COMO CRISTO AMOU A IGREJA

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COMO CRISTO AMOU A IGREJA
INTRODUÇÃO
A maioria dos estudiosos afirma que o primeiro conto a registrar a história de Don Juan criado por Tirso de Molina foi El Burlador de Sevilla y Convidado de Piedra [o Trapaceio de Sevilha e o convidado de pedra]. As datas para esta publicação, entretanto, variam de 1620 até 1635, dependendo da fonte embora haja outros registros de que seja conhecida em Espanha desde 1615. Segundo este conto, Don Juan é um mulherengo inveterado, que seduzia as mulheres disfarçando-se de seus amantes ou lhes prometendo o matrimônio. Atrás de si, deixa um rasto de corações partidos até que, finalmente, acaba matando um certo Don Gonzalo. Quando depois é convidado pelo fantasma deste para um jantar numa catedral, acaba por aceitar, por não querer parecer um covarde, e então é levado pelo fantasma ao inferno.
O clássico Don Juan, contudo, é uma figura patética da literatura, um personagem que nunca experimenta o verdadeiro amor. O pastor e sociólogo norte-americano Antony Campolo afirma que os homens universalmente estão sendo vítimas do que ele chama de “síndrome do Don Juan”, os imitadores modernos deste personagem, seduzidos por esse tipo patológico de “poder”, se tornam famintos por mais conquistas, estabelecendo um estilo de relacionamento truncado com o sexo oposto.
Isso começa cedo, desde a adolescência. Os jovens são apresentados a um distorcido conceito de masculinidade. Eu me lembro que desde o ensino médio, aprendíamos a sentir grande satisfação em persuadir uma longa sucessão de garotas a se apaixonar por nós, enquanto permanecíamos emocionalmente distante. Nós nos orgulhávamos da habilidade de submeter as meninas e vê cada uma como um troféu a ser conquistado. Entre nós, o “herói” é aquele que mais conquistas fazia. A popularidade de um adolescente é determinada pelo número de garotas que ele conquistava.
A partir desse padrão, torna-se difícil que os homens se realizem num relacionamento exclusivo. Suas “conquistas” superficiais podem produzir falso senso de poder, mas o efeito disso sobre a personalidade masculina é devastador, bloqueando a possibilidade de compromisso duradouro na vida adulta. O que é verdade no namoro se estende para o casamento. Relacionamento superficial e passageiro.
Há alguns anos, James Dobson, conhecido psicólogo cristão norte-americano, advertiu: “O mundo ocidental se encontra na grande encruzilhada de sua história, e nossa sobrevivência será determinada pela presença ou omissão da liderança masculina em milhões de lares. Os esposos seguram a chave para a preservação da família.” O problema na cultura moderna é que os homens estão sendo desqualificados para sua missão no lar.
Como agravante, na avaliação de Willard Waller, sociólogo contemporâneo, os homens se tornam vítimas daquilo que ele chama de “o princípio do menor interesse”. Isto é, os homens descobrem que, quanto menos envolvimento emocional manifestam, mais poder eles têm sobre as esposas. Para muitos maridos, amar a esposa profundamente significa perder seu poder de dominar. Assim, eles preferem poder em lugar de amor, precisamente o contrário daquilo que as Escrituras ensinam. E as mulheres, por serem as que mais investem no relacionamento, tornam-se objeto de humilhação e degradação.
II – NECESSIDADE DE UM MODELO
Os relacionamentos conjugais precisam de um parâmetro, um modelo para ser seguido. O apóstolo Paulo, entre os escritores bíblicos, sem dúvida nenhuma foi um dos maiores expositor do amor conjugal. Esse é o tipo de pensamento bíblico, totalmente contrário ao moderno pensamento humano de amor e satisfação própria. Vamos ler Colossenses 3.19; Efésios 5.25, 28-29. Esses textos revela o segredo de um casamento bem-sucedido. Maridos, amai vossa esposa como Cristo amou a igreja.
Os rabis diziam: “Maridos, amai vossa esposa como a vós mesmos.” Os escritores clássicos da antiguidade, advertindo que os maridos amassem suas esposas, poderiam escolher entre três palavras: eros, o amor físico, philéin ou storggeo, termos para expressar a afeição dentro do círculo familiar. Mas Paulo não usou nenhuma dessas palavras conhecidas. Ele escolheu um termo tipicamente cristão: agape. “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja.” O amor é aqui qualificado por um paradigma. Amor totalmente abnegado, altruísta que busca não a própria satisfação, mas o supremo bem da pessoa amada: “Como Cristo amou.” E nós sabemos como Cristo amou! Jesus Amou a ponto de morrer pela igreja.
O casamento não terá sucesso por causa de boas intenções, do “brilho e das cores” das coisas acumuladas, da casa, dos aparelhos, da conta bancária ou da marca do carro. Essas coisas podem ter seu lugar, mas são de valor relativo. É pela falta do verdadeiro amor que os relacionamentos estão se acabando, por essa razão pessoas bem-sucedidas financeiramente e profissionalmente continuam entrando e saindo de um novo relacionamento sem nunca serem felizes.
Agora você pode imaginar a revolução que veríamos nos lares, entre os casais, se os maridos manifestassem amor assim? Esse amor romance, amor paixão, tão decantado na lírica das canções e das novelas, falha porque é um tipo de amor basicamente egoísta, centralizado no “eu”. Nele, quando se diz “eu amo você”, o que se está frequentemente dizendo é: “Eu amo a mim mesmo e estou usando você.” Tudo que esteja centralizado no egoísmo humano está destinado a falhar. Por isso Paulo usou o amor de Cristo como parâmetro para o amor dos maridos.
O modelo divinamente estabelecido como parâmetro para os relacionamentos conjugais é o amor de Cristo pela igreja descrito nos textos acima. Esse é o ingrediente que mantém um relacionamento, o amor, um sentimento sacrifical, incondicional, uma experiência que é vivida no momento em que o cônjuge coloca os interesses do outro acima dos seus. Mesmo cometendo erros e devaneios os casais são exortados a se amarem, tendo o amor de Jesus como modelo relatado no livro Nisto Cremos (2008, p. 370) que diz:
Amor marital significa devoção incondicional, cheia de afeto e íntima de um para com o outro, a qual estimula o mútuo crescimento da pessoa à imagem de Deus, em todos os aspectos: físico, mental, intelectual e espiritual. Diferentes espécies de amor operam no casamento: ele possui seus momentos românticos, apaixonados; seus instantes altamente sentimentais; suas ocasiões de conforto; suas horas de companhia e de senso de pertinência. Entretanto, é o amor tipo agape descrito em o Novo Testamento – o amor altruísta, todo dedicado ao outro – que corresponde ao fundamento do amor marital verdadeiro e duradouro.
Com o mesmo amor que Cristo teve pela sua igreja, deve o homem amar sua mulher, um amor puro, desinteressado, disposto a cuidar e dar segurança, que aceita, respeita, apoia e se sacrifica por ela, esse é o parâmetro de amor para os esposos, isso independe de qualquer situação ou momento em que a sociedade esteja vivendo. Deus é amor, é perfeito, é altruísta se deu pelo bem-estar da humanidade, um amor incondicional, disposto a entregar tudo pelo outro, esse amor que não encontra limites, sem mácula, gostoso de ser vivido é o amor de Jesus pela sua igreja, e todos os homens são convidados a amar a sua esposa desta forma, nada menos do que o amor que Jesus sente pela sua igreja ao ponto de dar a vida por ela, esse é o modelo normativo de amor que os homens precisam sentir por seu cônjuge. A liquidez do amor prejudicado pelo pecado é solidificada com a presença de Jesus.
III – A MAGIA NÃO ESTÁ NA TORNEIRA
Thomas Edward Lawrence nasceu em agosto de 1888, em Gales, no Reino Unido. Tornou-se famoso como militar da inteligência britânica durante a Revolução Árabe, na Primeira Guerra Mundial. Especialista em guerrilhas no deserto, sua missão no Oriente era unir as facções árabes para derrotar o Império Turco. Sua biografia foi popularizada por Hollywood no filme Lawrence da Arábia, produzido em 1962.
Durante a guerra na Arábia, Lawrence estabeleceu forte amizade com muitos xeiques. Depois que a guerra terminou, ele levou alguns desses amigos ilustres à Inglaterra para demonstrar sua gratidão pelo apoio que recebera. Seus amigos árabes ficaram deslumbrados ao chegar no país inglês.
Segundo a lenda, na última noite da visita, Lawrence ofereceu aos nobres visitantes qualquer coisa que quisessem levar no retorno para seus lares no deserto. Então os xeiques o conduziram a um dos quartos do suntuoso hotel que os hospedara em Londres. Entraram no banheiro e apontaram para as torneiras na pia. Disseram-lhe que aquele era o presente desejado. Uma torneira? Tem certeza? Eles estavam acostumados com a aridez do deserto, onde a água era um luxo raro, julgaram que as torneiras seriam um presente extraordinário, e a solução mágica para um enorme desafio, a falta de água.
Eles julgavam que a magia da água corrente estava nas torneiras, sem perceber que as torneiras eram o menos importante. Não entendiam que por trás delas estava todo um sistema de suporte, encanamentos, tanques, reservatórios, filtros e energia.
Pense nessa história em relação ao casamento moderno. Muitos veem o casamento em termos da festa, das roupas, da lua de mel, da casa ou apartamento onde vão morar, da realização profissional e financeira. Muitos associam o sucesso do casamento com o desempenho sexual, e esta parece ser uma ilusão dominante, alimentada por filmes, livros e novelas. Mas o segredo do casamento não está no que se pode ver. A visão materialista do casamento, a confusão entre o fundamental e o periférico, é precisamente o que cria os maiores fracassos. Há diversas pessoas que investem muito naquilo que pode produzir tão pouco retorno. Amor sacrificial, o amor inspirado em Deus, é a única base segura para o casamento. É preciso colocar, como Cristo fez, o interesse da pessoa amada acima dos interesses pessoais.
Sem Deus, seu casamento está programado para ruir, sobrando apenas fotos amareladas. O casamento sem o amor cujo parâmetro é a cruz é concentrado no “eu”, na realização pessoal, nos desejos pessoais, e vai falhar, porque a filosofia egoísta é suicida. Amar uma pessoa, segundo as Escrituras, significa ser uma bênção para ela, cuidando, ministrando e servindo de forma prática. Isso não depende primariamente de “romance”. É precisamente isso que multidões não entendem. O casamento só pode sobreviver se as pessoas envolvidas nele estiverem dispostas a levar a cruz, colocando os interesses da pessoa amada antes dos seus.
O marido que ama se preocupa com a esposa e se entrega para que ela possa ser assistida da melhor forma possível, ele a ama e ela sabe que tudo ao seu alcance será feito para o beneficio dela. Com relação à entrega do marido o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (2014, v. 6, p. 1150) declara que:
A Si mesmo Se entregou. A prova suprema do amor é se ele está preparado para abrir mão da felicidade a fim de que a outra pessoa a tenha. Neste aspecto, o marido deve imitar a Cristo, deixando de lado os prazeres e o conforto pessoal em favor da felicidade da esposa, permanecendo ao lado dela na hora da enfermidade. Cristo deu a Si mesmo para a igreja porque ela estava em profunda necessidade. Ele fez isso para salvá-la. Da mesma forma, o marido dá a si mesmo pela salvação da esposa, ministrando a suas necessidades espirituais, e ela ás dele, em espírito de amor mútuo.
O marido que ama a sua esposa como Cristo amou a igreja busca a purificação e consequentemente santificação dela, ora com ela e por ela, lê a Bíblia com ela, incentiva a ir para a igreja e a ter uma vida espiritual esplendorosa, pois o homem foi colocado como sacerdote do lar, Lopes (2009, p. 157) afirma: o marido é responsável pela vida espiritual da esposa e dos filhos. Ele é o sacerdote do lar. O marido precisa buscar a santificação da esposa. Deve ser a pessoa que mais exerça influencia espiritual sobre ela. White (2004, p.105) também declara que:
Ele deve animá-la a descansar em sua ampla afeição, e encaminhar-lhe a mente ao Céu, onde há força e paz, e um repouso final para o cansado. Não deve voltar para casa com a fisionomia carregada, mas trazer com sua presença uma luz à família, e estimular a esposa a olhar para cima e confiar em Deus. Podem, unidos, invocar as promessas divinas, e atrair sobre a família Suas ricas bênçãos.
Não amar a esposa desta forma é buscar uma maneira superficial de amor que é mais fácil de ser vivido, mas o contrário, é como achar que basta ter a torneira para ter água.
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