SIMÃO, O ZELOSO (PARTE 1) Mateus 10.1-4
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· 52 viewsO verdadeiro zelo na obra do Senhor está em fazer a sua missão com a autoridade que vem dEle.
Notes
Transcript
Grande ideia: O verdadeiro zelo na obra do Senhor está em fazer a missão de Deus com a autoridade que vem dEle.
Estrutura: Jesus chama os seus discípulos em uma grande convocação (v. vv. 1) e os nomeia “apóstolos”, enviados para uma grande missão (vv. 2-4).
Contexto Apesar da crescente oposição (cf. Mt 8.34; 9.3, 11, 24, 34), Jesus estava continuamente ministrando a pessoas carentes e dando provas de Sua autoridade. O sucesso de Seu ministério levou ainda mais pessoas a procurá-lO (cf. 4.24-25; 8.1, 16, 18, 34; 9.8, 26, 31). No Evangelho de Mateus, o tempo dos eventos, às vezes, é difícil de estabelecer. Mesmo assim, parece que alguns dos discípulos de Jesus estiveram com Ele apenas por pouco tempo (cf. Mt 9.9). No entanto, no próximo capítulo Ele vai enviá-los sozinhos (dois a dois) para imitar e estender Seu ministério.
Bradford, Kevin. Pregue Missões: Um manual para exposição do Novo Testamento (Portuguese Edition) (p. 23). Edição do Kindle.
"Embora Jesus tivesse um apóstolo, Simão, que pertenceu ao grupo dos zelotes (Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16), ele nunca apoiou esse movimento radical. Ao contrário, ele disse e fez coisas inaceitáveis aos zelotes, como pagar impostos e ensinar a submissão aos governantes." (from "O período interbíblico: 400 anos de silêncio profético" by Enéas Tognini)
"Josefo diz que os zelotes descendem de Judas de Gâmala, que incitou os judeus a uma revolta contra Roma, na ocasião de taxar os impostos em 6 d.C.21 Os zelotes são conhecidos também como “galileus”, porque o fundador da seita era da Galileia. O nome “zelotes” foi dado pelo seu fanatismo em observar a Lei de Moisés. Achavam que essa Lei devia ser guardada mesmo à custa de espada. Depois ganharam o nome de “sicários”, que deriva de “sica”, uma arma romana. Deram-lhes esse nome em virtude do formato da arma que usavam em defesa da Lei mosaica." (from "O período interbíblico: 400 anos de silêncio profético" by Enéas Tognini)
Simão Zelote Guilherme Kerr
Fora Roma e seu cruel domínio
Jugo amargo canga mui pesada
Minha vida em troca de real libertação
Cansa, amansa e mata a escravidão
Cristo, Mestre, estranho estar contigo
Tendo a mim zelote por amigo
Tua vida entregue traz real libertação
Toma, forja e forma a solução
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote;
John MacArthur:
Ao que parece, em algum momento Simão foi membro de um partido político de homens conhecidos como zelotes. O fato de ele receber esse título ao longo de toda a sua vida também pode sugerir que possuía um temperamento impetuoso e zeloso. No entanto, no tempo de Jesus, esse termo referia-se a uma facção política proscrita muito conhecida e temida, e, ao que parece, Simão havia sido membro desse grupo.
Uma grande convocação. (v. 1)
(a) Jesus “chamou” os doze homens para estarem perto dEle.
A. B. Bruce:
É provável que a seleção de um número restrito de companheiros constantes havia se tornada uma necessidade para Cristo, em decorrência justamente de seu sucesso em atrair discípulos. Podemos imaginar que seus seguidores haviam se transformado num grupo tão numeroso a ponto de serem um embaraço e um estorvo para seu deslocamento, especialmente nas viagens mais longas que marcam a segunda parte de seu ministério. Era impossível que todos os que criam pudessem continuar, dali em diante, a segui-lo no sentido literal, onde quer que ele fosse: a maioria dos que estavam com ele só podia ser de seguidores ocasionais. No entanto, era seu desejo que certos homens escolhidos estivessem com ele a todo o tempo e em todos os lugares- seus companheiros ao longo das viagens, testemunhando todo seu trabalho e ministrando às suas necessidades diárias. E assim, nas palavras singulares de Marcos, “chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então designou doze para estarem com ele”. (Marcos 3.14-14)
(b) Eles eram “discípulos” e “apóstolos”, termos que são usados aqui por Mateus intercambiavelmente.
John MacArthur:
Algumas vezes, nas Escrituras, os doze são chamados de “discípulos”- mathetes, no texto grego (Mateus 10.1; 11.1; 20.17; Lucas 9.1). Essa palavra significa “aprendizes”, “estudantes”.
Os doze foram chamados para um oficio específico. Nos evangelhos e em Atos dos Apóstolos, o termo apostoloi quase sempre se refere a esse ofício e aos doze homens que foram especialmente chamados e ordenados para tal.
O papel de um apóstolo (incluindo o oficio especial para o qual o apóstolo Paulo foi chamado), envolvia uma posição de liderança e autoridade exclusiva de ensino na igreja primitiva. As Escrituras do Novo Testamento foram inteiramente compiladas pelos apóstolos ou por seus cooperadores próximos. Além disso, antes de o Novo Testamento ser escrito, os ensinamentos dos apóstolos serviram de regra para a igreja primitiva. Começando com os primeiros convertidos em Pentecostes, todos os crentes sinceros aceitaram a liderança dos apóstolos (Atos 2.37). À medida que a igreja foi crescendo, sua observância rigorosa da verdade foi descrita nos seguintes termos: “e perseveravam na doutrina dos apóstolos” (Atos 2.42).
Os apóstolos receberam poderes sobrenaturais para realizar maravilhas e sinais (Mateus 10.1; Marcos 6.7,13; Lucas 9.1-2; Atos 2.3-4; 5.12). Esses sinais deram testemunho da verdade do evangelho, o qual os apóstolos haviam recebido de Cristo e que apresentaram ao mundo em nome do Senhor (2 Coríntios 12.12; Hebreus 2.3-4).
(c) Foi lhes dada autoridade sobre “espíritos imundos” para curar “todo tipo de doenças e enfermidades”.
"Jesus delega seu poder aos apóstolos para mostrar claramente que ele e seu reino eram soberanos sobre os reinos físicos e espirituais, os efeitos do pecado e os esforços de Satanás. Essa exibição de poder nunca antes fora vista em toda a história redentora. Seu propósito era anunciar a chegada do Messias e validá-lo com a adição dos apóstolos, que pregavam o evangelho dele." (from "Comentário bíblico MacArthur: Gênesis a Apocalipse" by John MacArthur)
2. Uma grande nomeação. (vv. 2-4)
(a) Muitas vezes nos perguntamos, por que esses homens? Por que Simão, o zelote?
John MacArthur:
Nossa tendência é olhar para esse grupo com todas as suas fraquezas e perguntar por que Jesus não escolheu outro conjunto de homens. Por que separar homens sem entendimento, sem humildade, sem fé, sem comprometimento e sem poder? Simplesmente por isso: seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12.9). Vemos mais uma vez o motivo de eele esclher as coisas fracas deste mundo para confundir as poderosas. Ninguém jamais poderia analisar esse grupo de homens e concluir que alcançaram todas as suas realizações em função de suas próprias aptidões inatas. Não há nenhuma explicação humana para a influência dos apóstolos. A glória pertence somente a Deus.
(b) Quem eram os zelotes?
ZELOTE(ζηλωτής, zēlōtēs). Uma pessoa caracterizada pela devoção estrita e / ou exclusiva a Deus ou outro assunto sagrado. No Novo Testamento, um dos discípulos é chamado de “Simão, o Zelote” (Lc 6:15; At 1:13). Nos anos anteriores à primeira Guerra Judaica, este termo pode se referir aos membros de um grupo organizado de revolucionários que se opõem ao domínio romano, embora haja um debate sobre exatamente quando esse grupo surgiu e se Simão poderia ser considerado com precisão como tendo pertencido a ela.
Johnson, Bradley T., e Jonathon Lookadoo, “Zealot”, org. John D. Barry, Dicionário Bíblico Lexham (Bellingham, WA: Lexham Press, 2020)
O nome de Simão, o Zelote, sugere que a palavra pode ter sido um título durante o tempo em que Lucas-Atos foi escrito, já que Lucas o distingue de Simão Pedro (Lc 6:15). Essa forma de identificá-lo também ocorre em Atos 1:13. Ele é descrito usando uma palavra diferente, “Cananeu” (Καναναιος, Kananaios), em Mateus 10:4 e Marcos 3:18. Se alguém tomar o nome “Simão, o Zelote” como uma referência ao mesmo grupo que Josefo menciona, os zelotes devem ter sido um grupo político reconhecível muito antes do que Josefo permite. No entanto, três pessoas aparecem na história da crucificação que parecem mais propensas a ter se envolvido em atividades semelhantes ao zelote; o primeiro deles, Barrabás, “cometeu assassinato na insurreição” (Mc 15:7). Embora seja difícil saber exatamente o que foi essa insurreição, não é irracional pensar que pode ter sido relacionada a um movimento de liberdade dos primeiros judeus. As duas pessoas entre as quais Jesus é crucificado também são descritas como "bandidos", um termo que Josefo usa para descrever elementos do movimento de resistência que podem não ter sido diretamente relacionados aos zelotes, mas mesmo assim estavam envolvidos no luta judaica pela liberdade (Mc 15:27).
Johnson, Bradley T., e Jonathon Lookadoo, “Zealot”, org. John D. Barry, Dicionário Bíblico Lexham (Bellingham, WA: Lexham Press, 2020)
(c) Incrível Jesus ter chamado alguém tão radical quanto este zelote. Já pensou a convivência dele com Mateus, o publicano?
John MacArthur:
É impressionante que Jesus tivesse escolhido um homem como Simão para ser apóstolo. No entanto, ele era um homem de intensa lealdade, paixão, coragem e zelo admiráveis. Simão havia crido na verdade e aceitado a Cristo como seu Senhor. O entusiasmo ardoroso, que antes havia dedicado a Israel, passou a expressar-se em sua devoção a Cristo.
3. Outras aplicações:
(a) Jesus tem chamado para junto de si homens e mulheres que o sirvam a consciência de que são humanos.
Assim, pois, importa que todos nos considerem como ministros de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer destes encarregados é que cada um deles seja encontrado fiel. Mas a mim pouco importa ser julgado por vocês ou por um tribunal humano; nem eu julgo a mim mesmo. Porque a consciência não me acusa de nada. Mas nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor. Portanto, não julguem nada antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações. E então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.
(b) A obra é excelente, o obreiro não é. Somos como mendigos que dizem para outros mendigos onde eles devem encontrar pão.
Não peça para ver Deus no fogo da sarça ardente, nem no relâmpago no Monte Sinai; fique satisfeito em vê-Lo no homem Cristo Jesus, pois ali Deus é manifestado. Nem toda a glória do céu e do mar, nem todas as maravilhas da criação e da providência, podem apresentar a divindade como o faz o Filho de Maria, que da manjedoura foi à cruz, e da cruz à tumba, e da tumba ao Seu trono eterno à direita de Seu Pai na glória.
Charles Spurgeon
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo:
— Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.
O que realça a grandeza de Jesus é que ele tomou a homens como esses, e os uniu numa comunidade extraordinariamente influente que revelaria ser, não só um vínculo digno com o Israel antigo, mas também um sólido fundamento para o futuro da igreja. (…) Mesmo quando deixamos de lado Judas Iscariotes e nos concentramos somente nos outros, não podemos deixar de nos impressionar com a majestade do Salvador cujo poder de atração, incomparável sabedoria e inigualável amor eram tão espantosos, que ele foi capaz de reunir em torno de si e unir numa só família homens inteiramente diferentes, às vezes até mesmo em antecedentes e temperamentos.
Antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico, para que eles também sejam santificados na verdade.
Ilustr.:
"Siga o exemplo dos mineiros chilenos. Presos debaixo de seiscentos metros de rocha sólida, os 33 homens estavam desesperados. O colapso de um túnel principal selara a saída e os empurrara para o modo de sobrevivência. Comiam duas colheres de atum, uma porção de pêssegos e tomavam um gole de leite — a cada dois dias. Por dois meses, oraram para que alguém os salvasse. Na superfície, acima deles, a equipe de resgate chilena trabalhava sem parar, consultando a NASA, encontrando-se com especialistas. Eles criaram uma cápsula de quatro metros de altura e perfuraram, primeiro, um buraco de comunicação; depois, um túnel de escavação. Não havia garantia de sucesso. Ninguém jamais ficara preso debaixo da terra todo esse tempo e vivera para contar a história. Dessa vez, alguém sobreviveu. Em 13 de outubro de 2010, os homens começaram a subir, cumprimentando-se e entoando cantos de vitória. Um que era bisavô. Um de 44 anos que estava planejando um casamento. Depois, um de dezenove anos. Todos tinham histórias diferentes, mas todos tomaram a mesma decisão. Acreditaram que alguém os salvaria. Nenhum deles respondeu à oferta de resgate com uma declaração de independência: “Eu consigo sair daqui sozinho. Apenas dê-me uma nova broca.” Eles olharam para a sepultura de pedra tempo suficiente para chegar a uma opinião unânime: “Precisamos de ajuda. Precisamos de alguém que penetre neste mundo e nos tire daqui.” E quando a cápsula de resgate chegou eles subiram." (from "Graça" by Max Lucado, Leila Kormes)