A Semeadura Divina

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Marcos 4.1-34

Introdução:
Temos uma forma de enxergar o mundo e que na maioria das vezes não é como a que Deus quer que enxerguemos. Hoje querermos aprender um pouco mais sobre como o Senhor trata as questões do Seu Reino por meio de algumas parábolas.
1. Nossa ligação com a parábola do semeador - vs. 1-20:
1.1. A semente e os solos - vs. 1-9:

1Jesus começou a ensinar outra vez à beira-mar. E uma numerosa multidão se reuniu em volta dele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia. 2Assim, ensinava-lhes muitas coisas por parábolas e, durante o seu ensino, dizia:

3— Escutem! Eis que o semeador saiu a semear. 4E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. 7Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto. 8Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto; a semente brotou, cresceu e produziu a trinta, a sessenta e a cem por um.

9E Jesus acrescentou:

— Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

1.2. A soberania Divina e a responsabilidade humana - vs. 10-12:

10Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze começaram a lhe fazer perguntas a respeito das parábolas. 11Jesus disse a eles:

— A vocês é dado conhecer o mistério do Reino de Deus, mas aos de fora tudo se ensina por meio de parábolas, 12para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se e sejam perdoados.

1.3. O sentido da semeadura - vs.13-20:

13Então Jesus lhes perguntou:

— Se vocês não entendem esta parábola, como compreenderão todas as outras? 14O semeador semeia a palavra. 15Estes são os da beira do caminho, onde a palavra é semeada: quando a ouvem, logo Satanás vem e tira a palavra semeada neles. 16E estes são os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. 17Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo de pouca duração. Quando chega a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, 19mas as preocupações deste mundo, a fascinação da riqueza e outras ambições aparecem e sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. 20Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um.

2. Candeia do mundo - vs. 21-25:
2.1. Em posição de destaque - vs. -21-22:

21Jesus também lhes disse:

— Será que alguém traz uma lamparina para que seja colocada debaixo de um cesto ou da cama? Por acaso não a coloca num lugar em que ilumine bem? 22Porque não há nada oculto, senão para ser manifesto; e nada escondido, senão para ser revelado.

2.2. Ouvindo a Palavra - vs. 23-24:

23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.

24Então lhes disse:

— Prestem bem atenção no que vocês ouvem. Com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos, e mais ainda lhes será acrescentado. 25Pois ao que tem mais será dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.

Evangelho de Marcos (10. As figuras da lâmpada e da medida, 4.21–25)
23,24 O primeiro grito de alerta: Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça! conclui a primeira máxima e a caracteriza como palavra de sentido profundo, que quer ser recebida por corações bem despertos (cf. v. 9 e opr 2 a 4:3–9). Isto, porém, também vale para a exortação resultante dela. Então, lhes disse: Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. O passivum divinum (cf. 2:15) indica que o próprio Deus é o “parceiro de negócio” dos discípulos, em relação ao qual eles usam certa medida (cf. nota b). É a medida da sua disposição para ouvir. Eles devem manuseá-la da maneira mais generosa possível e estar sem reservas à disposição da revelação. Deus provará ser, isto ele promete, um parceiro verdadeiro, generosíssimo. Com ele dá para fazer bons “negócios”. Sem usar a figura: vale a pena levar Deus a sério. A medida com que ouvimos torna-se medida na nossa compreensão crescente e do nosso fruto.25 A mesma coisa, no entanto, também vale no sentido inverso, de modo que chegamos a uma seriedade final: Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. O que o ser humano tem no sentido positivo é, à luz do v. 24, o ouvir paciente e continuado. Então ele também participará da Páscoa, poderá contar com a ressurreição para suas ações, orações e sofrimentos. Mas quem resiste ao amor de Deus como em 10:22 e vai embora mal-humorado, não reterá nada do seu encontro com Jesus além de uma lembrança que o incomoda. Verdades que entendemos uma vez podem tornar-se novamente obscuras, podemos perder sementes espirituais. No dia em que à nossa volta as carroças da colheita seguirem carregadas para os depósitos, em nossa lavoura só haverá mato para queimar. Assim se encerra o grande parágrafo da comparação do semeador.
3. Os mistérios de Deus e nossa dependência Dele - vs.26-29:
3.1.Nosso parte, a parte de Deus e o seu milagre misterioso em Sua Seara:

26Jesus disse ainda:

— O Reino de Deus é como um homem que lança a semente na terra. 27Ele dorme e acorda, de noite e de dia, e a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. 28A terra por si mesma frutifica: primeiro aparece a planta, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. 29E, quando o fruto já está maduro, logo manda cortar com a foice, porque chegou a colheita.

Comentário Bíblico de Marcos: Através da Bíblia (Jesus Conta a Parábola da Semente (Mc 4.26–29))
No quarto parágrafo desse capítulo, nos versos 26 a 29, encontramos a parábola da semente. Ela é registrada apenas por Marcos, sendo mais um dos poucos trechos exclusivos desse evangelho. Vamos considerá-la através de sete observações.
1. O objetivo da parábola é mostrar o crescimento misterioso da semente, a maneira misteriosa como o reino de Deus cresce no mundo. Nessa parábola vemos a ação da graça divina na alma daquele que busca a Deus.
2. A semente foi plantada. O agricultor, depois de um dia de extenuante trabalho, foi descansar, foi dormir. E essa é a verdadeira rotina daquele que trabalha na agricultura. Na época da semeadura ele faz exatamente isso. Planta, semeia, rega a terra com o seu suor até que todo o terreno tenha sido semeado. É um trabalho concentrado.
3. Depois dessa rotina de dia e de noite, depois que diariamente aproveitou a época da semeadura, certa manhã, ao se levantar, ele se deparou com uma realidade que, embora esperada, não tinha ideia como aconteceu.
4. A semente germinou e cresceu. Mas é interessante repararmos que a terra por si só não produz o bom fruto, não produz o trigo. Por si só ela produz ervas daninhas e espinhos. Para haver um bom fruto tem que haver um agricultor. E assim como a mão humana espalha a semente para que haja colheita, o coração humano só produzirá bons frutos se for tocado pela graça divina.
5. O agricultor constatou que depois da época da semeadura a terra frutificou (v. 28). Primeiro brotou a erva, depois veio a espiga e, por fim, o grão cheio na espiga. Sem entender como aconteceu esse processo, ele constatou que a semente lançada se transformou em fruto bom e saudável. Assim também a graça divina no coração humano é incompreensível.A graça divina no coração humano é algo incomum. Trata-se de um novo princípio, proveniente de fora, enviado do céu e implantado na alma do homem. Entregue a si mesmo, nenhum ser humano vivo jamais buscaria ao Senhor. (RYLE, 2007, p. 47).
6. Mas mesmo sem entender como se dá o processo de transformação, depois, no tempo certo, quando o grão estava maduro, o agricultor o cortou porque era chegada a ceifa (v. 29). Enquanto a parábola do semeador destaca os tipos de solos que recebem a semente, nesta parábola o destaque é para a capacidade de a semente crescer e frutificar. Somente com o passar do tempo esse resultado acontece. Jesus destacou através dessa parábola a capacidade, o poder que a mensagem do evangelho tem de crescer e produzir resultados sem que se perceba como isso acontece.
7. Jesus possivelmente estava se referindo ao seu ministério terreno. Foi um começo relativamente insignificante e apagado, mas viria um tempo, o tempo de Deus, em que suas palavras seriam valorizadas e amadas. O seu nome seria reverenciado e Ele mesmo seria adorado. Isso tem ocorrido agora em todas as nações, através do avanço missionário. E a grande pergunta é: Essa frutificação já ocorreu em sua vida?
4. O Reino de Deus - vs.30-34:
4.1. Crescerá até a volta gloriosa de Cristo - vs.30-32:

30Disse mais:

— Com que poderemos comparar o Reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos? 31Ele é como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra; 32mas, uma vez semeada, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças; cria ramos tão grandes, que as aves do céu podem se aninhar à sua sombra.

Comentário Bíblico de Marcos: Através da Bíblia Jesus Conta a Parábola do Grão de Mostarda (Mc 4.30–32)

3. Essa parábola é de esperança e encorajamento.

Esta parábola nos diz que nunca devemos desencorajar-nos pelos começos humildes. Pode nos parecer que, nesse momento, somente possamos produzir efeitos insignificantes; porém se esse efeito insignificante se repetir, e voltar a se repetir, certamente chegará a ter um significado… Nada surge em sua plenitude e desenvolvimento completo. Nosso dever é fazer o que é possível; e o efeito acumulado de todos os esforços pequenos pode chegar a produzir resultados surpreendentes. (BARCLAY, 1974, p. 124).

Em vez de ficarmos desanimados com o crescimento aparentemente lento, devemos observar que o crescimento é contínuo.

4. Mas o ponto central da parábola não é só a lição de que o reino crescerá no mundo e que não devemos ficar escravos dos números. O que Jesus está enfatizando nessa pequena parábola é o fato de que existe uma conexão entre o menor grão e uma grande árvore. Jesus está destacando o pequeno começo do reino de Deus sob o seu ministério que não era entendido, mas rejeitado, e a sua consumação gloriosa no futuro.

4.2.Nossa compreensão limitada do Reino de Deus - vs.33-34:

33E com muitas parábolas semelhantes Jesus lhes expunha a palavra, conforme podiam compreendê-la. 34E sem parábolas não lhes falava; tudo, porém, explicava em particular aos seus próprios discípulos.

Comentário Bíblico de Marcos: Através da Bíblia Jesus Tinha Razões para Ensinar por Meio de Parábolas (Mc 4.33–34)

2. Ainda no verso 33, a frase conforme permitia a capacidade dos ouvintes, significa que em muitas ocasiões Jesus reconhecia que o povo não estava pronto para receber a verdade de modo pleno e completo. Temos de reconhecer que…

Comentário Bíblico de Marcos: Através da Bíblia Jesus Tinha Razões para Ensinar por Meio de Parábolas (Mc 4.33–34)

Temos de reconhecer também a incapacidade do homem de entender ou discernir as “coisas espirituais” se não houver a iluminação do Espírito Santo!

Conclusão: Verdadeiramente entendemos os mistérios de Deus para nós, por mais que sejam difíceis de serem entendidos? Temos nos colocado para ouvi-lo de forma espiritual deixando nossa forma de enxergar para trás e desta forma sermos aqueles que verdadeiramente frutificam?
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