Uma Nova Humanidade

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Transcript

Introdução

A pouco mais de 2 anos preguei uma mensagem nesse texto em uma série onde falávamos de Unidade na Diversidade.
Naqueles dias estávamos bem no meio da Pandemia de COVID-19 e buscávamos unir forças para enfrentar aqueles tempos difíceis.
Hoje, saindo dessa mesma Pandemia vamos precisar voltar nesse tema, talvez agora preocupados com outras demandas que tem sido construtoras de muros entre os crentes.
Vivemos em dias onde Cristo Jesus não é mais o parâmetro para amarmos as pessoas, mas suas preferências ideológicas.
É impressionante como tudo isso afeta a comunhão, os relacionamentos, a amizade e a dignidade das pessoas.
Como pastor posso afirmar a vocês que tenho passados os maiores constrangimentos da minha vida. Claro, isso porque decidi considerar a todos como um só povo.
Afinal, depois dos primeiros versículos do capítulo 2 o que Paulo ainda tem a nos ensinar?
Bem, se ele anteriormente falou do nosso novo estilo de vida em Cristo, agora ele se preocupa em nos lembrar da nossa nova natureza humana em Cristo, em uma das partes centrais desta carta.
Espero que ao final desta conversa, possamos considerar com mais cuidado a maneira como vamos lidar com as nossas diferenças, pois elas devem ser tratadas a luz do evangelho de Jesus.

Cultive Uma Boa Memória do Passado

Efésios 2.11–13 NVI
Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo.
Cultivar uma boa memória do passado é uma ótima estratégia para valorizarmos o futuro.
Mais uma vez Paulo nos faz lembrar da nossa natureza no passado.
Gentios é o nome dado no NT para se referir a todos aqueles que não são judeus.
Pense bem, os judeus são o povo escolhido de Deus, são os portadores das promessas de Deus assegurado por alianças feitas no A.T.
Outro aspecto interessante trazido por Paulo é a circuncisão, marca que distinguia os judeus dos outros povos. Veja a enfase que Paulo dá ao fato da circuncisão ser uma marca feita por homens.
Outra condição que distinguia os gentios dos judeus era a falta de referência de um Messias, ou seja, um salvador.
Vejam os outros aspectos que caracterizavam os gentios
Separados da comunidade de Israel - A ideia evoca o distanciamento por inimizade.
Estrangeiros quanto as alianças da promessa - Isso quer dizer que quanto tudo que Deus havia prometido no passado os gentios estavam de fora.
Sem esperança e sem Deus - Consequentemente a alienação de Deus é a condição da falta de esperança.
Agora veja que existe uma reviravolta surpreendente, pois aqueles que estavam distantes em Cristo Jesus foram aproximados mediante o seu sangue. Mais uma vez a cruz se torna o processo de unidade entre os povos.

Na Cruz Cristo Cria a Nova Humanidade

Efésios 2.14–18 NVI
Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito.
Este conceito de nova humanidade parece distante do vocabulário dos crentes de hoje.
A ênfase na salvação pessoal nos fez esquecer da real intensão de Deus ao enviar Cristo Jesus. Abrimos mão da amplitude do evangelho por um dos seus aspectos apenas.
É muito importante lembrar que na adoração judaica materializada no Templo, havia um espaço específico para os gentios e se algum deles tetassem ultrapassar este espaço corria risco de morte.
A separação era literal em basicamente todos os aspectos.
A lei e todo o conjunto de regras elaborado pelos religiosos judeus impunham uma condição de estrema inacessibilidade de quem não fosse judeu.
No entanto, o plano de Deus sempre foi de restaurar toda a sua criação. Para isso esse plano trazia as seguintes condições:
Dos dois povos criar um único povo (esse sempre foi o plano original). Ao dizer, um novo homem ele na verdade está dizendo, uma nova HUMANIDADE.
Então, reconciliados entre si esta nova humanidade poderia desfrutar da paz com Deus.
Daí o segundo termo, corpo. Temos então a igreja em foco aqui. Por meio da cruz Deus concretiza seu plano de ter na igreja seu povo reunido, isto é, uma nova humanidade.
Toda inimizade é destruída na cruz. Por isso não faz o menor sentido ver os cristãos levantando muros. Cristo destruiu todo muro que nos separava.
O que Cristo veio anunciar? Paz!! Pois agora por meio dEle temos acesso ao Pai no Espírito. Percebe a Trindade sendo evocada aqui? Reconciliados com Deus, por meio de Cristo no Espírito. Este é o sentido comunitário da fé, o sentido coletivo.
Então, não compre a ideia de construir muros, não edifique aquilo que Cristo derrubou.

O Novo Templo de Deus

Efésios 2.19–22 NVI
Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.
Que coisa extraordinária meus irmãos, na nova família de Deus somos concidadãos dos santos, não há distinção, seja judeu, seja gentio, seja nossas diferenças, somos todos cidadãos do reino de Cristo Jesus membros da família de Deus.
Esta família não precisa mais de um templo feito de pedras, em contraste com o Templo de Jerusalém (e com os nossos “templos”), os membros da família de Deus são edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e profetas.
Nossa base de sustentação é Cristo Jesus, a pedra de esquina.
É sobre esta estrutura que o povo de Deus cresce para tornar-se santuário santo do Senhor.
Finalmente, juntos sendo edificados, nos tornamos moradia do Deus todo poderoso por meio do seu Espírito.
Um comentarista diz que Deus se dispôs a ser estrangeiro conosco para que assim habitasse entre nós.
Tudo isso é muito grande e acreditem amados e amadas, não podemos desprezar essas riquezas.

Conclusão

Quanta preciosidade em três parágrafos, quanta esperança, quanto amor!
Volto a dizer, não construa o que Cristo derrubou. Deus está entre nós, habitando no meio de nós.
Somos assim a nova humanidade em Cristo, feitos em Cristo para louvor da sua glória.
Absorva essa palavra meu irmão e assuma a postura de um novo homem e mulher em Cristo.
Não deixe seu coração ser conquistado por promessas que só podem ser cumpridas parcialmente.
Só Cristo tem a resposta que você precisa. Se você está nesta condição de separado de Deus, saiba que ele pode lhe introduzir em sua família espiritual e assim você encontrará todas as certezas que precisa.
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