FP3.1-11 - Verdadeira Justiça de Deus - Vitalidade e aprimoramento do Evangelho entre os Filipenses (9)

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Texto

Filipenses 3.1-11 “1 Quanto ao mais, meus irmãos, alegrem-se no Senhor. Escrever de novo as mesmas coisas não é um problema para mim e é segurança para vocês. 2 Cuidado com os cães! Cuidado com os maus obreiros! Cuidado com a falsa circuncisão! 3 Porque nós é que somos a circuncisão, nós, que adoramos a Deus no Espírito e nos gloriamos em Cristo Jesus, em vez de confiarmos na carne. 4 É verdade que eu também poderia confiar na carne. Se alguém pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: 5 fui circuncidado no oitavo dia, sou da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, eu era fariseu; 6 quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. 7Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. 8Na verdade, considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele perdi todas as coisas e as considero como lixo, para ganhar a Cristo 9e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas aquela que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé. 10O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, 11para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.
NAA

Introdução

Filipenses e Colossenses 3.1–2 Acautelai-Vos dos Cães

A alegria verdadeira está somente em Cristo. GEORG MAJOR: Em que os cristãos devem se alegrar? No Senhor. Essa é a única alegria justa e completa de quem teme a Deus, daquele que crê e sabe que, no Senhor, seu Salvador, Jesus Cristo, tem o perdão de pecados, o Espírito Santo e a vida eterna. Essa alegria não é carnal, mas espiritual… Se vocês não têm Cristo, então vocês mergulham no pecado e estão na morte, no inferno, sujeitos à lei e ao poder do diabo. Externamente, em sua carne, vocês podem ser alegres o quanto quiserem – vocês cantam, comem, bebem, dançam e pulam – contudo, carregam a morte eterna sobre o pescoço. Se pudessem ver, com seus olhos físicos, o sofrimento, a tristeza e o tormento eterno que virá sobre vocês no último dia, para a eternidade, vocês morreriam de pavor. Portanto, a alegria externa da carne não é nada. No entanto, quando o coração é alegre porque sabe que tem um Pai misericordioso em Deus, por meio de Jesus Cristo, e que é um filho de Deus, então, no meio do medo, da aflição; na verdade, até mesmo no meio do martírio e da morte, essa pessoa é alegre, como vemos nos santos apóstolos e mártires, que eram serenos e alegres em seu martírio e nas agonias da morte.

No capítulo 1 de Filipenses, Paulo mostrou a supremacia de Cristo (FP 1.21). No capítulo 2, ele mostrou a primazia do outro (FP 2.4). Agora, no capítulo 3, apostolo Paulo vai apontar sua atençao para os perigos dos falsos mestres e o ataques que esses falsos mestres estavam trazendo para a igreja.
E olhando para o texto - Mais do que nunca, impressionante como é atual, oportuno e urgente. Também em nossos dias, a verdade de Deus tem sido atacada. Esses ataques não vêm apenas dos críticos da fé cristã (Que são insolenetes e atrevidos), mas daqueles que se infiltram na igreja, com falsa piedade e perigosas heresias. Estamos vendo, com profunda dor, a igreja evangélica brasileira deixando o antigo evangelho, o evangelho da cruz, para abraçar um evangelho híbrido, sincrético e místico. Um evangelho centrado no homem, e não na consumada e bendita obra de Cristo. Precisamos também nos cuidar!
Bom, Mas vamos começar com verso 1, parece um destaque diferente de todo texto mas não é:
A alegria cristã é centrada em Cristo (3.1). J. A. Motyer diz que a ordem de Paulo dada em Filipenses 3.1, “… alegrai-vos no Senhor”, age como uma ponte entre o que ele ensinou e o que ele está para ensinar. Jesus foi glorificado como Deus, como Salvador, como Exemplo e como Senhor. Então o nosso regozijo, nossa algria deve estar nEle. Ele deve ser nosso prazer, nossa mais preciosa possessão e nossa mais intensa ambição.
No capítulo 2 ele fala sobre relacionamentos e antes, aqui, de começar esse tema da justiça e verdade para combater os heréticos, Paulo reafirma para a igreja o tema básico dessa carta, A ALEGRIA. A alegria cristã não é ausência de problemas nem circunstâncias favoráveis. A alegria cristã está centrada não em coisas ou situações, mas na Pessoa de Cristo. Ele é a nossa alegria. Nossa alegria é cristocêntrica!
Bruce Barton diz que essa verdadeira alegria nos capacita a vencer as ondas revoltas das circunstâncias adversas, porque essa alegria vem de um consistente relacionamento com o Senhor Jesus.
Em segundo lugar, ARROZ com FEIJÃO - a repetição é um poderoso recurso pedagógico (3.1). E ele diz que isso não lhe desagrada, pois sabe da necessidade de a igreja ouvir sempre as verdades fundamentais do evangelho. Sabe, também, que isso produz segurança para a igreja. Não devemos correr atrás de novidades, mas nos firmar cada vez mais no antigo evangelho. A verdade deve ser o nosso pão diário - nosso arroz com feijão.
Portanto É plenamente natural que, antes de voltar ao assunto do falsos mestres, ele declare: Escrever-lhes as mesmas coisas não me constrange, e para vocês é segurança.
William Hendriksen, Efésios e Filipenses, ed. Cláudio Antônio Batista Marra, trans. Valter Graciano Martins, 3a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 1992), 524.
Os falsos mestres desmascarados (FP 3.2 “2 Cuidado com os cães! Cuidado com os maus obreiros! Cuidado com a falsa circuncisão!” - ) É evidente que o apóstolo estava profundamente incomodado pelas contínuas notícias de Filipos. Estava claro que a igreja de felipos era uma congregação formidável (4.1), porém o perigo era ameaçador. Porém a impressão que nos dá é um ataque renovado e furioso contra a própria essência do evangelho de salvação por meio e unicamente em Cristo
illiam Hendriksen, Efésios e Filipenses, ed. Cláudio Antônio Batista Marra, trans. Valter Graciano Martins, 3a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 1992), 526.
Destacamos aqui dois pontos:
Em primeiro lugar, Portanto Ele quer que a igreja mantenha seus olhos abertos e seja vigilante para que esses lobos não entrem no meio do rebanho (At 20.29,30 “30 E que até mesmo entre vocês se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás de si.” - ). A heresia tem muitas faces, mas seu veneno é sempre mortal.
Esses mestres judaizantes queriam inserir na mensagem do evangelho a obrigatoriedade da circuncisão como condição indispensável para a salvação (At 15.1). Assim, a salvação deixava de ser pela fé somente e passava a depender do esforço humano. Os judaizantes atacavam pela base a doutrina da salvação unicamente pela graça e tratavam de substituí-la por um misto de favor divino e mérito humano, com ênfase sobre este último. Paulo, mesmo algemado, não fica quieto não. Ele denuncia e desmascara como já fez outras vezes (Gl 1.6–9; 3.1; 5.1–12; 6.12–15; 2Co 11.13).
Que descrição Paulo faz desses falsos mestres?
Os falsos mestres são cães.
Cães ainda é o termo que os judeus usavam em relação aos gentios. Eles os consideravam indignos e abomináveis. Eles viam os gentios apenas como combustíveis do fogo do inferno. Agora, porém, Paulo inverte os papéis e se refere aos falsos mestres como cães, ou seja, aqueles que viviam perambulando ao redor das igrejas gentias, tentando “abocanhar” prosélitos, ganhar novos adeptos para seu modo de pensar e viver (Mt 23.15).
Os falsos mestres são maus obreiros. Eles são obreiros da iniqüidade (Lc 13.27) e obreiros fraudulentos (1Co 11.13). Eles eram maus obreiros, pois, em vez de cooperarem para a boa causa, só prejudicava. Desviavam a atenção de Cristo e de Sua redenção perfeita e a fixavam em rituais ultrapassados e em obras humanas. Eles trabalhavam contra Deus e para desfazerem a obra de Deus. FICO PENSANDO NOS OBREIROS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE - Interessante como o trabalho não está focado em em levar as pessoas a Cristo e sim desviarem da verade
Os mestres judaizantes trocaram a graça de Deus por um rito físico - Circunsisão . Eles se vangloriam de uma incisão na carne, em vez de uma mudança no coração. Paulo escarnece dessa falsa confiança deles no rito da circuncisão, em vez de confiarem na graça de Deus.
Não passava de uma mutilação pois a circuncisão real é a consagração a Deus do coração, da mente, do pensamento e da vida.
A circuncisão foi instituída por Deus como símbolo do Seu pacto com Abraão (Gn 17.9,10), e Paulo interpretou a circuncisão como o selo da justiça da fé (Rm 4.11–13) e disse que o sacramento do batismo substituiu esse rito judeu (Cl 2.11–13). O próprio Antigo Testamento já ensinava sobre o princípio espiritual desse rito, falando da circuncisão do coração (Dt 10.16), dos ouvidos (Jr 6.10) e dos lábios . O apóstolo Paulo diz que só a circuncisão do coração torna alguém espiritualmente judeu (Rm 2.28,29). Somente aqueles que crêem são filhos espirituais de Abraão (Gl 3.29).
O povo de Deus identificado (FP 3.3 “3 Porque nós é que somos a circuncisão, nós, que adoramos a Deus no Espírito e nos gloriamos em Cristo Jesus, em vez de confiarmos na carne.” )
Assim como Paulo fez uma tríplice descrição dos falsos mestres, também faz uma tríplice identificação do povo de Deus. Os falsos mestres queriam tornar o cristianismo uma seita judaica. Eles ensinavam que a salvação dependia da circuncisão, anulando, assim, a suficiência do sacrifício de Cristo. Pregavam que a graça de Deus não era suficiente para a salvação e que o homem tinha de concorrer e cooperar com Deus nessa obra, circuncidando-se. Paulo e João lutam e refutam absurdamente contra essa heresia, mostrando que a verdadeira circuncisão não é aquela feita na carne, mas a circuncisão do coração, operada pelo Espírito Santo de Deus.
ENTÃO.... é A Igreja, e não os falsos mestres, que possui a verdadeira circuncisão. Paulo diz: “Porque nós é que somos a circuncisão…” (3.3).
Como Paulo descreve o povo de Deus? FP 3.3 “3 Porque nós é que somos a circuncisão, nós, que adoramos a Deus no Espírito e nos gloriamos em Cristo Jesus, em vez de confiarmos na carne.”
Em primeiro lugar, o povo de Deus é identificado pela adoração (3.3). A questão não é adoração, mas a quem ela é prestada e de que forma. A igreja adora a Deus e o faz mediante a ação do Espírito Santo. Toda adoração que não é prestada a Deus é idolatria; toda adoração oferecida a Deus sem a ação do Espírito não é aceitável por Ele.
Hernandes dias vai dizer - Ambos enfatizam que não podemos separar o culto que prestamos no templo daquele que prestamos com a vida, fora do templo.
Infelizmente quando olhamos para a religiosidade conseguimos ditar o que pode e o que não pode, oque é de crente e o que não é de crente, e vemos exemplo na na cura do homem com a mão ressequida.. o que acontece ali.. Os fariseus estavam na sinagoga reprovando Jesus porque Ele curou o homem da mão ressequida no sábado, mas não atentaram para o fato de que na mesma sinagoga eles estavam cheios de ódio tramando a morte de Jesus (Mc 3.1–6), amargura e orgulho. Eles pensavam que estavam na sinagoga adorando, mas o culto deles não era movido pelo Espírito Santo.
Em segundo lugar, o povo de Deus é identificado pela centralidade da sua vida em Cristo (3.3). O povo de Deus aprecia plenamente quem Cristo é o que Cristo fez e Nele tem toda a sua exultação. O povo de Deus não se gloria na carne nem em ritos religiosos; nã nã não.... antes, o seu prazer está no Senhor. O seu prazer, a sua vida e a sua confiança estão na Pessoa de Cristo. O bendito Filho de Deus é a nossa vida (1.21), o nosso exemplo (5), o nosso alvo (3.12–14) e a nossa força (4.13). Lembram-se do que nos foi dito na introdução da aula hoje pela manhã e lemos no início do culto - Jo14.21 “21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.”
Gloriar-se em Cristo é ter Nele todo o prazer e deleite. Ele nos é suficiente. Ele nos satisfaz plenamente. O povo de Deus se gloria na cruz de Cristo, isto é, em Sua expiação, como a única base para a sua salvação. O Senhor é o objeto da exultação dos crentes. Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor (1Co 1.31; 2Co 10.17).
Em terceiro lugar, o povo de Deus é identificado pela sua decisão de não confiar na carne (3.3).
O teólogo Werner de Boor a palavra “carne” aqui representa toda a religião produzida pessoalmente nas profundezas do coração e do estado de espírito. Essa “carne” pode ser sempre reconhecida no fato de que o ser humano continua voltado para si mesmo, confia em si mesmo e se gloria em si mesmo. “Carne” é a sua natureza centrada em si mesma. Mesmo quando exerce a moral e a religião, o ser humano fica preso a seu eu, cultiva e o gloria, até mesmo quando cita o nome de Deus. AHHH OS ÍDOLOS DO CORAÇÃO....
Filipenses e Colossenses 3.3–7 Confiança na Carne?

Por isso Paulo explica essa circuncisão exterior do corpo, dizendo: “Isso não é necessário para justiça; Deus a ordenou e designou apenas como uma sombra e imagem da circuncisão interior e espiritual que é realizada no coração pelo Espírito Santo e pela fé. Sempre que um judeu se lembrava de sua circuncisão ou testemunhava a circuncisão de crianças pequenas, ele devia pensar: “Veja! Esta circuncisão exterior que é realizada por uma faca de pedra serve para lembrálo da circuncisão interior e espiritual do coração, para que você creia que, deste povo circunciso, nascerá o Salvador do mundo, que abençoará todas as nações sobre a terra. Ele lhes dará o perdão de pecados e justiça, que é aquilo pelo que seremos justos diante de Deus e agradáveis a Deus e receberemos vida eterna, como foi prometido por Deus aos nossos pais Abraão, Isaque e Jacó. Por esse Messias e Salvador do mundo, eu anseio e a ele eu sirvo com uma vida piedosa. Dou testemunho disso pela minha fé no Messias prometido juntamente com minha circuncisão, com meus sacrifícios e com toda adoração que Deus nos deu por meio de Moisés. Os sacrifícios e todas as cerimônias apontam para o futuro Cristo”.

Filipenses e Colossenses 3.3–7 Confiança na Carne?

Os verdadeiramente circuncisos somos nós, que adoramos a Deus em espírito e em verdade”

Os falsos mestres estavam confiados na carne, em rituais, em cerimônias externas, em realizações humanas. Contudo, a igreja é um povo que põe a sua confiança em Deus e sua fé na Pessoa bendita de Jesus Cristo. O cristianismo não é aquilo que nós fazemos para Deus, mas o que Deus fez por nós. Não confiamos no que fazemos ou deixamos de fazer, mas no que Deus fez por nós em Cristo Jesus.
Querem exemplo maior do que o próprio apóstolo Paulo que se identificia com esse comportamento e mente pecaminosos - olhe os versos de FP 3.4-6 “4 É verdade que eu também poderia confiar na carne. Se alguém pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: 5 fui circuncidado no oitavo dia, sou da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, eu era fariseu; 6 quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.”
Paulo dá testemunho de si, como alguém que merecia, por méritos próprios, estar no mesanino do céu, por conta de seu curriculum!
Filipenses e Colossenses 3.3–7 Confiança na Carne?

A religião não é algo fácil. RICHARD SIBBES: Digo que um cristão deve se circuncidar, circuncidar seu coração e aquelas partes que são incircuncisas, antes que possa sequer pensar em ir para o céu, onde não entra nada corrompido ou impuro. A religião, portanto, não é uma coisa fácil. A circuncisão é dolorosa e sangrenta. A mortificação é muito dura. A corrupção deve ser extraída, ainda que o sangue flua, caso contrário ela por fim o matará. Por esse motivo também devemos nos esforçar para termos o coração circuncidado para entendermos a verdade de Deus, sua vontade e seus mandamentos. Extraiam todos os desejos extravagantes, que, pouco a pouco, tiram o consolo e a comunhão com Deus; portanto, não há misericórdia em poupá-los

Ou Seja se essas coisas te tiram da presença de Deus, remova-os imediatamente
Em primeiro lugar, os privilégios de Paulo (3.4,5). O apóstolo está fazendo um contraste entre ele e os falsos mestres que confiavam na carne. Ele está argumentando que ele teria muito mais razões para confiar na carne do que eles. E, então, passa a listar seus privilégios como judeu. Ele mostra a esses falsos mestres de plantão as suas credenciais. Ele não o faz para jactar-se, mas para mostrar que sabia o que era ser judeu e deliberadamente abandonou esses predicados por causa de Jesus Cristo. Que privilégios eram esses?
Privilégio eclesiástico: ele era circuncidado ao oitavo dia (3.5). Ele não era um judeu prosélito; ele nasceu judeu e era um membro da raça que havia recebido o rito da circuncisão no tempo estabelecido pela lei (Gn 17.12; Lv 12.3). Com essa expressão, Paulo diz que não é um descendente de Ismael que foi circuncidado aos 13 anos (Gn 17.25) nem um prosélito que recebia a circuncisão depois de adulto, mas alguém que nasceu na mais pura fé judaica. Nesse sentido, Paulo excedia os judaizantes.
Privilégio de nacionalidade: ele era da linhagem de Israel (3.5). Não era um judeu apenas por adesão religiosa, mas judeu por direito de nascimento. Só os judeus podiam traçar sua descendência até Jacó, a quem Deus dera o nome de Israel. Chamando a si mesmo de israelita, Paulo sublinha a pureza absoluta de sua raça e de sua descendência. Paulo pertencia ao povo eleito, o povo do concerto, o povo exclusivamente privilegiado (Êx 19.5,6; Nm 23.9; Sl 147.19,20; Am 3.2; Rm 3.1,2; 9.4,5). Porventura os judaizantes podiam com justiça reivindicar tal pureza genealógica para cada um de per si?
Privilégio ancestral: ele era da tribo de Benjamim (3.5). Benjamim foi o único filho de Jacó que nasceu na Terra Prometida. A tribo de Benjamim é uma das mais importantes, pois foi a única que se manteve leal junamente com a tribo de Judá, à dinastia de Davi (1Rs 12.21). Dessa tribo, procedia o primeiro rei de Israel. Assim, Paulo não só está afirmando que era israelita, mas também que pertencia à elite de Israel, pois pertencia, sem sombra de dúvida, à nobilíssima e à mais ilustre de todas as tribos de Israel.
Em segundo lugar, os méritos de Paulo (3.5,6). Até então, Paulo listara o que ele tinha por direito de nascimento, agora vai listar o que adquiriu por escolha sua.
Ele era hebreu de hebreus (3.5). Essa expressão, além de enfatizar que tinha puro sangue, denota os judeus que normalmente falavam aramaico entre si e freqüentavam sinagogas em que se celebrava o culto em hebraico (bem diferentes dos helenistas, que só falavam o grego). Paulo falava a língua hebraica (At 21.40). Embora tenha nascido na cidade pagã de Tarso, foi para Jerusalém e educou-se aos pés de Gamaliel (At 22.3). Ele não era apenas um judeu helênico, mas um judeu atrelado à mais pura tradição judia. Ralph Martin diz, outrossim, que esse argumento é apresentado como prova de sua estrita ortodoxia, não maculada por nenhuma influência estrangeira (2Co 11.22).
Quanto à lei, ele era fariseu (3.5). Os fariseus constituíam o grupo mais zeloso pela lei e tradição da religião judaica. Ralph Martin diz que a principal característica da vida de um fariseu era a reputação de ser um cuidadoso e fervoroso cumpridor da lei mosaica e de suas tradições. O próprio nome fariseu significa “separado”. William Hendriksen diz que essa facção religiosa se originou durante o período intertestamentário em reação aos excessos dos judeus negligentes e indiferentes que se imbuíram do espírito helenista em seus aspectos insípidos. Assim, os fariseus ou separatistas vieram a separar-se dessas pessoas mundanas. Os fariseus não eram patriotas como os zelotes, nem radicais como os saduceus, nem políticos como os herodianos. Sua alta consideração pela lei de Deus é digna de admiração.338 Essa seita do judaísmo tinha se separado da vida comum e das tarefas comuns para consagrar suas vidas à observância minuciosa dos detalhes da lei. William Barclay diz que, embora eles não fossem muitos, eram os corifeus espirituais do judaísmo. Paulo escolheu ser fariseu (At 23.6). Tornou-se extremamente zeloso da tradição de seus pais (Gl 1.14). Como fariseu, pertenceu ao segmento mais severo da religião judaica (At 26.5).
O maior equívoco dos fariseus foi dar excessivo valor ao sistema legalista de interpretação que os escribas impuseram à lei, sepultando-a sob o peso de suas tradições (Mc 7.13). Essa falsa interpretação dos fariseus levou-os a se colocarem como inimigos de Cristo. Jesus os chamou de hipócritas e presunçosos (Mt 6.2,16; 23.5–7), néscios e cegos (Mt 23.16–22), serpentes e raça de víboras (Mt 23.33), sepulcros caiados (Mt 23.13,15,23,25,27,29).
Quanto ao zelo, ele era perseguidor da igreja (3.6). Paulo era um judeu no seu sentido pleno, pela hereditariedade, pela cultura e pela religião. No entanto, mais do que isso, ele se levantou com todas as forças da sua alma para combater a Igreja de Cristo. Para um judeu, a maior qualidade religiosa era o zelo (Nm 25.11–13). Um zelo ardente por Deus era o emblema de honra e o distintivo da religião judaica. Paulo usou esse zelo para perseguir a Igreja (At 9.1,2; 22.1–5; 26.9–15; 1Co 15.9; Gl 1.13).
Quanto à justiça que há na lei, ele era irrepreensível (3.6). Essa irrepreensibilidade não era moral, mas religiosa. A palavra grega usada por Paulo, amemptos, traz a idéia de “culpar por pecados de omissão”. Assim, o que ele afirma é que não existe nenhuma exigência da lei que não tenha cumprido. Ele perseguia implacavelmente a Igreja por zelo às convicções da sua fé.
A sublimidade do evangelho estabelecida (Fp 3.7–11 “7 Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. 8 Na verdade, considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele perdi todas as coisas e as considero como lixo, para ganhar a Cristo 9 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas aquela que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé. 10 O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, 11 para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.” )
MEUS IRMÂOS...
Aquelas coisas - Seu curriculum” eram ganho para ele, diz ele, antes que tivesse conhecido Cristo. Pois somente a ignorância de Cristo nos faz ficar inchados de confiança vazia. Portanto, onde quer que a gente perceba do quão boa é a pessoa , onde quer que a gente perceba arrogância, onde quer que a gente perceba orgulho, ali podemos ter certeza de que Cristo não é conhecido. Por outro lado, assim que Cristo brilha, todas aquelas coisas que anteriormente fascinavam nossos olhos com um falso BRILHO somem imediatamente, ou, pelo menos, tornam-se sem valor. Aquelas coisas, portanto, que tinham sido ganho para Paulo enquanto ele ainda estava cego, agora ele reconhece que eram perda para ele, uma vez que foi iluminado.
Algumas verdades devem ser aplicadas aqui a respeito do valor do evangelho:
A Pessoa de Cristo é mais importante do que os rituais religiosos (3.7). falamos no meio dasemana no estudo da carta a timóteo .... lei aponta cristo .
Se Paulo não tivesse renunciado aquilo que ele dava o MAIOR valor, seja nos privilégios seja na carreira que ele construiu, eles o teriam tirado a luz de Cristo, o único lucro real (3.8).
William Hendriksen diz:
Assim como o nascer do sol apaga a luz das estrelas, e assim como a presença de uma pérola de grande valor apaga o brilho das demais gemas, assim também a comunhão com Cristo eclipsa o brilho de todas as coisas.
Sabem meus irmãos - O amor a Cristo corrige as nossas prioridades (3.8).
Em segundo lugar, o conteúdo do evangelho (FP 3.9 “9 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas aquela que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé.” ). O conteúdo do evangelho não é o que fazemos para Deus, mas o que Deus fez por nós em Cristo. A palavra-chave aqui é justiça. A Igreja é um povo que foi justificado por Deus, por causa do sacrifício perfeito e cabal de Cristo na cruz.
A justificação é uma obra de Deus (3.9). Todas as nossas justiças são como trapos de imundícia aos olhos de Deus (Is 64.6). Deus é justo e não pode contemplar o mal. Ele não inocentará o culpado. A alma que pecar, essa morrerá. A Bíblia diz que todos pecaram. Não há justo, nem um sequer. Todavia, Deus enviou Seu Filho como nosso substituto e fiador. Ele foi à cruz em nosso lugar. Quando estava pregado no madeiro, Deus fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi ferido de Deus e traspassado pelas nossas iniqüidades. Antes de render o Seu espírito, Jesus deu um brado: “Está consumado”. Isso significa: está pago! Nossa dívida foi paga. A justiça perfeita de Cristo foi imputada a nós, ou seja, depositada em nossa conta. Em razão dos méritos do sacrifício de Cristo, Deus nos declara justos. Agora, portanto, não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo. Essa é a justiça de Deus imputada a nós.
A justificação é por meio de Cristo (3.9). Deus justifica todo aquele que está em Cristo sem justiça própria, que procede da lei. Somos justificados pelos méritos de Cristo. Sua obra na cruz, e não os nossos esforços, nos garante a justificação. “Ser achado Nele e ser justificado são uma e a mesma coisa”. (Jo 7.1–4; 19.30; Hb 10.11–14).
A justificação é recebida pela fé (3.9). A justificação é mediante a fé em Cristo. A fé não é a sua causa, mas o seu instrumento de apropriação. A relação justa com Deus não se baseia na lei, mas na fé em Cristo Jesus. Ninguém a conquista, Deus a dá; ninguém a ganha por obras, mas a aceita com confiança. Assim, o caminho da paz com Deus não é o caminho das obras, mas o caminho da graça.
Em terceiro lugar, a comunhão do evangelho (FP 3.10-11 “10 O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, 11 para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.” O evangelho é mais do que um punhado de verdades e dogmas; é uma pessoa. Ser cristão não é apenas ter na mente as doutrinas do cristianismo, mas ter um íntimo relacionamento com Cristo. Esse conhecimento não é apenas intelectual, mas, sobretudo, uma experiência pessoal. O COnhecer aqui é de forma íntima!
Implica a apropriação do poder da vida sobre a morte (3.10). Se o amor de Deus é demonstrado de modo supremo na morte de Cristo (Rm 5.8), para ressuscitá-lo SERÀ exatmente esse poderu que nos ressucitará quando Cristo retornar para buscar sua igreja isso é esperança de Vida eterna co o Senhor - Amém?!
Hernandes Dias Lopes, Filipenses: A Alegria Triunfante no Meio das Provas, 1a edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2007), 183–199.
Pontos
Aplicação
Conclusão
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