Comunhão

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Recuperando a comunhão como sinal de vida da congregação

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Hebrews 10:24–25 VFL
24 Vamos também considerar uns aos outros, a fim de nos encorajarmos a mostrar amor e a fazer o bem. 25 Não deixemos de nos reunir, como algumas pessoas estão fazendo. Ao contrário, vamos nos reunir e fortalecer uns aos outros, ainda mais agora que vocês estão vendo que o Dia se aproxima.
Durante os dois anos de pandemia que varreram o mundo, nós tivemos que aprender coisas novas e a tocar a vida do jeito que era possível. Foram dias difíceis!
Nós nos isolamos por amor às pessoas e para o bem da coletividade. Aprendemos a fazer live e a transmitir nossos encontros pela internet, tudo para manter o mínimo de conexão entre nós.
Às vezes ficamos desconfortáveis com as câmeras e nos retraímos na participação dos cultos; por outro lado, usufruímos da comodidade de cultuar de casa, sentados no sofá sala, e de ter na palma da mão acesso aos cultos de igrejas do mundo inteiro.
Desse movimento para não perdemos completamente a ligação entre nós, surgiu um novo paradigma de comunhão, porque vimos que era possível realizar cultos, adorar, ler as Escrituras, orar pelos irmãos e até celebrar a ceia do Senhor, estando fisicamente distantes uns dos outros. Não importava se a qualidade daquela comunhão deixava a desejar, porque qualquer coisa era melhor que nada.
Isso reforço a ideia de alguns que tinham dúvidas sobre a importância da convivência olho no olho para a saúde do Corpo de Cristo, preferindo não investir nessa aproximação com os irmãos. Durante a pandemia pareceu ficar demonstrado que a igreja poderia avança à base exclusivamente de culto online, lives, podcasts, whatsapp, instagram, etc.
Não há dúvida de que esses e outros recursos tecnológicos são uma maravilha. Eles nos permitem fazer coisas antes impossíveis, como realizar cursos e treinamentos com pessoas de diferentes lugares, com custos reduzidos e a possibilidade de alcançar pessoas em lugares bem distantes de nós. Acontece que a qualidade da conexão interpessoal que eles oferecem não é suficiente.
O tipo de relacionamento virtual que é possível ter hoje pode ser legal para várias coisas, mas continua com sérias limitações para desenvolver ligações profundas, ricas e diversas, como as Escrituras nos propõem para a funcionamento do Corpo de Cristo.
No passado nós já refletimos longamente aqui na Videira sobre essas ligações de qualidade, apresentadas para nós sob a forma “UNS AOS OUTROS”. Mais de 40 mandamentos recíprocos que nos conduzem à vida do Corpo de Cristo. Eles são o norte que temos para experimentar a comunhão de que falam as Escrituras.
Acontece que viver os “UNS AOS OUTROS” não cabe na virtualidade; é preciso o presencial: olho no olho, vida na vida.
O escritor de Hebreus nos chama a tomar três decisões, e eu acredito que essas decisões, uma vez tomadas por cada um de nós, vão nos ajudar a restaurar a comunhão em toda sua riqueza e profundidade.
Considerem uns aos outros (24)
A primeira decisão que precisamos tomar para restaurar a comunhão é considerarmos uns aos outros. Mas o que isso quer dizer? Essa expressão significa “pensar cuidadosamente” ou “fixar os olhos ou a mente”. Portanto o texto diz que devemos ficar atentos aos nossos irmãos, em busca de oportunidades e de melhores maneiras para incentivá-los a mostrar amor e fazer o bem. Sem dúvida, isso exige proximidade e convivência.
Não deixem de se reunir (25)
A segunda decisão que precisamos tomar para restaurar a comunhão é nos congregarmos. O termo grego usado pelo escritor de Hebreus, e traduzido como reunir, é mais específico que isso. Ele é usado para falar sobre a reunião de adoração daqueles que confiam em Deus. Não é uma mera reunião de amigos, mas o encontro periódico para cultuar a Deus juntos. Por isso, em alguns traduções é usado o termo congregar-se.
Veja que já naquela época havia pessoas que não valorizavam a congregação reunida. Mas não há como negar que nossos encontros presenciais oferecem oportunidades para a comunhão que a virtualidade não alcança.
Fortalecer uns aos outros (25)
A terceira decisão que precisamos tomar para restaurar a comunhão é fortalecer-nos uns aos outros. Uma boa oportunidade para perceber a necessidade dos nossos irmãos é quando nos encontramos para adorar a Deus juntos. Todo mundo precisa de uma forcinha a mais para prosseguir nos momento difíceis. Não há ninguém que possa caminhar sem ajuda.
Concluo dizendo que a vida de comunhão, o congregar-se, essa consideração mútua de que fala o texto, tem pressa. O escritor de Hebreus afirma que o dia está próximo. Que dia está próximo? O dia de prestarmos contas a Deus sobre como vivemos nossas vidas.
Precisamos virar a chave em nossas mentes e deixar que o virtual se acomode ao meramente necessário. Precisamos investir tempo, energia e dinheiro para que o “congregar-se”, o “olho no olho”, se fortaleça cada dia mais e assim experimentemos a plenitude da comunhão do Corpo de Cristo, para a glória de Deus.
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