Redimindo o nosso estado civil - 1Coríntios 7.17-40

Igreja Doente: Diagnósito e cura  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

O nosso estado civil tem um impacto profundo em nossas vidas. Quando somos adolescentes, temos o desejo de encontrar alguém para ter um amor para recordar. O principe e a princesa são desejados por muitos dos nossos adolescentes. Viver um romance de filme. Quando nos tornamos jovens e depois casamos, somos impactos pela maneira como a nossa vida muda. A própria Palavra de Deus nos mostra que a partir do momento que há uma união entre um homem e uma mulher, deve deixar pai e mãe e tornar-se uma só carne! Ou seja, a vida de todas as pessoas que casam são profundamente impactadas pelo seu estado civil.
Há também aqueles que não encontram um cônjuge e vão viver a sua vida solteiros. Também é um impacto profundo em suas vidas, buscando assim conviver com a realidade da vida desta maneira. Há entre nós queridos(as) que vivem toda a sua vida com alguém, e dado momento de sua história são impactados pelo falecimento. Seja após um grande período de tempo ou até de maneira repentina. O que fazer agora? Casar-se novamente, permanecer solteiro… Eis questões que impactam profundamente.
Por isso, quando chegamos para o texto de 1Coríntios 7, nós sabemos que de alguma maneira nos enquadrados em algum dos tópicos abordados pelo Apóstolo Paulo. O nosso estado civil não é apenas uma parte de nossas vidas separada de toda a realidade, mas é um fator muito relevante de como vamos viver.
Nossa divisão será baseada em nossa série; Diagnósito, Remédio e Cura

1) Diagnóstico ----> Pressão social de dois grupos extremos sobre a realidade do casamento e do celibato

Paulo inicia um novo tópico dentro da sua carta. Ele está trabalhando agora sobre a realidade dos questionamentos que vieram da igreja, oriundos provavelmente da resposta a primeira carta que Paulo enviou:
1Coríntios 7.1 “Quanto aos assuntos sobre os quais vocês escreveram, é bom que o homem não toque em mulher,” NAA
1Coríntios 7.1 CNT
Aparentemente, um grupo de crentes em Corinto se levantou contra a imoralidade reinante na cidade. Eles defendiam o celibato e declararam esse estado como normativo para o restante dos cristãos locais. Esses coríntios diziam que era bom um homem não ter relações sexuais com uma mulher. Sua afirmação, no entanto, é mais extensiva do que uma mera referência ao casamento. O grego emprega o termo genérico anthrōpos (homem) em lugar da expressão anēr (esposo). Além disso, o grego tem o substantivo indefinido gynē mulher, que não significa “esposa”. O lema coríntio, portanto, aplicava-se a qualquer homem e qualquer mulher.Segundo Walter Bauer, a expressão é bom que significa que o celibato é “moralmente bom, agrada a Deus, e contribui para a salvação (cf. 2.18)”.7 Mas, ao citar essa afirmativa, será que Paulo está indicando que o celibato é preferível ao casamento? Não, na verdade não está. Ele mesmo fez referência à união de Adão e Eva no paraíso reconhecendo que Deus instituiu o casamento (6.16; Gn 2.24).
Provavel questão levantada era o extremo de dois grupos:
1) Celibatário: Era a visão que o sexo é um pecado, e que a maior e mais importante estima moral está em não ser casado.
2) Casamentário: Era a visão que apresentava que o casamento é uma realidade que TODOS devem fazer parte, e quem não casa peca pois não cumpre o mandamento de Deus com relação a procriação.
A questão é respondida da forma mais abrangente possível, tendo como estima o conselho que Deus dá através do Apóstolo e fundador da igreja, Paulo. Pois Jesus não apresentou algo relacionado a esse contexto imediato. Desta forma, Paulo trata com sabedoria o tema. O nosso grande desafio de compreender é que só estamos ouvindo um lado da

próprio dom

Paulo chama a realidade dos relacionamentos de dom! O termo usado é χάρισμα. É algo que Deus o capacita para ter! Um presente de Deus. E desta maneira, ele não se coloca como aquele que é um anti-casamento, pois se fosse desta maneira ele seria contra a própria Palavra de Deus. Antes, ele foi altamente cuidadoso com o uso das suas palavras para colocar a importância de compreender bem o que Deus te capacitou para ser (1Co 7.7 “Gostaria que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem o seu próprio dom da parte de Deus; um de um modo, outro de outro.”).
De maneira extensiva, ele trabalhou com detalhes sobre o casamento e como devem se portar os que se casam, os solteiros e viúvos e aos que tem os seus cônjuges descrentes. Até o verso 16 nós aprendemos nessa manhã, hoje o trecho que vamos focar está localizado a partir do verso 17.
1Coríntios 7.17–40 NVI
17 Entretanto, cada um continue vivendo na condição que o Senhor lhe designou e de acordo com o chamado de Deus. Esta é a minha ordem para todas as igrejas. 18 Foi alguém chamado sendo já circunciso? Não desfaça a sua circuncisão. Foi alguém chamado sendo incircunciso? Não se circuncide. 19 A circuncisão não significa nada, e a incircuncisão também nada é; o que importa é obedecer aos mandamentos de Deus. 20 Cada um deve permanecer na condição em que foi chamado por Deus. 21 Foi você chamado sendo escravo? Não se incomode com isso. Mas, se você puder conseguir a liberdade, consiga-a. 22 Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo. 23 Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens. 24 Irmãos, cada um deve permanecer diante de Deus na condição em que foi chamado. 25 Quanto às pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou meu parecer como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança. 26 Por causa dos problemas atuais, penso que é melhor o homem permanecer como está. 27 Você está casado? Não procure separar-se. Está solteiro? Não procure esposa. 28 Mas, se vier a casar-se, não comete pecado; e, se uma virgem se casar, também não comete pecado. Mas aqueles que se casarem enfrentarão muitas dificuldades na vida, e eu gostaria de poupá-los disso. 29 O que quero dizer é que o tempo é curto. De agora em diante, aqueles que têm esposa, vivam como se não tivessem; 30 aqueles que choram, como se não chorassem; os que estão felizes, como se não estivessem; os que compram algo, como se nada possuíssem; 31 os que usam as coisas do mundo, como se não as usassem; porque a forma presente deste mundo está passando. 32 Gostaria de vê-los livres de preocupações. O homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor. 33 Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher, 34 e está dividido. Tanto a mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espírito. Mas a casada preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar seu marido. 35 Estou dizendo isso para o próprio bem de vocês; não para lhes impor restrições, mas para que vocês possam viver de maneira correta, em plena consagração ao Senhor. 36 Se alguém acha que está agindo de forma indevida diante da virgem de quem está noivo, que ela está passando da idade, achando que deve se casar, faça como achar melhor. Com isso não peca. Casem-se. 37 Contudo, o homem que decidiu firmemente em seu coração que não se sente obrigado, mas tem controle sobre sua própria vontade e decidiu não se casar com a virgem — este também faz bem. 38 Assim, aquele que se casa com a virgem faz bem, mas aquele que não se casa faz melhor. 39 A mulher está ligada a seu marido enquanto ele viver. Mas, se o seu marido morrer, ela estará livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao Senhor. 40 Em meu parecer, ela será mais feliz se permanecer como está; e penso que também tenho o Espírito de Deus.

2) Remédio -----> O Evangelho impacta nossa perspectiva de estado civil e produz em nós um senso profundo de Identidade, Missão e Fidelidade a Deus (1Co 7.17-24)

Todos aqueles que são afetados pelo Evangelho, devem perceber essa realidade, ao momento em que são levados em direção a Deus, o conceito de Paulo é que “permaneçam na condição que estão.”
O termo usado por Paulo pode ser traduzido pela ideia de andar relacionado ao seu comportamento.
Dicionário Teológico do Novo Testamento, Volumes I & II (C. O NT > patéō, katapatéō, peripatéō, emperipatéō)
Paulo usa o termo para o andar da vida com base na LXX. Os crentes devem andar no Espírito (Gl 5.16), andar de modo digno de Deus (1Ts 2.12) ou do Senhor (Cl 1.10) ou de seu chamado (Ef 4.1), andar como filhos da luz (Ef 5.8). É dado ensino sobre o andar da vida (1Ts 4.1ss.; Cl 2.6). Aqueles que não andam segundo a orientação dada devem ser evitados (2Ts 3.6, 11). Fé não significa rearranjo social, mas significa uma vida transformada (1Co 7.17; Ef 4.17). […] Eles agora podem andar em novidade de vida (Rm 6.4). Esse é um andar por fé (2Co 5.7).
1 Coríntios (4. Uma Digressão (7.17–24)) CNT
Em qualquer situação em que a pessoa esteja quando se torna cristã, ela deve permanecer ali. É o lugar na vida que o Senhor designou para cada um. “Paulo procurou convencer seus leitores de que sua relação com Cristo era compatível com qualquer relacionamento ou posição social.”
De acordo com a realidade que cada um foi chamado. Qual chamado foi esse?
a) Nós fomos chamados através de Cristo Jesus, de uma maneira irresistível e transformadora (1Co 1.9 “9 Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.” ) ------> O Evangelho é essa verdade incrível que Deus nos trás a tona. Fomos amados por um Deus que veio em nossa direção!
b) Em Cristo, somos desafiados a viver a nossa vida de maneira a andar de maneira digna, em novidade de vida e por meio da fé. ----> E essa realidade é o que transforma a nossa vida e produz um senso de identidade em Cristo, de uma vocação profunda em tudo o que fazemos e também de uma busca por ser fiel a Deus onde nós estamos. Não importa qual é a sua realidade no momento em que chegou próximo a Deus, o que importa é a sua identidade, fidelidade a Deus e o senso profundo de Missão no mundo.
Para ilustrar o seu argumento para todas as igrejas, ele usa dois exemplos: A circuncisão e a questão da escravatura.
a) A Circuncisão (1Co 7.18-19 “18 Foi alguém chamado sendo já circunciso? Não desfaça a sua circuncisão. Foi alguém chamado sendo incircunciso? Não se circuncide. 19 A circuncisão não significa nada, e a incircuncisão também nada é; o que importa é obedecer aos mandamentos de Deus.” ) -----> Em uma congregação do primeiro século havia uma constante disputa entre os judeus e não judeus. E o que fazer quando eles se achegavam a Cristo? Permanecer como estão! Nem o Judeu que observou a circuncisão como o ato do pacto, deveria desfazer seu ato, nem o gentio que não o havia feito deveria ser circuncidado. Ambos deveria ter em seu coração a consciência do que importa: “O que importa é obedecer aos mandamentos de Deus”!
1 Coríntios (1Coríntios 7.18–19) CNT
A circuncisão e a incircuncisão nada têm que ver com a fé cristã, diz Paulo. O judeu e o gentio são iguais aos olhos de Deus, porque em Cristo Jesus ele adota a ambos. Não o sinal externo do homem, e sim seu desejo interior de guardar a lei de Deus, a saber, fazer a sua vontade é o que importa.
a) A questão da escravatura (1Co 7.21-23 “21 Foi você chamado sendo escravo? Não se incomode com isso. Mas, se você puder conseguir a liberdade, consiga-a. 22 Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo. 23 Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens.”) ------> Paulo abordou o aspecto religioso com relação a esfera religiosa (judeus e gentios) e com relação a esfera social (escravos e livres). Sim, a escravatura é ruim e há um anseio profundo para a liberdade, se você puder assim a faça. Mas entenda acima disso, que a sua vocação vai além desta realidade. Pois até os que são livres, em Cristo, são escravos de Cristo! Por ser escravo, não há nenhum impecilho para servir a Deus!
E o que deve nos chamar atenção, é que Paulo sempre repete a sua sentença, “cada um deve permanecer diante de Deus na condição em que foi chamado” (V. 17,20,24)
1 Coríntios (1Coríntios 7.24) CNT
Para Paulo, a vocação do crente individual é viver diante de Deus em qualquer circunstância. Ele percebe que com a entrada do evangelho no mundo, a sociedade e a cultura devem mudar. No entanto, ele chama à estabilidade, e não à revolução. O próprio evangelho deve efetuar uma mudança. Em qualquer lugar na vida em que o cristão se encontrar, ali ele precisa viver honrosamente diante de Deus. “Está claro que Paulo considera a vocação como fator determinante na vida de um cristão. Ele emite o aviso para evitar circunstâncias que possam pôr em perigo essa vocação.” Um cristão põe em prática os ensinos de Cristo, quer ele tenha suas raízes no judaísmo ou no paganismo e quer ele seja escravizado ou livre.
A pergunta que faço pra você é:
Como você compreende a sua identidade e vocação?
Fazemos o que não precisamos para provar o que não somos para aqueles não querem o nosso bem. Queremos agradar as pessoas. O temor a homens é um dos males dos nossos dias. Qual é uma das possíveis raízes? A má compreensão da nossa vocação. A realidade é que nós queremos ser o que Deus não nos chamou pra ser, e muitas vezes quando entendemos a salvação em Cristo, queremos mudar o que Deus não está te pedindo para mudar.
2. Como você compreende a sua missão?
Somos a Bíblia que as pessoas irão ler. Essa frase te impacta? No momento em que você creu em Cristo Jesus, foi chamado por Ele, você deve permanecer onde está, vivendo agora a sua nova identidade. Tudo o que você faz, deve refletir o seu novo estado diante de Deus. E mesmo que a sua vida permaneça como está, quem muda é você.
3. Como você vive fiel a Deus na circunstância que você se encontra?
Qual é a sua resposta diante das suas circunstâncias? Se você já ouviu a ideia que “a ocasião faz o ladrão”, devemos abominar essa ideia em nossa vida. O Evangelho que cremos, o Deus que nos chama, nos dá o desafio de vivermos diante de Deus da melhor maneira, andando de acordo com o que temos, da melhor maneira possível. Deus quer usar as nossas vidas de maneira poderosa

3) Cura -----> Todos devem compreender o que Deus quer para si, e viver contente com seu dom e chamado (1Co 7.25-40)

a) Não há um mandamento, mas um conselho de Paulo para aquela igreja ----> (1Co 7.25 “25 Quanto às pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou meu parecer como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança”). Há um conselho bem claro expresso por Paulo. E ele vai dar o motivo do seu conselho e nós precisamos entender bem o que ele está expressando.
Por que Paulo disse isso?
a) Devido aos problemas atuais (1Co 7.26-28) ----> Tradução NAA: “Por causa da angustiosa situação presente, penso ser bom para o homem permanecer assim como está”
Caderno de notas da pregação
a palavra grega anangkē (necessidade, aflição) denota uma calamidade que caiu sobre a igreja em Corinto, ou é uma referência um tanto disfarçada à perseguição que os cristãos têm de suportar à medida que o fim dos tempos se aproxima, ou refere-se a uma fome na terra.
Possíveis motivos que motivaram o conselho Paulino segundo Kistemaker
1) Aconteceu algum infortúnio na comunidade coríntia. Baseado em 1Co 11.30 com a ideia dos doentes e fracos.
2) Conselho fazendo uma alusão ao fim do mundo. Baseado em 1Co 7.26-31, uma perspectiva de uma dura perseguição e uma escatologia que estava prestes a se cumprir
3) Uma fome nos arredores gregos está angustiando os cidadãos, especialmente os pobres.
“Todos os três pontos de vista funcionam como hipóteses, mas dos três o terceiro parece dar a razão mais forte para ficar sem se casar. Uma incapacidade de poder suprir as necessidades diárias de uma família se aplica como prova de apoio para adiar o casamento.”
Possíveis motivos que motivaram o conselho Paulino segundo N.T.Wright
“Quando Paulo saiu de Corinto por volta do ano 51d.C. Nessa mesma época e por alguns anos depois - exatamente no período entre sua saída e a escrita dessa carta - houve uma grande falta de grãos, o alimento mais básico no mundo grego. [...] Era um tempo de intenso sofrimento , pois as pessoas estavam ansiosas diante da possibilidade de a situação se agravar, por causa dos efeitos imediatos da crise. Penso que o Paulo está se referindo a ambos: à crise imediata e ao fato de que ela aponta para a última crise, o tempo do retorno do Senhor (1Co 4.5) (Comentário 1Co - p. 117)
A ideia do verso 28 é a de “angústia na carne” (Tradução da NAA). Todos aqueles que escolhem se casar, possivelmente vão lidar com as dificuldades do tempo de fome que estava sobre o povo de Corínto. E devido a essa realidade, eles foram encorajados a permanecer da maneira como estavam, aos casados e aos solteiros.
b) Devido a perspectiva do tempo de Deus (1Co 7.29) e por conta do mundo ao nosso redor (1Co 7.31)
A história está nas mãos de Deus. O que Paulo estava experimentando em sua vida é a realidade que todos aqueles que creram em Cristo experimentariam, uma perseguição clara. Devido a compreensão de tempo (não do relógio), mas sim da realidade de Deus, o conselho de Paulo em todo o capítulo é que aos que estavam casados permanecessem, mas quem assim não o estivesse, desse preferência para a realidade do dom que Deus havia o dado, pois é mais fácil lidar com a perseguição. A aparente situação deste mundo em breve mudará. A sua forma vai passar e Deus vai retornar!
1 Coríntios (1Coríntios 7.29) - João Calvino
Todas as coisas que contribuem para o enriquecimento desta presente vida são santos dons de Deus, mas as contaminamos com nosso mau uso delas. Se quisermos saber por que razão, a resposta é porque estamos sempre entretendo as ilusões que continuarão perenemente neste mundo. O resultado é que as mesmas coisas que nos devem ser assistenciais em nossa peregrinação ao longo da vida, se transformam em cadeias que nos escravizam. A fim de despertar-nos de nosso torpor, o apóstolo corretamente nos convida a fazer uma retrospectiva sobre a brevidade desta vida
A perspectiva com relação a iminente volta de Cristo, é um dos motivos de Paulo aconselhar com relação a escolha e adesão do celibato. Não é devido a qualquer outro motivo senão as circunstâncias expostas por ele.
Havia uma preocupação extra aos que se casam! (1Co 7.32-37) É encorajado aqueles que não conseguem aguentar-se, devem se casar!
“32 Gostaria de vê-los livres de preocupações. O homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor. 33 Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher, 34 e está dividido. Tanto a mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espírito. Mas a casada preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar seu marido. 35 Estou dizendo isso para o próprio bem de vocês; não para lhes impor restrições, mas para que vocês possam viver de maneira correta, em plena consagração ao Senhor. 36 Se alguém acha que está agindo de forma indevida diante da virgem de quem está noivo, que ela está passando da idade, achando que deve se casar, faça como achar melhor. Com isso não peca. Casem-se. 37 Contudo, o homem que decidiu firmemente em seu coração que não se sente obrigado, mas tem controle sobre sua própria vontade e decidiu não se casar com a virgem — este também faz bem.”
E de uma certa maneira, Paulo mostra que o seu alvo não é impor restrições, antes para o próprio bem que eles possam viver de maneira maneira correta e em plena consagração ao Senhor (1Co 7.38)
Portanto, o argumento de Paulo gira em torno da compreensão de que Deus tem algo para cada um dos seus filhos. (1Coríntios 7.38 “38 Assim, aquele que se casa com a virgem faz bem, mas aquele que não se casa faz melhor.”) e querer impôr algo diferente disso, é um grande problema que temos vivido como igreja. Nós não negamos a essência do casamento e a beleza que Deus assim criou para que nós pudessemos desfrutar. Mas, compreendemos que existem pessoas que foram capacitadas a serem solteiros que glorificam ao Senhor, da mesma maneira como os casados são desafiados, e esses não são uma “classe inferior nem superior”, antes membros do Corpo e desafiados aos mesmos aspectos da vida com Cristo!
Aos viúvos, devem da mesma maneira ter em mente a realidade dos solteiros, mas se for casar-se novamente, deve ser com alguém que pertence ao Senhor. Em nenhum local você encontrará espaço para um casamento com aqueles que não são do Senhor. (1Coríntios 7.39-40)
“39 A mulher está ligada a seu marido enquanto ele viver. Mas, se o seu marido morrer, ela estará livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao Senhor. 40 Em meu parecer, ela será mais feliz se permanecer como está; e penso que também tenho o Espírito de Deus.” )
A pergunta que faço pra você é:
1) Como você vê a solteirice?
Como Paulo nos ensina a colocar no seu devido lugar o nosso estado civil,nós precisamos assim viver em nossas relações. Se você é solteiro, peça a Deus para compreender como você deve agradar a Deus com a sua vida no seu estado atual. E da mesma maneira você, casado, peça a Deus para que você possa agradar a Deus como você está hoje.
Como nós tratamos o celibato em nossa igreja? Precisamos tratar a luz das Escrituras, percebendo que a realiade maior está em Cristo, e através dele é possível ser casado e solteiro e ser fiel a Deus. Nem o solteiro nem o casado são mais espirituais, mas ambos convivem juntos debaixo do cuidado de Deus e são desafiados a santidade e ao amor uns aos outros!
2) Você vive satisfeito com a sua situação atual?
Nós somos insatisfeitos por natureza. Deus não deseja que nós vivamos de maneira insatisfeita com a nossa situação atual. Esse é o seu desafio solteiro. Deus deseja que você viva para agradar a Ele. Construa a sua vida em Deus, e viva para a sua glória, a sua vida não começa quando casa, mas quando crêe em Cristo e ele transforma a sua vida!
Para você que já casou, sempre há coisas que tem um enorme potencial de gerar insatisfação em seu coração. Sejam elas em seu casamento ou em tempos que você ainda não vive. Quando casamos a primeira pergunta é: quando terão filhos? E quando terão o carro e a casa de vocês? E agora, quando vocês irão fazer uma viagem internacional?
O contentamento não começa com ações externas, mas nasce de um coração grato! O Senhor é o meu pastor, de nada sentirei falta!

Conclusão

Série Aconselhamento Fiel - Solteiro e solitário
“Quer sejamos solteiros ou casados, experimentaremos solidão neste mundo caído. Mas Deus quer entrar em nossa solidão e transformá-la. Ele nos une a si mesmo e uns aos outros em Jesus quando passamos a submeter nossa vida a ele; e ele nos chama a entrar na solidão daqueles à nossa volta.”
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