A impossibilidade de um pai terreno
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O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez, extrai força de sua humildade e experiência da sua fragilidade.
O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez, extrai força de sua humildade e experiência da sua fragilidade.
Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.
Tendo Jesus chegado à casa do chefe e vendo os tocadores de flauta e o povo em alvoroço, disse: Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme. E riam-se dele. Mas, afastado o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou. E a fama deste acontecimento correu por toda aquela terra.
Observação preliminar
A palavra “sinagoga” é usada com vários significados. Por um lado é designação da casa em que acontecia a reunião de culto (local de oração), por outro lado para a própria reunião dos judeus como comunidade em culto, e, em terceiro lugar, também para uma reunião dos representantes dessa comunidade.
No NT a sinagoga era conhecida como uma “instituição muito antiga”. No tempo de Jesus havia sinagogas em todos os lugares, mesmo nos menores (Nazaré, Mc 6:2). Em Jerusalém deve ter havido sinagogas em grande número (400 a 500). Cada clã tinha a sua. Mesmo no monte do templo menciona-se a existência de uma sinagoga. A isso se somavam diversas sinagogas na diáspora (At 14:21).
O culto na sinagoga era formado pela leitura da Escritura, oração e pregação. Ao ser proferida a leitura as pessoas permaneciam em pé, na pregação ficavam sentadas. Até meninos de 12 anos podiam participar da leitura. Uma pregação podia ser feita por qualquer pessoa que tivesse mais de 30 anos e se anunciava previamente junto ao chefe. O Senhor Jesus e seus discípulos usaram com freqüência essa oportunidade para anunciar o Evangelho.
O presidente da sinagoga, sempre um dos homens mais respeitados, era eleito entre os anciãos da comunidade. Era tarefa dele zelar pela ordem do culto, convidar leitores e pregadores para o serviço, censurar e barrar desordens.
Chega a Jesus um dos presidentes da sinagoga de Cafarnaum, portanto, uma pessoa de prestígio na cidade. Todos os três evangelhos também referem o seu nome: Jairo (Jairo significa: “o que traz luz”). Ele tem uma filha única de doze anos de idade. É por causa dela que ele vem a Jesus. Logo que o encontra, cai aos seus pés e pede, inquieto, com muitas palavras, que ele venha apressadamente à sua casa. Minha filha acaba de morrer, lamenta-se ele. Depois, corrigindo-se e esperançoso de que ainda haja uma centelha de vida nela, suplica: Vem, impõe a mão sobre ela, e ela viverá.
Contudo, o orgulho não o ajuda! A doença da filha se torna visivelmente pior. Aí corre até Jesus e prostra diante dele seu rosto em terra. Ele, o ilustre presidente da sinagoga, não se envergonha diante do povo de também solicitar a ajuda de Jesus, de também pedir a Jesus de coração, para que venha à sua casa ver sua filha doente.
“O adorou” - A sistematica do texto
Lemos frequentemente nos Evangelhos sobre pessoas se prostrando diante de Jesus (Mt 2.2, 11; 9.18; 14.33; Jo 9.38). É difícil saber que importância atribuir a essa expressão de profundo respeito. O termo pode ser usado para designar adoração religiosa, mas é difícil saber o significado exato da prostração em todos esses casos.Pedro, no entanto, repreende alguém que se ajoelhou diante dele num contexto semelhante (At 10.25–26); portanto, devemos considerá-lo inadequado quando dirigido a simples seres humanos ou mesmo a um anjo (Ap 19.10; 22.8–9). Mas Jesus nunca rejeita essa adoração, e certamente a prática é coerente com a adoração prestada a ele na igreja apostólica.
Esse episódio está registrado nos três evangelhos sinóticos. Mateus faz o mais breve dos registros.
O sofrimento nos leva aos pés de Jesus (9.18a)
Mateus escreve: Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesmo… (9.18). Esse chefe é chamado por Marcos e Lucas de Jairo. Era chefe da sinagoga de Cafarnaum. Homem de reconhecida reputação e destacado testemunho na sociedade. Homem de vida ilibada e respeitado pelo povo. A doença chegou à sua casa, e a morte arrancou de seus braços sua filha única, de apenas 12 anos. Essa tempestade de dor levou Jairo até Jesus. Seu sofrimento atroz fê-lo curvar-se aos pés do salvador para adorá-lo. Mais pessoas foram a Cristo na dor do que na alegria. Quando a angústia visita nossa casa, prostramo-nos aos pés de Jesus.
A fé não vê impossibilidades
(9.18b)Jairo continuou: … mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá (9.18). A fé ri das impossibilidades. A fé vê o invisível e apropria-se do impossível. O último milagre de ressurreição ocorrera no ministério de Eliseu, há mais de setecentos anos. Mas, agora, um grande profeta fora levantado. Jairo ouvira falar de como Jesus ressuscitara o filho único da viúva de Naim. A fé acende em sua alma a chama da esperança, e ele crê que nem mesmo a morte de sua filha poderia limitar o poder de Jesus.
Jesus sempre caminha conosco em nossas aflições (9.19)
Mateus registra: E Jesus, levantando-se, o seguia, e também os seus discípulos (9.19). Jesus nunca mandou embora aqueles que vieram a ele com o coração quebrantado. Ele caminha conosco em nossa dor. Ele não nos despreza nem nos desampara no dia da nossa aflição. Quando Jesus caminha conosco, não precisamos ter medo de más notícias. Quando ele vai conosco, a morte nunca tem a última palavra.
O Solo da ressurreição prevalece sobre o coral da morte (9.23,24)
O vozerio dos tocadores de flauta e o alvoroço do povo na casa de Jairo anunciavam o drama da morte de uma menina que era a alegria de seus pais e ao mesmo tempo a garantia do futuro deles. Naquela casa enlutada, o coral da morte erguia seu lamento fúnebre. Lamentos extravagantes e gritos frenéticos se faziam ouvir. É diante desse coral da morte que Jesus faz o solo da ressurreição. Mateus assim registra: Tendo Jesus chegado à casa do chefe e vendo os tocadores de flauta e o povo em alvoroço, disse: Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme. E riam-se dele. Aqueles que estão desprovidos de fé escancaram a boca para o riso da zombaria, em vez de erguerem um cântico de vitória por causa da poderosa presença de Jesus, diante de quem a morte não pode erguer sua fronte altiva. Os incrédulos são retirados da casa antes de o milagre acontecer. Aos que não creem, não lhes é permitido ver o milagre!
Quando Jesus está conosco, a morte não tem a última palavra (9.25)
Jesus já havia demonstrado seu poder sobre o mar, os ventos, os demônios, a enfermidade e, agora, demonstra seu poder sobre a morte. Mateus escreve: Mas, afastado o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou. Antes de Jesus entrar, ele afasta o povo incrédulo. Ao entrar, toma a menina pela mão, e ela se levanta da morte para a vida. O impossível aconteceu. A dor do luto foi estancada. A morte foi vencida. A alegria voltou àquela casa. O solo da ressurreição prevaleceu sobre o coral da morte. Fritz Rienecker registra esse milagre da seguinte maneira: “Com majestade régia, Jesus ordena à morte que devolva a sua presa. Nenhum sussurro, nenhuma fórmula, nem mesmo uma oração, mas somente: ‘Eu te digo’. Assim como ele ordena aos demônios, também dá ordens à morte, e ela obedece. Chama o ‘espírito’, e ele retorna”.
O poder de Jesus torna-se notório (9.26)
O poder de Jesus sobre a morte tornou-se tão notório que a notícia desse acontecimento correu por toda aquela terra. Esses sinais confirmavam a messianidade de Cristo. Suas palavras eram irresistíveis, e suas obras, irrefutáveis.