Orando como Jesus Ensinou - Parte 1

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A partir de hoje, meditaremos sobre a oração ensinada por Jesus. Entretanto a oração é parte de um princípio transmitido por Jesus e um ensinamento profundo sobre a nossa relação com DEUS.
Em primeiro lugar, precisamos entender que a prática da oração não foi criada pelo povo de DEUS. Sabemos que obrigatóriamente os Judeus oram 3 vezes ao dia e que as suas orações são muitas vezes públicas. Existem registros de oração proferidas por povos vizinhos a Israel.
As orações dos antigos hebreus refletem as orações de outras culturas do Antigo Oriente Próximo, no sentido de que louvam a Deus como criador, fazem petições e pedidos a ele e mostram disposição em reconhecer a pecaminosidade e a transgressão.
Os antigos egípcios louvavam o deus Amon como o criador e doador de vida - “que fez a humanidade e criou as bestas, senhor do que existem, quem criou a árvore frutífera, fez a pastagem e deu vida ao gado”
Os egípcios louvavam Aton como “o início da vida” que “criou o mundo ... Todos homens, gado e feras, tudo o que há na terra” (The Hymn to the Aton).
Amon-Rá “falou com sua boca e passaram a existir todos os homens, deuses, gado grande e pequeno em sua totalidade, e tudo que voa e ilumina” “a vida está em sua boca” (v. 9).
Parecido com o relato bíblico da criação, que afirma: “Deus disse ... e houve” (Gn 1:3–29; veja também Sl 33:8–9; Rm 4:17; Hb 11:3).
As orações sumérias(Mesopotâmica) e acadianas(Babilônica) incluíam mais petições do que as egípcias. Há um relato de oração oferecida à Ishtar: “Aceite minhas orações. Olhe para mim fielmente e ouça minha súplica”
Essas orações retratam deuses que estão desligados dos assuntos da humanidade e devem ser persuadidos a atender. Além disso, as orações sumérias e acadianas são menos otimistas do que as do antigo Egito e se concentram em petições e reconhecimento do pecado.
Essas orações frequentemente incluíam a consulta de presságios, oráculos e rituais mágicos como uma forma de apaziguar a ira dos deuses e despertar sua atenção.
Apesar de relatos de orações de povos vizinhos, a oração do povo de Deus se diferenciava em alguns aspectos:
1 - Eram monoteístas
As nações e culturas em torno de Israel eram politeístas e ofereciam orações a vários deuses. Mesmo as orações que reconhecem um deus como supremo normalmente colocam o deus como supremo sobre os outros deuses em seu conselho.
“Ishtar entre os deuses… respeitada é sua palavra; é suprema sobre eles ... Em sua assembléia, a palavra dela é poderosa”
Em contraste, os primeiros comandos dados aos jovens israelitas incluíam: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3).
Este comando é solidificado na recitação padronizada do Shemá: “Yahweh é o nosso Deus, só Yahweh” (Dt 6:4)
2 - Enquanto os vizinhos de Israel louvavam seus deuses por seus atributos e caráter, os israelitas louvavam Yahweh por seu envolvimento na história humana.
Descrições da beleza e fragrância dos deuses dominam as orações do Egito - Ishtar é “forte, exaltada, esplêndida”
Embora Israel tenha o cuidado de observar os atributos de Yahweh, referem-se continuamente aos seus atos. A libertação de Yahweh do seu povo no Egito e a derrota de reis e exércitos adversários são temas recorrentes nas orações bíblicas (1Rs 8:52–53; Sl 77:11; 78:1–72; 105:8–41; 106:6–22; 136:10–22; Ne 9:7–15, 19–25). Seu caráter o conduz à ação.
3- as orações dos vizinhos de Israel no Antigo Oriente Próximo são unidirecionais, não dialógicas.
Os deuses não falam e oferecem pouco em resposta às orações que lhes são feitas. As descrições dos decretos e conselhos dados pelos deuses referem-se a descrições gerais, não a conteúdo específico.
Yahweh responde ao grito de lamentação de Davi: "Por que as nações se enfurecem?" com as palavras: “Você é meu filho; hoje te gerei”(Sl 2:1–7).
Orações de outros povos retratam os deuses comunicando-se com os que oram indiretamente por meio de oráculos e presságios.
Yahweh se comunica diretamente com seu povo, respondendo suas orações por meio de palavras faladas e escritas.
Muita gente pode orar. Todo mundo pode orar. Mas as orações direcionadas ao Deus todo poderoso devem seguir uma diretriz que ele mesmo estabeleceu. Oramos de acordo com o ensino bíblico.
Neste sentido, quando Jesus fala de oração à essa gente, eles já sabem o que Jesus está falando.
Com o passar do tempo, a prática da oração do Judeu, perdeu o seu sentido. Virou uma repetição de palavras sem significado algum, apenas para demonstrar piedade (falsa) e cumprir um horário pré estabelecido.
Neste sentido, no verso 5, Jesus apresenta uma cena comum: Judeus que paravam em horários específicos para as suas orações e onde estivessem, paravam, colocavam-se de pé e oravam. Normalmente suas orações não eram em voz alta, mas balbuciando. Jesus condena a pratica daqueles que desejam reconhecimento público da sua piedade e se estão atrás de reconhecimento público, Jesus declara que já receberam a recompensa. Esses homens estavam trocando a intimidade de Deus pelo reconhecimento de homens.
No verso 6, Jesus nos redireciona à essência da oração. “Tu porém” é uma expressão que nos chama a refletir sobre a nossa vida, independente do que acontece à nossa volta. EXEMPLO DA MÃE - Jesus está dizendo para os seus ouvites “todo mundo pode fazer, você não é todo munto, VOCÊ É MEU DISCÍPULO”
- Quando orardes - Mais uma vez Jesus repete essa expressão para enfatizar que o seu discípulo ora. Não é “se orardes” Pq essa não é uma opção para um discípulo de Jesus. “Orar não é somente a mais sublime atividade da alma humana, mas também é o mais profundo teste a que pode ser submetida a nossa condição espiritual, quanto à sua autenticidade.”
D. Martyn Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte.
- Entra no seu quarto - O que é um tameion?
O tameion (= câmara) é o quarto dos suprimentos, é o recinto escondido, secreto, a peça mais íntima da casa, porque os suprimentos precisam estar seguros de ladrões e animais selvagens. Essa câmara de suprimentos é a única peça na casa do agricultor palestino que pode ser trancada. Tampouco possui janelas. Portanto, é duplamente apropriada para ilustrar o sentido do “secreto”, porque ninguém pode entrar nem olhar para dentro. – Com que nitidez é caracterizada, assim, por Jesus, a diferença entre a natureza da oração em contraposição à prática da oração dos fariseus! Quantas vezes o próprio Jesus procurou a solidão da noite para orar. Com a palavra da oração em local oculto, porém, Jesus jamais quis dizer que seus discípulos somente poderiam orar num quartinho. Jesus não interditou a oração comunitária na sinagoga. Ele próprio costumava ir à sinagoga. A escritura em parte alguma condena a oração pública (2Cr 6.14–42; Ne 9; At 4.24–31), nem a oração individual oferecida num lugar público. Tampouco pecaram o fariseu e o publicano por terem orado no templo (Lc 18.9,10). O que o Senhor condena aqui é a oração ostentosa, ou seja, praticar as devoções privativas (?) no lugar mais público, com a intenção de ser visto e honrado pelo povo. Contudo, era exatamente isso o que os hipócritas estavam habituados a fazer.
Sinclair Ferguson, O Sermão do Monte, trans. Elmer Pires, 1a edição. (São Paulo: Editora Trinitas, 2019), 170.
Seja publicamente, ou reservado, Jesus nos chama a orar num lugar que só ele vê.
A pequena câmara de oração, da qual Jesus fala, também pode estar localizada no meio da alvoroço do mundo, da agitação do nosso coração e no meio das pessoas.
- te recompensará - Em contraste, o discípulo não perde o prêmio(a recompensa), uma vez que seu desejo é ter o reconhecimento do Pai. Quando dá porque ama seu Pai, ou ora porque confia nele para sustentar suas necessidades, ou jejua porque deseja submeter todo o seu ser à vontade do Pai, o discípulo recebe sua recompensa: “E teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.4, 6, 18). Jesus trata esse tipo de oração como uma dívida de Deus em relação ao seu filho que está orando.
Conclusão:
Começamos mais um mês e com ele a oportunidade de repensarmos a nossa vida de oração. Como temos orado ? Como está a nossa vida de oração?
Deus está nos convocando a orar.
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