HUMANIDADE E DIVINDADE DE JESUS

Teologia Sistemática  •  Sermon  •  Submitted
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Não há cristianismo sem Jesus.
ROBERT MURRY M'CHEYNE:
Aprenda muito a respeito do Senhor Jesus. Para cada vez que você olhar para si mesmo, olhe dez vezes para Cristo. Ele é totalmente encantador. Tal majestade infinita e, não obstante, tanta mansidão e graça, e tudo em favor dos pecadores, mesmo para com o principal deles. Viva intensamente para agradar a Deus. Regozije-se em seus sorrisos. Sinta seus olhos oniscientes fitos com amor em você e descanse em seus braços Todo-Poderosos… Deixe sua alma encher-se de um profundo senso arrebatador da doçura e excelência de Cristo e de tudo o que está nele.
C. S. LEWIS:
Eu estou aqui tentando prevenir que alguém diga uma coisa realmente idiota que pessoas usualmente dizem a respeito dEle: Eu estou pronto para aceitar Jesus como um grande mestre de moral, mas eu não aceito a sua afirmação de ser Deus. Isso é uma coisa que nós não podemos dizer. Um homem que era apenas um homem e que disse o tipo de coisas que Jesus disse não seria um grande mestre de moral. Ou ele seria um lunático - ao nível com o homem que diz ser um ovo escalfado - ou então ele seria o Diabo do Inferno. Você precisa fazer a sua escolha. Ou esse homem foi, e é, o Filho de Deus, ou então um homem louco ou algo pior. Você pode tê-lo por um tolo, você pode cuspir nele e matá-lo como um demônio ou você pode cair aos seus pés e chamá-lo Senhor e Deus, mas não vamos vir com nenhuma bobagem paternalista sobre ele ser um grande mestre humano. Ele não deixou isso aberto para nós. Ele não intencionava isso. ... Agora me parece óbvio que Ele não era nem um lunático nem um demônio: e consequentemente, por mais estranho ou assustador ou improvável que possa parecer, eu tenho de aceitar a visão de que Ele era e é Deus.
2. A pessoa, natureza e encarnação de Jesus Cristo. Deus enviou seu filho para nos salvar.
J. I. Packer:
Um evento para a confissão da doutrina da Encarnação aconteceu no Concílio de Calcedônia (451 d. C.), quando a igreja rejeitou tanto nestoriana de que Jesus era duas personalidades - o Filho de deus e um homem - sob a mesma pele, como a idéia eutiquianista de que a divindade de Jesus tinha absorvido sua humanidade. Rejeitando ambos, o concílio afirmou que Jesus é uma pessoa divino-humana em duas naturezas (isto é, dois conjuntos de capacidades para a experiência, expressão, reação e ação); e que as duas naturezas são unidas em seu ser pessoal, sem mistura, confusão, separação ou divisão; e que cada natureza retém seus próprios atributos. Em outras palavras, todas qualidades e poderes que estão em Deus, estavam, estão e sempre estarão real e distintamente presente na pessoa do homem da Gáliléia. Assim, a fórmula calcedônia afirma, em termos categóricos, a plena humanidade do Senhor (nascido pela ação divina).
A idéia de que as duas naturezas de Jesus eram como circuitos elétricos alternados, de sorte que algumas vezes Ele agia em sua humanidade e algumas vezes em sua divindade, e é também equivocada. Ele realizou e suportou todas as coisas, incluindo seus sofrimentos na cruz, na unidade de sua pessoa divino-humana (isto é, como Filho de Deus que sabia tomado para si todos os poderes humanos de agir, reagir e experimentar, em sua forma não decaída). Dizer isto não contradiz a impecabilidade divina, pois impassibilidade não significa que Deus nunca experimentou angústia, mas que o que ele experimentou, angústia inclusive, é experimentado por sua própria vontade e por sua própria decisão predeterminada. Jesus, sendo divino, era impecável (não podia pecar), mas isto não quer dizer que Ele não podia ser tentado. Satanás tentou-o a desobedecer ao Pai por autogratificação, autoexibição e autoglorificação (Mt 4.1-11), e a tentação para recuar da cruz foi constante (Lc 22.28; Mt 16.23; e a oração de Jesus no Getsêmani). Sendo humano não podia vencer a tentação sem luta, mas, sendo divino, era sua natureza fazer a vontade do Pai (Jo 5.19,30) e, portanto, resistir e lutar contra a tentação até vencê-la. Do Getsêmani podemos inferir que suas lutas foram bem mais agudas e agônicas do que qualquer outra que possamos imaginar. O final feliz resultante é que "naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2.18)
3. A Divindade de Cristo.
R. C. SPROUL:
A confissão da divindade de Cristo é extraída do testemunho multiforme do Novo Testamento. Como o Verbo Encarnado, Cristo é revelado como sendo não só preexistente em relação à criação, mas também eterno. A Bíblia diz que ele estava no princípio com Deus e também que ele é Deus (Jo 1.1-3). O fato de ele estar com Deus exige uma distinção pessoal na Deidade. O fato de ser Deus exige sua inclusão na Deidade.
Em outros textos, o Novo Testamento atribui a Jesus termos e títulos claramente divinos. Deus concedeu-lhe o preeminente título de Senhor (Fp 2.9-11). Como o Filho do Homem, Jesus reivindica ser Senhor do sábado (Mc 2.28) e ter autoridade para perdoar pecados (Mc 2.1-12). Ele é chamado o "Senhor da glória" (Tg 2.1) e recebeu adoração de bom grado, quando Tomé confessou: "Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20.28).
Paulo declara que a plenitude da Deidade habita em Cristo corporalmente (Cl 1.19), e que Jesus é superior aos anjos,, tema este reiterado no livro de Hebreus. Adorar um anjo, ou qualquer criatura, não importa quão exaltada ela seja, é violar a proibição bíblica contra a idolatria. A expressão "Eu sou" repetida no Evangelho de João também testifica sobre a identificação de Jesus Cristo com a Deidade.
4. A humanidade de Cristo.
No Século V, o Concílio de Calcedônia (451 d.C.) afirmou que Jesus era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. O concílio declarou que as duas natureza de Jesus humana e divina, eram sem mistura, confusão, separação ou divisão.
A humanidade de Cristo é como a nossa. Ele tornou-se homem "por nossa causa", Ele entrou em nossa situação para agir como nosso Redentor. Tornou-se nosso substituto, tomando sobre si nossos pecados, a fim de sofrer em nosso lugar. Ele também tornou-se nosso campeão, cumprindo a Lei de Deus em nosso favor. Na redenção, existe uma dupla mudança. Nossos pecados são atribuídos a Jesus. Sua justiça é atribuída a nós. Ele recebe o castigo merecido pela nossa humanidade imperfeita, enquanto nós recebemos a bênção devida à sua humanidade perfeita. Em sua humanidade, Jesus tinha as mesmas limitações comuns a todos os seres humanos, exceto que ele era sem pecado. Em sua natureza humana, ele não era onisciente. Seu conhecimento, embora fosse acurado e exato, não era infinito. Havia coisas que ele não sabia, como por exemplo, o dia e a hora de sua volta à Terra (). É claro que em sua natureza divina ele é onisciente e sua conhecimento é ilimitado. Como ser humano, Jesus estava restrito pelo tempo e espaço.Como todo ser humano, ele não podia estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Ele suava. Sentia fome. Chorava. Sofria dores. Ele era mortal, capaz de sofre a morte. Em todos esses aspectos era como nós.
5. Necessidade da Humanidade de Cristo.
BERKHOF:
Desde que o homem pecou, era necessário que o homem sofresse a penalidade. Além disso, o pagamento da pena envolvia sofrimento de corpo e alma, sofrimento somente cabível ao homem, Jo 12.27; At 3.18; Hb 2.14; 9.22. Era necessário que Cristo assumisse a natureza humana, não somente com todas as suas propriedades essenciais, mas também com todas as debilidades a que está sujeita, depois da Queda, e, assim devia descer às profundezas da degradação em que o homem tinha caído, Hb 2.17,18. Ao mesmo tempo, era preciso que fosse um homem sem pecado, pois um homem que fosse, ele próprio, pecador e que estivesse privado da sua própria vida, certamente não poderia fazer expiação por outros, Hb 7.26. Unicamente um Mediador verdadeiramente humano assim, que tivesse conhecimento experimental das misérias da humanidade e se mantivesse acima de todas as tentações, poderia entrar empaticamente em todas as experiências, provações e tentações do homem, Hb 2.17,18; 4.15-5.2; e ser um perfeito exemplo humano para os Seus seguidores, Mt 11.29; Mc 10.39; Jo 13.13- 15; Fp 2.5-8; Hb 12.2-4; 1 Pe 2.21.
6. Necessidade da Divindade de Cristo.
BERKHOF:
No plano divino de salvação era absolutamente essencial que o Mediador fosse verdadeiramente Deus. Era necessário que (1) Ele pudesse apresentar um Sacrifício de valor infinito e prestar perfeita obediência à lei de Deus; (2) Ele pudesse sofrer a ira de Deus redentoramente, isto é, para livrar outros da maldição da lei; e (3) Ele pudesse aplicar os frutos da sua obra consumada aos que o aceitassem pela fé. O homem, com a sua vida arruinada, não pode nem cumprir a pena do pecado, nem prestar perfeita obediência a Deus. Ele pode sofrer a ira de Deus e, exceto pela graça redentora de Deus, terá que sofrê-la eternamente, mas não pode sofrê-la de molde a abrir um caminho de livramento, al 49.7-10; 130.3.
7. Para terminar:
MICHAEL REEVES:
“Se não for a graça de Deus, é para aí que eu vou” “Se não for a graça de Deus, é para aí que eu vou.” Essas foram as palavras do reformador inglês John Bradford, quando viu alguns prisioneiros serem levados para a execução da pena de morte. Ele sabia que os seus pecados mereciam a morte. No final, ele foi de fato executado, apesar de não o ter sido por qualquer pecado seu. Em 1555, ele foi queimado vivo em Smithfield, Londres, como parte da campanha da rainha Maria, a Sanguinária, contra os evangélicos. Amarrado ao poste, ele voltou-se ao seu companheiro John Leaf, que também estava sendo martirizado, dizendo: “Tenha bom ânimo, irmão, porque esta noite participaremos de um agradável jantar com o Senhor”. A maioria dos cristãos aproveitam a hora da refeição como oportunidade para dar graças a Deus e lembrar que ele é seu provedor, mas Bradford via todo momento do dia como um lembrete do evangelho. Quando andava de manhã, ele “trazia à lembrança a grande alegria e felicidade da eterna ressurreição... essa tremenda luz e brilhante manhã... depois da longa escuridão”. Ao contemplar o sol, ele louvava a Luz do mundo. Ao levantar-se, ele pensava em como Cristo nos levanta. Ao vestir-se, ele orava: “Ó Cristo, veste-me com tua própria pessoa” e lembrava-se de “como somos incluídos em Cristo... como ele nos veste”. Ao comer carne, ele comparava isso com o alimentar-se do corpo de Cristo. Quando retornava para casa, ele pensava: “como será prazeroso nosso retorno, a chegada ao nosso lar eterno, tranquilo e feliz”. E, quando finalmente se despia na hora de ir para a cama à noite, ele pensava em “despir-se do velho homem com suas paixões” e preparar-se para o sono da morte: “Assim como você não tem medo de entrar em sua cama, pronto para dormir, assim não fique com medo de morrer”. Para Bradford, este é o mundo de Cristo, e nós vivemos mais felizes nele quando constantemente reconhecemos isso.
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