminto, pois o adversário tem sede e fome de destruição.
Seu plano era o mesmo com Jesus. Bastasse um escorregão, uma falha pequena, para a condenação satânica ser atirada no rosto de Deus. Suas especulações sobre o caráter de Deus ser duvidoso teriam sido comprovadas. Se o próprio Cristo não segue a Lei de Deus, como pode planejar que suas criaturas o façam, desde os anjos até os seres humanos?
Se o pecado de Adão e Eva teve consequências tão drásticas, imagine o de Jesus. A arena do Grande Conflito teria se transformado em não somente a Terra, mas todo o universo. Já não haveria mais um Deus num trono, mas um hipócrita que tiranamente obrigava suas criaturas a seguir um “faça o que eu digo, não o que eu faço”.
Satanás reclamou o corpo de Moisés, por causa de sua única transgressão; porém Cristo mansamente o remeteu a Seu Pai, dizendo: “O Senhor te repreenda.” Judas 9. Cristo disse a Satanás que sabia ter Moisés humildemente se arrependido de seu único erro, que mancha alguma repousava sobre seu caráter, e que seu nome permanecia incontaminado no livro celestial. (História da Redenção 173.3)
Texto: Números 20.8-12; Mateus 4.3, 6, 9; 1Pedro 5.8.
Números 20.8–12 RA
Toma o bordão, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à rocha, e dará a sua água; assim lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos seus animais. Então, Moisés tomou o bordão de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado. Moisés e Arão reuniram o povo diante da rocha, e Moisés lhe disse: Ouvi, agora, rebeldes: porventura, faremos sair água desta rocha para vós outros? Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. Mas o Senhor disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei.
Mateus 4.3 RA
Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.
Mateus 4.6 RA
e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
Mateus 4.9 RA
e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
1Pedro 5.8 RA
Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
Ilustração:
Já perdi a conta de quantas vezes vi o desejo de alguém de voltar aos caminhos de Deus ser frustrado. É a esposa desejando ir à igreja e, justo antes de sair para ir ao culto, o marido decide levá-los para pescar. É alguém firme na igreja que sofre um calote caríssimo de alguém que se dizia cristão. É uma empregada da empresa que espalha ideias duvidosas e daninas na mente de uma estudante da Bíblia. É um divórcio que obriga uma mudança repentina de casa, um local bem longe da igreja. É o marido que não vai à sua igreja, mas não quer que a esposa frequente outra que não a dele.
É alguém que te faz um convite indecente e você sucumbe às paixões sexuais. É o irmão da igreja que espalha mentiras sobre você estar adulterando e termina ele próprio saindo da igreja, tudo porque se sente ameaçado e exposto. É um líder de igreja autoritário e egocêntrico que afasta os que já aceitaram Jesus. São brigas internas entre o grupo de pessoas que dá os estudos bíblicos, levando estudantes a se perderem. É o trabalho que exige que trabalhemos em determinados dias da semana, as vezes a custos da vontade de Deus.
Aplicação:
Outra grande prova de que vivemos em meio a um Grande Conflito são as batalhas que parecem vir de fora. Não as desejamos, optamos por seguir outro caminho, mas estranhamente pessoas ou eventos terminam por nos atrapalhar. São datas de batismo frustradas; dízimos roubados por gastos surpresa; mandamentos quebrados por inesperados eventos.
Pois a existência do inimigo é inegável, pois o próprio Jesus teve de suportá-lo em sua caminhada terrenal. Saiba, desde já, que o professor da faculdade ateu não implica com você por acaso; a faculdade não exige sua presença no sábado por azar; o pastor de outra igreja não entra na outra, no dia do seu batismo, para te dissuadir a toa.
Quer maior prova de que batalhamos o Grande Conflito do que o ódio daqueles que não seguem o mesmo caminho? O que fizeram os cristãos de tão mau a ponto de serem apedrejados, crucificados, perseguidos, exilados, despedaçados vivos como espetáculo, ridicularizados?
Como deveríamos reagir as provas? Deus entenderá, dirá alguém. Deus não pode exigir que eu faça o que é certo quando estou sem trabalho, sem alimento, sem amigos, sem perspectiva de melhora!
Irmãos, Mateus 24.13 diz que aquele que perseverar até o fim será salvo. Perseverar quando as coisas estão boas é fácil. Ter um inimigo significa enfrentar o pior que há. Quando escuto as histórias de nossos pioneiros sinto vergonha de nós. Enquanto aqueles enfrentavam neve e quilômetros para ensinar a Bíblia, nós nem sequer estamos dispostos a sentir frio para vir à igreja, a enfrentar o desconforto de lidar com as dúvidas de outro num estudo bíblico.
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