Sexo, Casamento e Família

Viver Família  •  Sermon  •  Submitted
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O Desmonte da família

Estamos conversando sobre Viver Família e hoje quero pensar com os irmãos sobre alguns desafios que enfrentam aqueles que entendem a família como algo pensado por Deus.
Para começar essa essa reflexão, gostaria de apresentar um diagnóstico feito pelo sociólogo José Pastore, da Universidade de São Paulo. Em um texto de sua autoria sobre a situação sócio-econômica da mulher, divulgado pelo Conselho nacional de Direitos da Mulher, ele diz o seguinte:
“Até o final dos anos 50, o relacionamento sexual se baseava no engajamento amoroso de longa duração. Para ter sexo era preciso casar.
Na década de 60, o mundo assistiu a separação entre sexo e casamento. O sexo atrelou-se à sinceridade dos parceiros, e não necessariamente ao casamento.
O sexo fora do casamento deixou de ser tratado como expressão do pecado, passando a ser considerado como uma saudável expressão de amor. Mas a família continuou essencial para criar a prole.
Na década de 90, porém, o casamento começou a se descolar da família. Hoje, muitas crianças vêm sendo geradas e criadas por parceiros não casados, e que não pretendem se casar...
Assim, num primeiro estágio, o sexo se separou do casamento. Agora o casamento ameaça se dissociar da família...
Resta saber qual será o impacto dessa inovação sobre os produtos do relacionamento - os filhos. Só o futuro dirá. Afinal, as crianças nascem sem voz, voto ou veto.” Citado em http://www.ibam.org.br/viomulher/inforel13.htm
Penso que José Pastore fez uma leitura bem acertada do cenário e sua evolução. Muitos dos problemas enfrentados por quem deseja viver família nos dias de hoje estão relacionados à desconstrução dessa liga que dá sustentação à estrutura social: Sexo, Casamento e Família.
Esses três elementos foram amalgamados pelo Senhor desde a criação do homem, mas vêm sendo separados uns dos outros nos últimos 50 anos. Em Gênesis 2:24, vemos claramente essa liga de sustentação:
Genesis 2:24 NVI
24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
Deixar pai e mãe significa formar uma família; unir-se a sua mulher aponta para o casamento, essa decisão autoriza tornar-se uma só carne, e isso inclui o sexo.
Nessa liga, são consideradas lícitas apenas as relações sexuais que fazem parte do contexto do casamento, que é o ponto de partida para formação de uma família. Assim, no projeto de Deus, é preciso assumir compromisso de casamento para iniciar uma família e desfrutar de sexo lícito.

O Sexo desassociado do casamento

A partir da década de 60 do século 20, o sexo passou a ser considerado lícito também fora do casamento e, assim, deixou de ser necessário casar para desfrutá-lo. Com essa nova compreensão, basta a sinceridade dos envolvidos para que o sexo seja uma experiência moralmente correta. Esse momento de ruptura é muito importante para a família.
A questão principal não é que os anos 60 trouxeram o sexo fora do casamento (ele sempre existiu). A questão é que, a partir desse momento, a sociedade deixou de considerar isso como pecado e começou a tratar como uma expressão de amor e sinceridade. Perdeu-se quase completamente a noção de que há um tempo certo e um cenário apropriado para o sexo.
No projeto de Deus esse cenário chama-se casamento, através do qual são estabelecidos direitos e responsabilidades mútuas que protegem o casal e os filhos, oferecendo segurança e estabilidade à nova família.
Mas esse tipo de relacionamento foi substituído por outro, bem mais instável, de onde se entra e sai com mais facilidade, sem prestar contas, sem assumir responsabilidades, apenas porque se está gostando ou não do momento que está vivendo.
Assim, se rolar uma clima e a pessoa estiver afim, o sexo rola sem qualquer compromisso. Apenas por prazer. Nesse tipo de relacionamento a outra pessoa não considerada em suas expectativas, sonhos e necessidades; eles servem apenas para obtenção da própria satisfação.
Dois subprodutos dessa ruptura que validou o sexo fora de um compromisso de casamento são o Liberalismo Sexual, que vamos tratar hoje e a Pornografia, sobre qual falaremos depois; um e outro se tornaram grandes desafios para a família.

Liberalismo Sexual

Vivemos hoje na pós-revolução sexual. A busca pelo prazer a qualquer custo tem levado os jovens a se iniciarem cada vez mais cedo na vida sexual. Na verdade, antes mesmo da adolescência, nossos filhos são expostos diariamente a uma cultura sensual e erótica.
Novelas, filmes e comerciais bombardeiam os olhos e a mente de nossos pequeninos com idéias e valores sobre o sexo que lhes roubam a infância e a ingenuidade. Nas meninas, a menarca chega cada vez mais cedo; nos meninos se desenvolve o interesse precoce pelos estímulos sexuais.
Quando chegam à adolescência a pressão por sexo é tremenda e a turma está sempre cobrando uma vida sexual ativa. Os resultados são mudanças visíveis e trágicas: a redução na média de idade na primeira relação sexual, o aumento do número de adolescentes grávidas, a multidão de filhos sem pais e a rejeição da virgindade como um símbolo de domínio próprio, respeito e honra.
Na juventude, alguns competem na quantidade e variedade de parceiros sexuais. Essa promiscuidade, que é aceita e incentivada por nossa sociedade permissiva, resulta na proliferação de doenças sexualmente transmitidas.
A saída oferecida pelo Estado as são campanhas que recomendam o sexo seguro, com o uso de preservativos. Mas esquece de dizer que o sexo praticado numa relação estável e monogâmica, é o método de prevenção mais seguro dentre todos.
Assim, solteiros promíscuos arriscam-se a si mesmos e a seus muitos parceiros; Casados promíscuos colocam em risco também o cônjuge fiel que se considera protegido pela aparente integridade de seu relacionamento. De certa foram, o sexo se transformou em uma brincadeira irresponsável e sem limites.

Uma visão bíblica sobre a sexualidade

Será que é assim? Sexo é como fazer uma caminhada, pular corda ou jogar uma partida de futebol, apenas uma atividade física? A Bíblia entende que não! Na maneira como ele visto, sobretudo no Novo Testamento, sexo produz ligações físicas, emocionais e espirituais que não podem ser desprezadas.
Se há uma igreja que vivia imersa numa cultura sexualmente liberal, até promiscua e sem limites, era a igreja de Corinto. Os irmãos que receberam Jesus ali vinham de práticas sexuais tão destrutivas quanto as que hoje se tornaram normais. Foi a essa igreja que Paulo escreve ou seguinte:
1 Corinthians 6:12–20 NTLH
12 Alguém vai dizer: “Eu posso fazer tudo o que quero.” Pode, sim, mas nem tudo é bom para você. Eu poderia dizer: “Posso fazer qualquer coisa.” Mas não vou deixar que nada me escravize. 13 Outro vai dizer: “O alimento existe para o estômago, e o estômago existe para o alimento.” Sim, mas Deus acabará com os dois. O nosso corpo não existe para praticar a imoralidade, mas para servir o Senhor; e o Senhor cuida do nosso corpo. 14 Pelo seu poder Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós. 15 Será que vocês não sabem que o corpo de vocês faz parte do corpo de Cristo? Será que eu vou pegar uma parte do corpo de Cristo e fazer com que ela seja parte do corpo de uma prostituta? É claro que não! 16 Ou será que vocês não sabem que o homem que se une com uma prostituta se torna uma só pessoa com ela? As Escrituras Sagradas afirmam: “Os dois se tornam uma só pessoa.” 17 Porém quem se une com o Senhor se torna, espiritualmente, uma só pessoa com ele. 18 Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que alguém comete não afeta o corpo, mas a pessoa que comete imoralidade sexual peca contra o seu próprio corpo. 19 Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, 20 pois ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a glória dele.
Vejam que a tentativa de tornar o sexo uma mera expressão física, um mero instinto animal, não encontra respaldo na Palavra de Deus.
A intimidade que o sexo representa é o ápice de um processo de convergência mútua de propósitos, sonhos, objetivos e crenças. Sexo é unir-se a outra pessoa física, emocional e espiritualmente: uma expressão de plena unidade. É por isso que a Bíblia leva tão a sério a forma como expressamos nossa sexualidade.
Paulo explica que essa intimidade que culmina numa relação sexual, de certa forma, pode ser comparada a outro tipo de intimidade, aquela que temos em nossa vida espiritual como o Senhor. Paulo está se lembrando aqui da oração de Jesus, quando pediu ao Pai que ele e seus discípulos fossem um, assim como ele e o Pai são um.
Alguém que tem esse tipo de intimidade como Senhor se tornar parte do corpo de Cristo e passa a ser habitado pelo Espírito de Deus, por isso ele pode tonar seu corpo parte de algo que vai contra o projeto de Deus para a sexualidade humana. Por isso, nossas práticas sexuais precisam ser coerentes com quem passamos a ser depois que nos tornamos parte do Corpo de Cristo e Templos do Espírito Santo.
O interesse da Bíblia por nossas práticas sexuais, portanto, não é porque ela é um livro antiquado, mas porque ela é um livro profundo, que considera as pessoas de maneira completa, tratando com respeito o corpo humano, criado por Deus. Por isso ela considera nossas práticas sexuais tão importantes quanto nossas práticas éticas, morais e espirituais.
Vejamos alguns alertas que a Bíblia faz.

Honrar a cama

Hebrews 13:4 NVI
4 O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros.
Há muita e terríveis formas de desonrar o leito conjugal, mas todas elas passam pela desvalorização da outra pessoa: usando a pessoa como se fosse um objeto, sendo desleal, desprezando, desrespeitando, traindo, ultrapassando os limites do outro, menosprezando o outro.
Deus não tomará por inocente aquele que, conhecendo suas responsabilidades, direitos e deveres quanto ao casamento, fugir deles. Veja a seriedade com que os relacionamento humanos são tratados na Bíblia.

Não vulgarizar a sexualidade

Ephesians 5:3–5 NVI
3 Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos. 4 Não haja obscenidade, nem conversas tolas, nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ações de graças. 5 Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral, ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
Já nesse trecho da carta escrita à igreja em Éfeso, o alerta é para não vulgarizar a sexualidade. Nenhuma espécie de impureza ou cobiça sexual pode se tornar natural para quem segue a Jesus, nem mesmo sob o disfarce de fofocas, comentários ou piadas, porque não é assim que vive aqueles que foram salvos por Jesus.
A sexualidade é tão preciosa que não deve ser mote para obscenidades, conversas tolas e nem piadinhas imorais. Nada disso é conveniente para os filhos e filhas de Deus.

Compreender a seriedade

Revelation 21:8 NVI
8 Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte”.
A relação que o apóstolo João fez ao final do livro de apocalipse coloca várias categorias de comportamentos que parecem não se relacionar uns com os outros na mesmo condição de perdição eterna.
Primeiro, é preciso lembrar que cada um desses comportamentos pode ser perdoado e restaurado pelo poder do Espírito Santo de Deus. Ninguém que esteja vivendo dessa forma precisa continuar vivendo do mesmo jeito. Há uma reserva infinita de perdão para todos que, arrependidos, buscarem o Senhor.
Segundo, a lista de João é uma alerta para seriedade com o Senhor trata nosso comportamento sexual, porque falhar nisso é o equivalente a tirar a vida de outra pessoa e abandonar o Senhor (por incredulidade, idolatria ou feitiçaria). Portanto é algo que precisa de nosso cuidado constante.

Um projeto heterossexual

1 Corinthians 6:9–11 NVI
9 Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativose, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. 11 Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.
No mesmo capítulo 6 da carta aos coríntios, somos informados, dentre outras coisas, que o projeto de Deus para a sexualidade humana é a heterossexualidade. Isso precisava ser dito para aqueles irmãos porque o ambiente cultural em que viviam tratava a homossexualidade com permissividade e até naturalidade.
Ainda vamos tratar com mais detalhes as propostas homossexuais para a família, por hoje vamos nos firmar na verdade de que o projeto de Deus para a família, descrito desde o gênesis, aponta para homem e mulher aprendendo, crescendo e se multiplicando pela diversidades e complexidade de sexos opostos.
Nestes textos, a palavra grega traduzida como impuro, depravado ou devasso é por'-nos (a mesma palavra que deu origem à pornografia) e tem o sentido de alguém debochado, libertino ou fornicador. São textos contundentes que nos desafiam a viver o sexo dentro dos limites seguros do projeto que Deus estabeleceu para nós.

Conclusão

As famílias sofrem muito por causa dessa separação entre o sexo e o casamento, que resultou em uma sexualidade confusa e às vezes doentia e até pervertida. Esposas sofrem com maridos iludidos pelas mentiras da pornografia. Maridos sofrem com esposas em busca de aventuras fantasiosas. A igreja sofre com casamentos à beira do desastre. A sociedade sofre pela expressão desenfreada, desregrada e irresponsável da sexualidade humana.
É hora de darmos um basta e reconectarmos os fios partidos. É no casamento que o sexo pode ter expressão plena e repleta de prazer. Deus criou o sexo e de forma nenhum o rejeita, mas espera que ele seja vivido na dimensão em que Ele o projetou para nós.
Hoje eu gostaria de dar oportunidade para você pedir a Deus pela restauração dessa liga que Ele estabeleceu no Éden para fazer diferença em nossa sociedade. Peça ao Senhor que restaure essa área tão importante de sua vida e o ajude a adotar, na totalidade, os padrões de Deus para o Sexo, o Casamento e a Família.
Confesse o seu pecado pelo nome dele. Deus se alegra quando confiamos o bastante para não escondermos nada. Confesse desde aqueles que parecem inofensivos até aqueles que você considera mais graves. O Senhor deseja perdoar todos eles.
Peça perdão ao Senhor. Antes de tudo nossos pecados são uma ofensa contra Ele. Reconheça também que o seu pecado tem causado dor e sofrimento a você mesmo e a outros. Peça sabedoria a Deus para descobrir as formas de reparar as pessoas que você magoou.
Se você é casado, peça ao Senhor que faça da sua cama um leito sem mácula; não importa o quanto você já errou nessa área; se você é solteiro, viúvo ou separado peça ao Senhor que preserve seu testemunho e supra suas necessidades; se você está namorando peça ao Senhor decisão e coragem para demonstrar seu amor esperando o tempo certo.
Em Jesus Cristo há orientação, perdão, restauração, cura e significado para nossas vidas. Em Jesus tudo em nós passa a fazer sentido, inclusive nossa sexualidade. Por Jesus podemos devolver nossa sexualidade para o lugar de honra para o qual ela foi criada por Deus.
Que ele nos abençoe e guie!

Ceia do Senhor

Matthew 26:26–29 NAA
26 Enquanto comiam, Jesus pegou um pão, e, abençoando-o, o partiu e deu aos discípulos, dizendo: — Tomem, comam; isto é o meu corpo. 27 A seguir, Jesus pegou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos, dizendo: — Bebam todos dele; 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. 29 E digo a vocês que, desta hora em diante, nunca mais beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que beberei com vocês o vinho novo, no Reino de meu Pai.
O que estamos nos lembrando quando celebramos a Ceia?
Que nós somos pecadores, carentes da presença de Deus, pois foi essa nossa condição que levou Deus a enviar Jesus para este mundo;
Que o corpo de Cristo foi ferido, açoitado, martirizado, moído, agredido e oferecido em meu lugar;
Que o sangue de Cristo foi derramado, como um sacrifício, em meu lugar;
Que tudo isso faz parte da nova aliança de Deus para salvação de todos os que creem. A demonstração viva do amor dele por nós, que já não tínhamos esperança de salvação.
Que um dia nós nos encontraremos novamente com Ele, já livres da agonia do pecado, para vivermos a eternidade que ele preparou para nós.
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