Uma Igreja que Glorifica a Deus
Centenário 40 Anos • Sermon • Submitted
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Introdução
Introdução
Uma igreja que glorifica a Deus, o que isso significa para você? Talvez a pergunta seja, que tipo de igreja Deus procura. A igreja existe para adorar a Deus, para a glória d'Ele, e ntão isso significa que Deus quer ser adorado da forma como Ele quer. Vivemos em tempos do relativismo e essa mentalidade também adentrou na igreja e vemos muitas coisas estranhas ocorrendo em nossos arraiais sob o pretexto da sinceridade. Isso é algo tão sério, que o primeiro assassinato da história começa em uma adoração errada.
Mas, é importante nos atentarmos para a suficiência das Escrituras (da bíblia) e sendo suficiente, Deus fala sobre qual a igreja que lhe agrada, que glorifica a Ele. Talvez um dos textos que melhor retrate essa igreja que Deus procura, que nos dê um diagnóstico perfeito sobre a igreja que glorifica a Deus é Apocalipse nos capítulos 2 e 3. Nesses dois capítulos vemos uma revelação expressa do próprio Deus ao apóstolo João durante o seu período de exílio na Ilha de Patmos, onde o próprio Cristo remete sete cartas a sete igrejas do primeiro século que estão localizadas em uma região conhecida como Ásia Menor. Nessas cartas o próprio Senhor Jesus faz críticas, elogios, repreensões e conselhos que apontam as grandes ameaças que as igrejas enfrentam e os seus maiores problemas e virtudes.
Antes de ler o texto, gostaria de fazer algumas considerações:
Primeira consideração que gostaria de fazer é: Ainda no primeiro século, aquelas igrejas já enfrentavam problemas enormes. Então porque as nossas igrejas hoje também não enfrentariam problemas? Quarenta anos dessa igreja, isso deve ser um momento de celebração, mas também de reflexão para uma espécie de manutenção (nos perdemos por nos esquecer do óbvio).
Segunda consideração: Apesar do fato da igreja ao longo da sua história ter enfrentado problemas (e vai continuar enfrentando) , isso não nos exime de diagnosticá-los e tratá-los.
Terceira consideração: Aquelas igrejas representam a totalidade da igreja de Cristo em todo tempo e em todo lugar, logo as críticas e conselhos se aplicam a todas as igrejas, não somente àquelas sete igrejas. Nesta porção da Escritura encontramos um diagnóstico sobre a igreja que Deus procura, a igreja que plantamos ou pastoreamos não é nossa e devemos liderá-la a maneira de Cristo e não a nossa maneira. Existe uma prescrição bíblica e nós devemos nos submeter a ela.
Mas, a minha proposta não é falar hoje aqui sobre cada uma dessas sete igrejas, até porque não teríamos tempo para isso, mas do texto anterior, a indrodução as cartas.
9 Eu, João, irmão e companheiro de vocês na tribulação, no reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. 10 Achei-me no Espírito, no dia do Senhor, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, 11 dizendo:
— Escreva num livro o que você vê e mande-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.
12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, ao me voltar, vi sete candelabros de ouro 13 e, no meio dos candelabros, um semelhante a um filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com um cinto de ouro. 14 A cabeça e os cabelos dele eram brancos como alva lã, como neve. Os olhos eram como chama de fogo. 15 Os seus pés eram semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha. A voz era como som de muitas águas. 16 Na mão direita ele tinha sete estrelas, e da sua boca saía uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.
17 Ao vê-lo, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo:
— Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último 18 e aquele que vive. Estive morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreva, pois, as coisas que você viu, as que são e as que hão de acontecer depois destas. 20 Quanto ao mistério das sete estrelas que você viu na minha mão direita e quanto aos sete candelabros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas.
O livro de apocalipse foi escrito no final do primeiro século, e neste momento a realidade da igreja de Cristo era de extrema perseguição externa, mas também de perigosas concessões internas. Temos a tendencia em nos preocupar mais com as ameaças externas, mas os grandes desvios e problemas que a igreja de Cristo enfrentou e sempre vai enfrentar são exatamente as concessões internas (na maioria das vezes de questões óbvias).
João era o último apóstolo vivo, estava preso por causa da sua fé em Cristo e mesmo naquela condição adversa ele continua servindo a Igreja de Jesus. Mas, antes de saber o que deveria escrever às igrejas, foi-lhe mostrado quem é o Cabeça da Igreja. Antes de conhecer o conteúdo a ser transmitido, foi mostrada a autoridade soberana de Cristo. Isso apona para nós a urgência que nossa coinsciência deve ter em obedecer a Cristo. Para isso, João teve a impressionante visão de Jesus Cristo como Ele é - Rei dos reis e Senhor dos senhores. O apóstolo contempla a irresistível glória de Cristo, o Jesus ressureto.
Interessante essa reflexão diante da grande crise de autoridade que a nossa sociedade enfrenta de forma geral, ao ponto da palavra autoridade ganhar um significado negativo em muitos contextos. A autoridade na família tem sido desconstruída, homens que abandonam suas responsabilidades no lar, a autoridade paterna está sendo atacada por uma cultura secular e como consequência vemos uma geração completamente indisciplinada.
Da mesma forma vemos crises de autoridade no Estado, nas escolas e nas mais diversas organizações. Mas o pior, vemos isso ocorrendo nas igrejas e como isso afeta a saúde das comunidades de fé. Essa dificuldade com autoridades quando influencia a própria igreja, a autoridade bíblica é substituída por opiniões humanas, o senhorio de Cristo é rejeitado e a liderança pastoral subvertida. Se sociedade e a igreja querem atuar corretamente, precisam submeter-se à autoridade de Deus.
A visão do Cristo glorificado de João é para nós é antes de tudo, um encorajamento a partir da realidade de que o Rei dos reis, que é o dono da igreja, está voltando para o seu povo que precisa ser encorajado enquanto é perseguido. E esse mesmo povo precisa se manter fiel , resistir perseguições, e talvez o mais importante - não fazer concessões. A mensagem de Apocalipse é um remédio muito necessário e sempre oportuno. Por isso, a partir da porção que lemos eu gostaria de destacar três realidades:
Sofrimento (9)
Sofrimento (9)
Uma igreja que glorifica a Deus não está isenta do sofrimento.
João quando escreve Apocalipse, ele se encontra exilado, preso, não por ser um criminoso, mas por pregar o evangelho. João está sofrendo por ser fiel, e não por ser infiel. João assim como Pedro e Paulo, recebeu a maior revelação e chegou ao ponto mais alto da sua relação com Deus em um momento de muito sofrimento e perseguição. Esse sofrimento se identifica com o próprio sofrimento de Cristo, que o ápice da Sua obra por nós foi na cruz, onde ele experimentou do cálice do sofrimento.
Aigreja não é sofrimento, mas isso não significa que fazer parte da igreja de Cristo nos isenta do sofrimento. Cristo mesmo sofrendo não deixou de ser Rei, apesar do nosso sofrimento não deixamos de estar debaixo do reinado e do Senhorio de Cristo. Reinar e sofrer não são mutuamente excludentes. Esse é o caminho de Jesus, e é também o nosso caminho, uma vez que nos identificamos nEle. Querido irmão e irmà, o sofrimento é uma realidade na vida, e nunca um sinal do abando de Deus. Cristo sofreu, mas nunca deixou de reinar, assim como sofremos enquanto permanecemos no seu governo.
Há sempre um propósito em sofrer por Jesus, perseverança significa suportar uma carga e não jogar a toalha. O exílio de João em Patmos não foi por acaso, não pegou Deus de surpresa, assim como qualquer sofrimento ou tribulação que enfrentamos não pega Deus desprevenido ou despreparado. Assim como Deus forneceu força necessária a João, assim Ele fará conosco. Isso me faz lembra do que está escrito em:
4 Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte nada.
A outra realidade que o texto nos trás é o serviço.
Serviço (10-11)
Serviço (10-11)
Assim como reinar e sofrer não são excludentes, o sofrimento não exclui o serviço. Portanto, uma igreja que glorifica a Deus, é uma igreja que serve. O sofrimento não é um sinal nem um motivo para jogar a toalha, para desistir, pelo contrário, servimos apesar do sofrimento. Servir não é um sofrimento, é um privilégio, e é um privilégio tão grande que nem mesmo o sofrimento deve nos parar. Servimos mesmo que soframos, porque nada se compara ao privilégio de poder participar do que Deus está fazendo no mundo. Quando as tribulações te desmotivam e te fazem parar no serviço a Igreja de Cristo, é como você admitisse que o seu sofrimento fosse maior do que o privilegio, a alegria e a maravilha que e a obra de Deus! João se identifica como companheiro do serviço e do sofrimento, apesar do exílio, da prisão injusta, ele continua servindo.
Por isso eu destaco a terceira realidade que o texto nos traz, o encorajamento. E é sobre essa realidade que eu gostaria de focar nessa mensagem.
Encorajamento (12-20)
Encorajamento (12-20)
Uma igreja que glorifica a Deus é uma igreja que recebe d'Ele o encorajamento para prosseguir. Nos versículos em diante vemos a imagem do Cristo ressurreto. Vemos Cristo aqui apresentado não como o cordeiro sacrificado, como o carpinteiro, mas o Senhor exaltado, o Cristo vencedor que está no meio da sua igreja. A descrição que vemos aqui talvez seja a a imagem mais magnifica do Senhor na Escritura, é a majestosa visão que revela sua glória com grandes e admiráveis detalhes.
A pessoa de Cristo (12-16) - João viu uma pessoa no meio dos candelabros, e sua identidade não é segredo: é o Filho do Homem, o Senhor Jesus. Aqui tanto sua descrição quanto a sua localização nos encorajam. Na visão de João eram sete castiçais. Este número representa totalidade; representa as igrejas, não somente da Ásia Menor, mas as de todos os tempos e todos os lugares. O que Jesus declara aqui servirá a todas as igrejas e crentes de todos os tempos. Jesus está dizendo aqui que está no meio de todas as igrejas, e a IB do Centenário está incluída nessa Palavra.
A sua localização; no meio dos sete candelabros, que são as igrejas. O candelabro não é a luz, mas é o suporte para a luz, assim como a igreja é o suporte para que a Luz de Cristo brilhe neste mudo de trevas. O castiçal também era feito de metal nobre, e a nobreza de um material está no valor que alguém está disposto a pagar, isso também aponta para o valor da igreja, o povo que foi comprado pelo sangue de Jesus.
Além da localização, a descrição é muito importante. João não vê um homem qualquer, mas o Filho do Homem, um título messiânico muito utilizado no Antigo Testamento. O Filho do Homem é aquele cujo o governo não tem fim, que governa o universo, aquele que é perfeitamente Deus como fora perfeitamente homem.
Na visão de João, Jesus aparece com vestes de autoridade. Aquele que anda no meio da igreja é o Senhor dela. Os cabelos brancos como o aspecto da sua sabedoria.Na cultura de hoje, as pessoas respeitam cada vez menos o processo de envelhecimento. Na verdade a pessoa é admirada se conseguir continuar parecendo jovem, como se a velhice não tivesse dignidade. O livro de Provérbios diz que uma cabeça branca é uma coroa de glória. Uma das razões que não queremos envelhecer é que associamos a idade ao enfraquecimento, a perda da capacidade de enchergar, de ouvir e raciocinar. Mas todas essas coisas não pertencem ao evelhecimento pelo envelhecimento. São aspectos da natureza caída. Uma vez que a natureza de Cristo não possui nenhuma influência do pecado, a velhice no caso Dele só possuem aspectos positivos da idade.
Os olhos como chama de fogo aponta para sua visão onisciente sobre todas as coisas. Cada igreja e crente, são transparentes aos olhos de Deus, ele conhece os bastidores. Seus pés de bronze e sua voz como som de muitas águas apontam para sua força, autoridade e juízo. Ele é aquele que nos tem em suas mãos. A visão do Cristo glorioso deve nos trazer temor e inspiração. Essa noção da pessoa do Cristo glorificado e Sua autoridade nos leva a uma importante certeza; a igreja não pode ser regida por qualquer homem ou liderança meramente humana, nem por membros privilegiados ou por estruturas meramente denominacionais. Jesus anda sozinho no meio dos castiçais. Apenas Ele rege a Sua Igreja. Quantos de nós tem a real conciência de seu governo? Quantas reuniões e conselhos estão agindo de acordo com essa consciência? Quantos cultos de adoração são realizados segundo a sua vontade?
Jesus está no meio da Sua Igreja. Ele é o eixo; toda igreja precisa passar por Ele. A supremacia de Cristo é absoluta e central. Esta verdade deve governar nossos pensamentos e palavras em todos os momentos que nos reunimos, seja para a adoração ou seja para deliberar alguma coisa. Esta visão sobre onde Cristo está e como Ele é é motivo de temor para aqueles que tem cedido e feito graves concessões na igreja de Cristo, mas para aqueles que permanecem fiel, isso serve para apenas uma coisa: ENCORAJAMENTO. Sobretudo nos momentos de maiores dificuldades.
Encorajamento (17-20) - Para finalizar, nós vemos a reação de João ao contemplar Cristo, ele cai. Ele está diante daquele que éo início e o fim, aquele que morreu mais tornou a viver. João está diante do Cristo ressurreto, e não uma ressurreição meramente conceitual como muitos "acreditam", mas é aquele que de fato vive. Este que vive, não simplesmente vive, mas governa, e não governa a distância, Ele se faz presente, Ele está no MEIO DA SUA IGREJA independente da circunstância.
Observe, que João não cai diante do império Romano, mas cai diante do Cristo glorificado. A morte é a pior sentença que um regime pode oferecer. Mas a morte não é uma ameaça para nós. Mesmo que um regime nos jogue em uma prisão e nos leve a morte, Jesus no fim de todas as coisas nos libertará.
Quando missionários foram expulos da China, e uma revolução cultural promoveu tudo que havia de pior, muitos temiam que esse era o fim da igreja. Mas a igreja da China cresceu ainda mais forte. Por algum tempo, a União Soviética aparentemente iria erradicar a igreja, mas o regime comunista foi abalado e a igreja prevaleceu. Hoje aqui no ocidente, parece que o secularismo vai acabar com a igreja, em outros os lugares a ameaça pode ser o Islã, mas o que nunca podemos duvidar é que o Cristo ressurecto que sustenta e sempre sustentará a sua igreja.
Conclusão
Conclusão
Nos versículos 5 e 6 do capítulo 1, a Palavra de Deus afirma que nós, os cristãos, "fomos libertos.. dos nossos pecados pelo Seu sangue" e ele nos constituiu "reino e sacerdotes para servir a Deus e Pai". Isso é uma alusão ao momento que o povo de Deus se reuniu no monte Sinai para encontrar com Deus, ouvir sua lei e entrar em uma aliança com Ele. Ali, Deus lembrou que havia libertado seu povo da escravidão, agora Ele nos lembra que fomos libertos do pecado. Israel como nação deveria tornar Deus conhecido ao mundo, deveriam ser luz para as nações e um testemunho vivo da bondade do Senhor.
Aqui vemos que agora nós cristãos somos esse reino sacerdotal, e nossas vidas, juntas devem cooperar afim de atrair as pessoas para Deus. A TESTEMUNHA fiel morreu para que possamos ser testemunhas fiéis. O EVANGELISMO não é uma opção particular da qual somente cristãos interessados devem participar. O evangelismo é uma qualidade central da identidade de todo e qualquer cristão.
A mensagem para aquelas igrejas é também para nós, em meio à hostilidade e à pressão, nós podemos conhecer a graça e a paz porque Deus Pai é o todo-poderoso, porque Deus Espírito está presente em tudo e porque Deus Filho é o pleno conquistador que está entre nós. A igreja que glorifica a Deus, é aquela que nunca se esquece que Cristo passeia no meio dela, e é Ele quem deve reinar!