Posso conhecer a vontade de Deus?
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· 5 viewsTemer a Deus e confiar nos Seus caminhos.
Notes
Transcript
Pude ter várias experiências durante estas férias de Outono. Não só eu, mas também a minha esposa Marília.
Vou começar por mim: estive em Dénia com um grupo de jovens que, devido às suas características especiais, se sentem regularmente deslocadas de seus grupos. Um deles, uma jovem moça, caminhava descalça o tempo todo. Eu senti-me envergonhado por perguntar porquê, mas em uma de nossas caminhadas diárias, a jovem contou que sofria de uma doença psicológica e, por essa razão, caminhava sem sapatos. Segundo a jovem, caminhar de pés descalços a ajudava a «sentir-se». Quando não o fazia, ela se sentia desconectada e escutava vozes, ou impulsos, que lhe «diziam» que ela se deveria cortar. Foi aí que percebi as cicatrizes que a jovem tinha nos seus braços e pernas, marcas de uma tremenda guerra.
In diesen Herbstferien konnte ich einige Erfahrungen sammeln. Nicht nur ich, sondern auch meine Frau Marilia.
Lassen Sie mich mit mir selbst beginnen: Ich war in Dénia mit einer Gruppe junger Menschen, die sich aufgrund ihrer besonderen Merkmale regelmäßig aus ihrer Gruppe vertrieben fühlen. Eines von ihnen, ein junges Mädchen, ging die ganze Zeit barfuß. Es war mir peinlich zu fragen, warum, aber auf einem unserer täglichen Spaziergänge sagte die junge Frau, sie leide an einer psychischen Krankheit und laufe daher ohne Schuhe. Laut der jungen Frau half ihr barfuß zu gehen, sich "zu fühlen". Wenn sie es nicht tat, fühlte sie sich getrennt und hörte Stimmen oder Impulse, die ihr sagten, sie solle sich schneiden. Da bemerkte ich die Narben, die das Mädchen an Armen und Beinen hatte, Zeichen eines gewaltigen Krieges.
O que me surpreendeu foi a forma aberta como esta jovem falava sobre o seu problema, lutando para manter os sintomas debaixo de controle. Ela explicou também que sentia necessidade de se cortar depois que discutisse com alguêm, pois se sentia culpada ou rejeitada. Uma história que não é única, mas que me tocou bastante. A jovem não poderia imaginar que o testemunho da sua debilidade teria um impacto em mim, que eu me sentiria impactado pela misericórdia de Deus na vida da moça e da sua familia.
Mais tarde, refletindo sobre o testemunho da jovem, pude perceber que estes sintomas se podem encontrar, quem sabe, em todos nós. Apenas as ações que tomamos são diferentes. Senão vejamos: o «sentir-se» é a identificação pessoal de cada um; eu sei quem sou porque me «sinto», "sinto-me” cristão, pai, esposo, soldado do Exército de Salvação, etc…! Mas de vez em quando, seja porque estou triste, desiludido, ou porque razão for, eu «esqueço» ou ponho tudo isso em questão. A minha “sabedoria”, o meu conhecimento pessoal são limitados. As circunstâncias me influenciam.
Alguns dias depois, numa praia maravilhosa, sofri um incidente e quase morri afogado. Vou dizer-vos que estava tentando alcançar duas senhoras que se afogavam, e assim a minha história parece mais heróica, mas não as pude alcançar, porque quando estava chegando perto, uma onda violenta me levou e fui arrastado para o fundo. Um surfista salvou as senhoras, eu engoli àgua e perdi as forças. Gritei por ajuda mas ninguém se aproximava, provavelmente por receio de serem igualmente arrastados. Quando achei que estava perdido, um homem gigantesco me puxou pelo braço e me acompanhou para a areia. Sentia-me envergonhado, chateado, com medo. Quando saí da àgua, baixei a cabeça e fui para o nosso posto. Ninguém do nosso havia percebido o que me tinha acontecido, e senti-me abalado. Estava convencido que os meus conhecimentos de natação eram suficientes; vejo agora que devia ter considerado vários fatores, mas não o fiz.
Durante o tempo que estive em Dénia, a Marília esteve em Lisboa. Ela regressaria um dia depois de mim, o que nos permitiria ainda gozar uma semana de férias juntos. Mas quando ela deveria embarcar no vôo de regresso a Basel, o acesso foi barrado. O seu passaporte estava vencido e a transportadora aérea não permitiu o embarque. Dizer que foi um acidente seria falhar com a verdade. A Marília soube que o passaporte estava inválido no dia que embarcou para Lisboa. Nós estávamos convencidos que o passaporte tinha sido renovado à pouco tempo, mas tinha feito cinco anos em Julho. Mas a Marília achou que o controle também faria vista-grossa no regresso e não haveria problema. Mas houve. Não pôde embarcar, desesperou, buscou auxilio no consulado brasileiro mas não o encontrou. Segundo o consulado, não era um assunto urgente e disponibilizariam uma consulta no dia 30 de Outubro, para que pudesse renovar o seu passaporte. Inconsolável, desesperou ainda mais. Numa incrível reviravolta, a minha mãe foi ao seu encontro no aeroporto. O nosso relacionamento não era o melhor, mas essa dificuldade permitiu um reencontro. Quando falámos por telefone, a Marília me contou que pôde sentir a dor e o desamparo da minha mãe, que vive sozinha em Lisboa. A Marília ficou até quinta-feira com minha mãe e toda a familia pôde se reconciliar. No momento de desespero da minha esposa no aeroporto, ela nunca poderia imaginar que o resultado seria esse.
Discernimento cristão é um grande desafio para cada um de nós. Saber que Deus pode intervir em qualquer cirscustância e mudar histórias, destinos, é um grande privilégio que temos, ainda que o esqueçamos quando confrontados com dificuldades.
Três experiências distintas mas que têm o mesmo denominador-comum: a sabedoria de Deus é superior ao do Homem. E o temor do Senhor é o princípio da sabedoria e o conhecimento do Santo é prudência.