Os Ofícios de Cristo

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Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática (Capítulo 27: Os Ofícios de Cristo)
Moisés foi o mediador da antiga aliança, e Cristo é o mediador da nova aliança. Um mediador é uma pessoa que está entre, um intermediário, alguém que permanece entre duas ou mais partes, mediando frequentemente uma disputa.De um ponto de vista teológico, há um único Mediador entre Deus e o homem (1Tm 2.5). Entretanto, há três tipos de mediadores no Antigo Testamento. Cada um deles foi escolhido por Deus para uma tarefa específica e capacitado pela unção do Espírito Santo a realizar a tarefa. Estes três ofícios mediadores eram profeta, sacerdote e rei.
Compêndio de Teologia Apologética, Volume 2 (Quinta Pergunta: o Ofício Tríplice de Cristo)
Estes três ofícios não são descritos só separadamente, mas são também apresentados em conjunto (como em Is 9.6). Aquele que é chamado menino em razão de sua concepção humana, e Filho em razão de sua geração eterna, é intitulado “Maravilhoso” (em razão da pessoa), “Conselheiro” (com respeito à profecia), “Pai da Eternidade” (com respeito ao sacerdócio) e “Príncipe da Paz”, sobre cujos ombros o governo repousa (com respeito ao seu reino). E assim em Isaías 61 se designa um tríplice propósito da unção de Cristo: “pregar boas-novas aos mansos” (o que pertence a um profeta); “curar os quebrantados de coração” (o que pertence a um sacerdote); “proclamar libertação aos cativos e pôr em liberdade os algemados” (o que pertence a um rei, Sl 110).
Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática (Jesus, Nosso Profeta)
JESUS, NOSSO PROFETANo Antigo Testamento, o profeta era um porta-voz, um agente de revelação pelo qual Deus, em vez de falar diretamente do céu à congregação de Israel, colocava suas palavras nos lábios de homens.
Sumário de Teologia Lexham (Função Profética de Jesus)
Por exemplo, Arão é chamado de “profeta” de Moisés em Êxodo 7:1–2 e, mais tarde, Moisés é identificado como um profeta cuja boca foi preenchida com a palavra de Deus ( Deut 18:18; cf. Jer 1:9; 5:14; 15:19). No Antigo Testamento Deus enviou profetas ao povo para falar em seu nome (Jer 7:25; 44:4) e, portanto, os profetas fiéis sempre proclamavam: “Assim diz o Senhor”.
No Novo Testamento, vemos que Cristo é o Profeta por excelência. Na plenitude dos tempos, Jesus veio proclamando a palavra de Deus. Uma das principais atividades de nosso Senhor enquanto estava na Terra era proclamar a mensagem de Deus por intermédio da pregação (Mt 4.17) e do ensino (Mt 7.29). Jesus não somente proclama a Palavra de Deus; ele é a Palavra de Deus (Jo 1.1). O autor de Hebreus escreve: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1.1-2). Jesus disse: “Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar” (Jo 12.49). Jesus é o Profeta fiel do Novo Testamento.
VERSÍCULOS-CHAVE Dt 18:15–22; Is 61:1–2; Ml 3:1; Mt 17:5; Mt 21:11; Lc 4:18–21; Jo 1:21–25; Jo 6:14; At 3:22–26; Ef 2:17; Hb 1:1–2
Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática (Jesus, Nosso Sacerdote)
JESUS, NOSSO SACERDOTEDiferentemente dos profetas do Antigo Testamento, que ficavam de frente para o povo quando anunciavam a Palavra de Deus, os sacerdotes do Antigo Testamento ficavam de face voltada para Deus e as costas voltadas para o povo. Como o profeta, o sacerdote era um porta-voz, mas ele falava pelo povo e não para o povo. Fazia intercessão em favor do povo e orava por eles. Além disso, o sacerdote oferecia sacrifícios a Deus pelo povo. Os principais sacrifícios eram oferecidos no Dia da Expiação, pelo sumo sacerdote. Mas, antes que o sumo sacerdote fizesse os sacrifícios pelo povo, tinha de fazer sacrifícios por seu próprio pecado. Seu sacrifício, assim como o do povo, tinha de ser repetido anualmente.Jesus é o nosso Sacerdote. O texto do Antigo Testamento citado frequentemente no Novo Testamento é o Salmo 110.1-4.
Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática (Jesus, Nosso Sacerdote)
No Novo Testamento, o autor de Hebreus dá muita atenção ao sacerdócio perfeito de Cristo. Uma das principais evidências da natureza do sacerdócio de Jesus é o fato de que ele não teve de fazer nenhum sacrifício por seu próprio pecado antes de entrar no templo. O sacrifício que ele ofereceu foi de uma vez por todas e não foi um sacrifício de animal. Cristo se ofereceu a si mesmo porque “é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb 10.4).
Sumário de Teologia Lexham Função Sacerdotal de Jesus

Teologicamente, o sacerdócio de Cristo também informa muitos aspectos de sua pessoa e obra:

• Como sumo sacerdote, Jesus media a nova aliança de tal maneira que todas as bênçãos que ele recebeu ele compartilha com seu povo sacerdotal.

• O sacerdócio de Cristo definiu a natureza de sua morte. Na cruz Jesus carregou em sua carne as maldições da antiga aliança; como o sacrifício final, seu sangue propiciou a ira de Deus; e em seu sangue ele inaugurou uma nova aliança com melhores promessas.

• Por causa de seu sacerdócio perfeito, o sacrifício expiatório de Cristo é completamente eficaz e próprio às pessoas que ele representa. Enquanto a antiga aliança era uma multidão mista, contendo alguns que exerceram fé e outros que não, todos na nova aliança desfrutarão da bênção sacerdotal de Cristo. Cristo intercede por todos a quem ele expia. Não há divisão entre aqueles por quem ele morre e aqueles por quem ele vive para interceder.

Sumário de Teologia Lexham (Função Sacerdotal de Jesus)
VERSÍCULOS-CHAVE 1Sm 2:35; Sl 110:4; Zc 3:1–10; Zc 6:9–15; Jo 17; Hb 1:3; Hb 2:5–18; Hb 4:14–16; Hb 5:1–10; Hb 7:1–28
Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática (Cristo, Nosso Rei)
CRISTO, NOSSO REI O terceiro ofício de Cristo é também indicado no Salmo 110: “Disse o SENHOR ao meu senhor: Assenta-te à minha direita” (Sl 110.1). Isto é uma referência ao ofício de rei. Muitos têm dificuldade para conciliar o ofício de rei com o de um mediador, mas, se retornarmos às raízes do Antigo Testamento, veremos essa conciliação. O rei de Israel não era autônomo; não tinha em si mesmo autoridade absoluta. Recebia seu ofício de Deus. Seu chamado era de vice-regente, pelo que deveria manifestar a justiça e o governo de Deus mesmo. O rei era um mediador porque estava sob a lei de Deus, mas ajudava a estabelecer e manter a lei de Deus para o povo. Infelizmente, a história dos reis no Antigo Testamento está cheia de corrupção e fracasso daqueles monarcas em cumprir sua responsabilidade.Achamos o mesmo princípio no Novo Testamento com respeito aos magistrados civis. A Bíblia admite duas esferas de operação – a igreja e o estado – que têm deveres diferentes, mas nunca as Escrituras afirmam a separação entre o estado e Deus, porque todos os governantes são designados por Deus. São ordenados para estabelecer e manter a retidão e a justiça, e são responsáveis para com Deus pela maneira como exercem seu governo.
Teologicamente, a realeza de Cristo afeta muitas áreas de doutrina. De sua obediência ativa ao seu sacrifício vicário, seu ministério terreno deve ser entendido à luz de sua realeza. Da mesma forma, em sua ressurreição e ascensão, Cristo recebeu o direito de sentar-se no trono de Davi ( Sl 110:1); portanto, Deus, o Filho, agora governa sobre a criação em suas naturezas divina e humana (Mat 28:18). Além disso, como rei, Jesus agora lidera a igreja e chama seus seguidores a serem discípulos no reino de seu Pai. Por isso, mesmo ao mediar a nova aliança por meio de sua oferta sacerdotal, ele também se senta à destra de Deus, governando o povo de Deus, aguardando o dia em que todas as coisas na terra serão colocadas debaixo de seus pés (Heb 10:13-14). Deste modo, a realeza de Cristo continua a se expandir nesta era, até o dia em que o governo de Cristo será universalmente reconhecido qaundo todo joelho se dobre e toda língua confesse que Cristo é o Senhor. Até aquele dia, Jesus envia seus discípulos para proclamar o evangelho de seu reino (Atos 1:8; 8:12).
VERSÍCULOS-CHAVE Gn 49:8–11; Dt 17:15–20; 2Sm 7:9–14; Sl 2:6; Sl 45:6; Sl 110:1–2; Is 9:6–7; Is 11:1–10; Dn 2:44; Mt 1:1–17; Mt 27:28–29; Lc 1:32–33; Jo 18:36–37; Hb 1:8; Ap 19:16
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