Última aula Psicologia Pastoral

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O princípio do aconselhamento pastoral

Os ministros evangélicos são frequentemente chamados a aconselhar, de maneira formal ou sem formalidade. Em nosso moderno e complexo mundo, o ministro é uma pessoa que se dispõe a aconselhar e auxiliar com todo tipo de problema: tesões interpessoais, problemas sexuais e conjugais, desemprego, problemas financeiros, pobreza, questões educacionais, entre tantos outros assuntos que são parte da vida de um conselheiro, questões que dificilmente ele poderá evitar.
Qualquer teoria ou função repousa sobre princípios. A função do aconselhamento pastoral se baseia nos princípios básicos da “psicologia interpessoal”, uma vez que ela trata do comportamento humano em interação. O fundamento da interação pessoal é a demonstração positiva da percepção da presença do outro; assim, para que exista interação pessoal efetiva, é necessário que as pessoas se reconheçam enquanto sujeitos na relação comunicativa.
Ocasionalmente, se um pastor não se sentir apto a aconselhar sobre determinados problemas, o correto é que ele encaminhe as pessoas a profissionais. Naturalmente, no campo das questões “religiosas”, o ministro do Evangelho jamais poderá desistir de suas funções, não deixando o bem-estar das pessoas entregue aos caminhos de quem não entende que o principal problema do ser humano é corrigir seu relacionamento com Deus e com seu semelhante.
Em anos recentes, o aconselhamento cristão tem recebido um renovado impulso e interesse, com o surgimento de especialistas dotados de bom treinamento nesse campo de atividade. Considerável leitura também tem surgido sobre o assunto. Em todo o seu envolvimento com a psicologia, o aconselhamento sempre deverá atribuir suprema importância a espiritualidade do homem, tratando as pessoas como almas necessitadas, e não somente perturbadas, pois o Senhor Jesus é o médico da mente, das emoções, do espírito, e não apenas do corpo.
Jay Adams, um dos mais conhecidos conselheiros cristãos da atualidade, surpreendeu-se ao descobrir, na universidade onde estudava psicologia, que a melhor técnica de aconselhamento é aquela que segue os padrões bíblicos, ou seja, fazendo os pacientes enfrentarem sua realidade moral diante de Deus, dos homens e de si mesmos. Esse método de aconselhamento é alicerçado sobre a iluminação da mente do “paciente” por meio da Palavra de Deus. Jay Adams evoca passagens bíblicas como Romanos (15:14), Colossenses (3:16), entre outros, como base bíblica de sua contenção. (Adans, 1982, p.55)
O pastor que busca aconselhar, deve dispor-se a enfrentar determinadas responsabilidades. Em primeiro lugar, ele precisa ser um homem de sólidos conhecimentos – a ignorância por trás de citações bíblicas não é de grande ajuda, por isso é aconselhável que tenha um conhecimento básico sobre o assunto, para obter êxito, assim como aqueles que se tornam especialistas neste campo e são, assim, mais aptos para expressar ideias.
Adiciona-se a isso o fato do que um conselheiro, tal qual um médico ou um advogado, deve saber guardar segredos sempre que as pessoas aconselhadas o requererem e, evidentemente, quando o pastor entender que seja conveniente. Também não deverá usar os casos que trata como ilustrações em seus sermões pois com certeza as pessoas terão dificuldade em perceber a quem ele se refere. A condição básica do aconselhamento pastoral eficaz é o senso de responsabilidade entre duas pessoas em relacionamento. Cada indivíduo possui suas características pessoais, que devem ser respeitadas e aceitas pelo outro; as outras questões devem ser adaptadas. Da parte do pastor, deve haver reconhecimento de seu dever para com aquele que está solicitando ajuda; ele deve ser honesto consigo mesmo, como também com a pessoa que está sendo aconselhada. Quanto à pessoa aconselhada, deve haver senso de responsabilidade pela sua solicitação e pelas consequências de sua busca.
Deve o pastor respeitar a integridade dos membros de sua Igreja, que em sua simplicidade buscam o socorro de sua orientador. Nem todos, certamente, precisarão de aconselhamento pastoral numa igreja, mas os que buscam, deverão ser animados e fortalecidos em sua fé. A maturidade espiritual do conselheiro possibilitara que ele escute com grande responsabilidade os problemas dos aflitos, porque o papel dele é o de ouvir, orientar, informar e transmitir animo ao aconselhado.
O conselheiro deve dar condições para que a pessoa possa se expressar, pois, desse modo, o aconselhado perceberá que o pastor está interessado em ajuda-lo. A oração é essencial no aconselhamento cristão e o pastor deverá aplica sempre a Palavra de Deus em seus diálogos, embora possa se utilizar, igualmente, de outros recursos, com os quais deverá estar preparado a fim de poder amparar aqueles que o procuram.
Porém, trilhar esse caminho de auxílio ao outro exige uma análise crítica dos fatores que envolvem a vida da pessoa em questão. Os problemas de origens pessoais podem ser identificados na história de vida do aconselhado e tem muito a revelar sobre quem é a pessoa e como chegou a tal ponto. Identificadas as raízes das questões que afligem a pessoa, ficará mais fácil desenvolver um trabalho de acompanhamento, de cuidado pastoral, até que haja libertação dos sentimentos negativos, dos pensamentos ruins e da forma de vida que prejudica a si mesmo e aos outros.
Conhecedor da Palavra de Deus, o pastor deve saber que nem todas as pessoas são igualmente culpadas pelas suas fraquezas e faltas. Muitas fraquezas pessoais tem a sua origem nas influencias do ambiente, da família e da sociedade, que contribuem para a formação da mentalidade.
Uma das principais virtudes cristãs é a prontidão em dar apoio a quem se acha atribulado. Por meio do serviço cristão podemos fazer com que cada um perceba sua importância dentro da comunidade cristã.

O aconselhamento e o discernimento espiritual

O termo discernir, do hebraico rkn (nakar) e do grego diakrinw (diakrino), quer dizer “distinguir”, “separar”, “julgar”; isto é, “fazer distinção”, “fazer separação”. O aconselhamento é uma capacidade do obreiro maduro, de acordo com Hebreus (5:14): “Mas o mantimento solido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, tem os sentimentos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”. O obreiro experimentado é aquele que tem as suas faculdades exercitadas na piedade e na doutrina cristã. Ele é capaz de separar, julgar, testar, distinguir ou discernir tanto o bem quanto o mal.
A responsabilidade do obreiro é muito grande. Diariamente pessoas de todos os tipos e com os mais variados problemas vem em busca de algum tipo de ajuda. Algumas delas estão disfarçadas de ovelhas e misturam no meio do rebanho do Senhor, causando irreparáveis prejuízos, como disse Jesus: “acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vem até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15).
A partir do momento em que todos os cristãos são resgatados das trevas para a luz, automaticamente são alistados para uma batalha espiritual. Consequentemente, os cristãos precisam vencer três inimigos:
· O mundo – nesse contexto, o mundo significa a massa inteira dos homens alienados de Deus, e por isso hostil à causa de Cristo. Consequentemente, o mundo torna-se sempre uma oposição aos que compõem e Igreja de Jesus Cristo, como escreveu o apostolo João: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (I João 5:4). Tiago é mais explicito ainda e diz que: “qualquer que quiseres ser amigo do mundo construiu-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4).
· A carne – inimiga natural do homem, a carne precisa ser vencida, crucificada e morta, pois é através dela que a velha natureza quer sempre ressurgir. Diferentemente do mundo, cujo conflito é exterior, o conflito com a carne é interior e exige uma confiança completa na força divina. Como escreveu o apostolo Paulo: “Digo, porém: andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espirito, e o Espirito, contra a carne. E escrevendo aos Romanos disse: “porque se viverdes segundo a carne, morrereis, mas, se pelo espirito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Romanos 8:13).
· O diabo – a nossa luta contra Satanás é basicamente nas esferas espirituais e envolve a mesma dependência total do Espirito Santo que em nos habita. Satanás é o nosso inimigo mais poderoso, o mais perverso, o mais despótico, o mais enganoso e o mais mortal, porque não se trata apenas de uma influência, mas de uma pessoa impiedosa e cruel. Não é uma figura de linguagem sem significado quando satanás é comparado a um leão a procura de alguém para devorar (Efésios 6:11).
A vida do cristão se assemelha a uma corrida, um andar e uma batalha. Em nenhum momento o servo de Deus está livre desses inimigos, nem é capaz de enfrentar um só deles, e em nenhum momento ele deve ficar sem a capacitação infinita do Espírito Santo que lhe é dado como seu recurso nesse impacto mensurável contra o mal, pois nenhum desses inimigos é superior ao Espírito Santo. O indivíduo é um cristão quando ligado corretamente a Cristo; o cristão é espiritual quando ligado corretamente ao Espírito.

QUESTONÁRIO

1- Qual o é foco da psicologia pastoral?
O enfoque da psicologia pastoral é estudar a influência que o aconselhamento pastoral, baseado na Palavra de Deus, exerce no comportamento do ser humano que adquiriu o conhecimento sobre Deus e Jesus Cristo.
2- Qual é a concepção de homem natural formulado pelo filosofo francês Jean-Jacques Rousseau?
A concepção de homem natural, formulado pelo filosofo francês Jean-Jacques Rousseau, defende que o homem era puro e foi corrompido pela sociedade, e cabe então ao filosofo reencontrar essa pureza perdida.
3- Para os teólogos cristãos, o que de fato significa “imagem de Deus”, com referência a criação do homem?
Parece que a ideia mais comumente adotada entre os teólogos cristãos é que a expressão imagem de Deus se trata da capacidade que o homem tem sobre exercer domínio sobre os demais componentes da natureza.
4- De que modo se desenvolveu primeiramente a filosofia grega?
Durante o século IX e VI a.C, o mundo grego passou por uma profunda transformação: uma ampla mudança política, social, religiosa e cultural, envolvendo múltiplos fatores que não são ainda totalmente compreendidos. Por um lado, o contato comercial e cultural muito intenso com outros povos, nesse período trouxe ao mundo grego uma variedade de ideias que passaram a ser confrontadas com o pensamento tradicional. Isso envolveu a entrada de novas concepções religiosas, politicas, filosóficas e cientificas. O aparecimento de uma classe econômica poderosa, devido ao comercio, enfraqueceu a antiga aristocracia. Surgiram novos valores e uma sociedade mais aberta, com pessoas mais confiantes em seu próprio poder individual, o que causou o enfraquecimento de toda a tradição cultural e a perda do respeito pelos mitos, pela religião e pela autoridade antiga (Ávila, 1985; Berber, Luckmann, 1983; Bleger, 1984). Tais avanços permitiram que o cidadão se ocupasse mais das “coisas do Espirito”, como a filosofia e a arte. Alguns homens, como Platão e a Aristóteles, dedicaram-se a compreender esse espirito empreendedor do conquistador grego, ou seja, a filosofia começou a especular sobre o homem e a sua interioridade.
5- Em que classe surgiu a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia?
Foi entre os filósofos gregos que surgiu a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia. O próprio termo psicologia vem do grego psyche, que significa “alma” ou “espirito” e logos, que significa “razão”. Portanto, etimologicamente a psicologia significa “estudo da alma”. A alma, ou espirito era conhecida como a parte imaterial do ser humano, que abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, e a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.
6- Quais filósofos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo atrás da percepção?
Os filósofos pré-socráticos.
7- Para Aristóteles, o que era pysche?
Para Aristóteles, a pysche seria o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta, teria sua psyche ou alma. Dessa forma, os vegetais, os animais e o homem teriam alma: os vegetais teriam a alma vegetativa, que se define pela função de alimentação e reprodução; os animais teriam essa alma e a alma sensitiva, que tem a função de percepção e movimento; e o homem teria os dois níveis anteriores e a alma racional, que tem a função pensante.
8- Antes do advento da psicologia cientifica, os gregos formularam duas teorias. Quais são elas?
A platônica, que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada ao do corpo; e ao aristotélica, que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.
9- Quais foram os filósofos que se destacaram durante o império romano e a idade média?
Santo Agostinho (364 d.C – 430 d.C) e São Tomás de Aquino (1225 d.C – 1274 d.C).
10- Referente ao estudo do psiquismo, o que defendia Santo Agostinho?
Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia um cisão entre a alma e o corpo. Entretanto, para ele, a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina do homem. A alma seria imortal por representar o elemento que liga o homem a Deus. Sendo a alma também a sede do pensamento, a Igreja passou a se preocupar também com a sua compreensão.
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