Orando como Jesus Ensinou - Parte 2

Orando como Jesus Ensinou-2  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 9 views
Notes
Transcript
Mateus 6:7-8
No ensinamento de Jesus sobre a oração, ele se preocupa com a postura dos seus discipulos diante dos homens e se preocupa em trazer significado a tudo o que eles faziam.
Aliás, no Sermão da Montanha Jesus apresenta aos seus discipulos uma forma de repensar a sua vida com DEUS. Jesus desperta no coração dos seus ouvintes a necessidade de compreender suas práticas religiosas.
Muitos estavam ali seguindo uma tradição, aprenderam a Lei e como viver de forma coerente com ela, apenas num cumprimento cerimonial, ritual.
Era o caso da oração. Nos versos 7 e 8 Jesus usa um outro exemplo. Agora sobre a maneira de orar como o gentios oravam
Os pagãos repetiam palavras e mais palavras, com o fim de serem ouvidos por seus deuses, mas o cristão é alguém que está na presença daquele que sonda os corações e conhece as necessidades do cristão antes mesmo que este faça algum pedido. A expressão grega traduzida por “vãs repetições”, traz a ideia de tagarelice, palavreado oco, conversa tola, repetição vazia. Traduz a expressão popular “blá-blá-blá”.
Podemos ilustrar isso com a prática dos adoradores de Baal 1Rs 18.26 “Tomaram o novilho que lhes fora dado, prepararam-no e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém não havia uma voz que respondesse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito.”
Os adoradores da deusa Diana At 19.34 “Quando, porém, reconheceram que ele era judeu, todos, a uma voz, gritaram por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios!”
O exercício de oração dos judeus naquele tempo estavam num nível tão exagerado, que a incessante repetição das palavras prescritas transformou-se em “tagarelice” como era a prática dos gentios.
Exigia-se diariamente:
• Recitar três vezes a oração das 18 petições, às 9 da manhã, às 3 da tarde e à noite (Essa oração era dez vezes mais extensa que o Pai Nosso: tinha 970 palavras) chamada de tephilá.
• A confissão diária da fé, que devia ser recitada duas vezes. Também é chamada de shemá.
O shemá (confissão de fé), que devia ser proferido pela manhã em pé e à noite deitado, conforme Dt 6:7, era composto de 3 partes, tiradas de Dt 6:4–9, Dt 11:13–21 e Nm 14:37–41. O shemá matinal tinha duas introduções e duas finalizações. Uma destas introduções dizia, p. ex.: “Verdadeira e segura e firme e permanente e correta e confiável e amada e estimada e valiosa e fértil e gloriosa e justa e agradável e boa e bela é esta oração (o shemá)”, etc.
A recompensa de orar o shemá era que ele servia como um meio de proteção contra os maus espíritos, prolongava a vida da pessoa, garantia para a pessoa o mundo vindouro.
Com “tagarelar” ou orar de modo “irrefletido” ou “irreverente”, Jesus também se refere à idéia de que, com as muitas palavras, Deus seria constrangido a ceder aos desejos dos que oravam. A oração abundante em palavras seria, de certo modo, o método mágico para merecer o céu. Jesus afirma que essa é uma ideia pagã.
Agir dessa forma diante de Deus é negar a sua soberania de maneira cabal.
Deus é soberano, não está em nós interferir nos seus planos ele é dono de todas as coisas Gênesis 14:22 “Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra,”
tem autoridade sobre todas as coisas Salmo 47:2 ,7 “Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra.” “Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico.”
está no controle de todas as coisas Jeremias 5:22 “Não temereis a mim? —diz o Senhor; não tremereis diante de mim, que pus a areia para limite do mar, limite perpétuo, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o traspassarão.”
O Senhor condena plena e cabalmente a oração vazia, irrefletida, supersticiosa. Por outro lado, não pensa de modo algum em interditar uma oração longa, fervorosa e confiante, a luta de oração que, em certas circunstâncias, pode durar até uma noite toda (cf. a oração de Jacó até o nascer do sol).
Apesar disso, continua válido que a “oração incessante” é e permanecerá sendo o ofício do cristão autêntico. Pois “orar” não significa apenas dedicar de manhã e à noite alguns minutos à oração, mas traduz que se encontrou uma nova existência, um novo modo de ser, mais precisamente um modo que controla a vida toda. Orar significa que a vida toda tornou-se um diálogo com Deus, um diálogo que perdura até as eternidades e que não sofre nem um segundo de interrupção pela morte.
Ao que parece, Jesus está enfatizando aos seus ouvintes seu lugar no reino. Uma posição em Cristo que prevê uma nova prática de vida, uma cosmovisão a partir da realidade do céu.
Hipócritas = oram em público buscando reconhecimento
Discípulo = ora no secreto, no lugar de intimidade, pois sua preocupação é com o relacionamento.
Gentios = enfatizam a repetição por entender que é o único meio de serem ouvidos.
Discípulo = sua oração é ouvida e respondida de acordo com a vontade de Deus.
Quem vive essa nova realidade de discípulo, não recebe sem refletir os acontecimentos todos de sua vida, não os vê como acaso, destino ou infortúnio, mas como presente da mão de Deus, ainda que sejam sofrimento e tristeza. A pessoa que ora recebe tudo de Deus e relaciona tudo com ele, o acontecimento maior e o menor, a bênção espiritual e o pedacinho de pão. Quem não ora sempre vê o lado avesso do tapete e do vitral da igreja, vê tudo incerto e confuso. Mas quem ora vê a estampa maravilhosa do tapete e a figura esplendorosa do vitral. Até no fato incompreensível vê a marca de Deus.
Verso 8
“Não deveis aproximar-vos de vosso Pai com a ideia de que ele está desinformado, completamente ignorante das vossas necessidades, e que tendes de explicar-lhe detalhadamente a vossa situação para que ele entenda. Ao contrário, antes mesmo que comeceis a orar, vosso Pai já conhece as vossas necessidades”.
Alguém poderia objetar: “Então, por que fazer oração?” De fato, é justamente porque um pai ou mãe terrenos entendem um filho tão plenamente e sabem de suas necessidades melhor que qualquer estranho, que o filho irá a um deles ou a ambos, que é precisamente o que os pais amorosos querem que o filho faça. O que Cristo condena é o espírito de medo e desconfiança que faz com que os pagãos, que não reconhecem o Pai celestial, balbuciem mais e mais, na crença de que de outro modo seus deuses não estariam completamente informados nem suficientemente aplacados, e assim pudessem conceder o que seus adoradores lhes pediam.
Assim fez o proprio Jesus, no Getsêmani derramou a sua alma diante do Pai.
Marcos 14:36 “E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.”
O Senhor deseja de nós que derramemos o nosso coração diante dele. Deseja que nos aproximemos dele em plena confiança pois isso agrada o coração de Deus.
Related Media
See more
Related Sermons
See more