Mansidão e Domínio Próprio
O sabor da vida • Sermon • Submitted
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Social
É verdade que em botânica a palavra fruto é usada para vegetais que às vezes nem são comestíveis. Mas considerando que alguns frutos são também frutas, imagine uma fruta com um sabor diferente a cada mordida. Imagine uma sensação diferente a cada pedaço dela.
Creio que associar o “fruto do Espírito” a uma saborosa fruta que traz benefício para a vida é uma ótima ilustração de Sua ação em nós.
Recapitulando dois pontos importantes, considere que o fruto do Espírito precisa ser compreendido à luz de um conflito que está em andamento, conf. Gl 5:16-17. outro ponto é que O fruto do Espírito não é um traço de personalidade ou qualidade; é Deus agindo em você!
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
Hoje quero falar sobre a mansidão e domínio próprio.
Mansidão
Mansidão
A raiz da palavra “manso” em o Novo Testamento dá origem às palavras “gentil”, “humilde”, “atencioso”, “meigo”, “manso” em português.
Deus tem uma promessa para os mansos no Sl 37:11.
Mas os mansos herdarão a terra
e se deleitarão na abundância de paz.
Deus fez a promessa de dar a terra aos hebreus, mas se fizermos um exercício e memória vamos lembrar onde essa promessa parece de novo.
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
Ser manso, humilde, não só traz um clima de paz, mas também uma promessa fantástica e eu não posso perder o que me traz de bom no presente e no futuro... O que preciso fazer para ser manso? “Não é um aspecto do temperamento humano.” (BROWN, 2000, pág. 977).
Se não tem padrão humano para a mansidão de Gl 5, como desenvolver isso? É um fruto do Espírito; uma ação de Deus em nós.
A Bíblia apresenta um padrão a ser seguido em Mt 21:4-5 (Zc 9:9).
Ora, isto aconteceu para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta:
Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.
Em Mt 11:29-30 (NVI) Jesus nos faz um convite irrecusável, que é a maneira de ter a mansidão. “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
Em um dos capítulos desta série vimos que ser bom é uma ação de Deus em nós, pois só Ele é bom; hoje vimos que a mansidão nós aprendemos de Cristo. Por isso o Brown conclui o artigo sobre essa palavra grega afirmando que “Vem a ser uma realidade quando os homens se vinculam a Cristo e se conformam à sua imagem” (Idem).
Só o Ajudador pode me conduzir a experiência de ser manso como Jesus!
Só o Ajudador pode me conduzir a experiência de ser manso como Jesus!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda cinco porções diárias, pelo menos cinco dias da semana, de frutas, verduras e hortaliças. Em 2019, 23% da população brasileira fazia o consumo recomendado.[1] Isto me faz pensar em uma estatística impossível de saber o resultado, mas curiosa: quantas pessoas hoje mantêm uma vida frutífera espiritualmente? Será que as pessoas percebem em mim um reflexo de Cristo, sendo “gentil”, “humilde”, “atencioso”, “meigo”, “manso”. Elas percebem isso em você?
Autodomínio
Autodomínio
O domínio próprio é uma palavra que tem como raiz a palavra κράτος – domínio, força, poder – que faz parte da palavra “democracia”, em português.
Parece que quando pensamos nesse fruto, vem à mente uma capacidade de manter o sentimento de raiva ou ira sob controle, mas é mais do que isso!
Domínio próprio, como está escrito em Gl, aparece mais 2 vezes em o Novo Testamento. uma delas em At 24:25 e outra em 2Pe 1:6
Atos dos Apóstolos 24.25 (RA)
Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro, ficou Félix amedrontado e disse: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vaga, chamar-te-ei;
Que impressão foi essa que fez com que Félix sentisse medo? Penso que existe uma relação muito próxima entre o discurso de Paulo e a divindade. Justiça me faz pensar naquilo que consigo em Cristo pela fé. Autodomínio, conforme estamos estudando, é uma característica resultante da ação do Espírito em mim. O juízo é uma iniciativa de Deus, claro que com a particiapação ativa do Filho e do Espírito, como os outros temas do discurso.
Veja como essa atitude é antiga: quando somos confrontados com a proposta divina para nossa condição, alguns encerram o assunto porque não conseguem pensar que aceitar a proposta divina implica em seguir o lado de Deus nesse conflito entre obras da carne e ruto do Espírito.
O segundo texto é 2Pe 1:5-8.
por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
Parece que é empenho meramente humano, mas creio que podemos tirar uma lição disso, pelo que já estudamos:
A melhor ajuda que dou a Deus é permitir que o Ajudador frutifique minha vida!
A melhor ajuda que dou a Deus é permitir que o Ajudador frutifique minha vida!
Aí está meu empenho!
Conhecimento pela perspectiva hebraica, é relacionamento com o objeto a ser conhecido. Você conhece o que experimenta e se relaciona. A versão Almeida Revista e Corrigida de 1914 em Gênesis 4:1 traz o seguinte: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ella concebeu...”
Quando Pedro diz “estiverem crescendo” me faz pensar que a vida com Deus é dinâmica, não estática. Se eu não crescer serei inoperante e infrutífero (ARA = infrutuosos).
Tem uma triste história no AT, envolve o rei Davi, seu filho Absalão e dois conselheiros, Aitofel e Usai.
Antes de contar essa história bíblica, quero falar que acredito que a ciência contribui muito para o bem-estar, prevenção e cura dos dilemas humanos, sejam eles físicos, mentais ou emocionais. Se alguém tem uma doença, precisa orar e procurar um médico. Digo isso porque já ouvi muitas pessoas associarem a depressão a falta de Deus, por exemplo. Às vezes enfatizamos algum aspecto e o todo é tomado pela parte. Não gostaria que fosse o caso com a história que vou contar.
Absalão deu um golpe de estado e seu pai Davi, não querendo confrontar o filho, fugiu. O rei tinha um conselheiro chamado Aitofel. Está escrito que seus conselhos eram proverbiais (2Sm 16:23) e quando Davi fugiu, ele ficou aconselhando Absalão. Como estratégia de Davi, deixou Husai, um conselheiro para minar a influência de Aitofel. Em uma situação está escrito que Absalão pediu um conselho e decidiu ouvir Husai e não o prestigiado Aitofel. Como resultado, “quando Aitofel viu que Absalão não havia seguido seu conselho, selou seu jumento, foi para sua cidade natal, pôs seus negócios em ordem e se enforcou...” 2Sm 17:23 (NVI).
Acho uma boa descrição dos resultados da falta de domínio próprio. Repito: de maneira nenhuma estou desconsiderando o impacto das questões emocionais nem cogitando que isso é falta de Deus. Minha esposa está fazendo psicologia, eu faço terapia e reconheço o benefício dos medicamento. Mas algumas coisas, só o Espírito Santo pode resolver em nós.
Chega um ponto na vida, que só o fruto do Espírito pode dar algum sabor.
Chega um ponto na vida, que só o fruto do Espírito pode dar algum sabor.
Oro agora para que tenhamos a alegria de ver os resultados da mansidão e do domínio próprio na vida, como resultado da ação divina. Lembre-se, o fruto do Espírito não é algo contemplativo, mas uma experiência produzida pelo Ajudador em nós (BARRY, 2012).
[1] OMS recomenda cinco porções diárias de frutas, verduras e hortaliças. 2/08/2019. Disponível em: <https://actbr.org.br/post/oms-recomenda-cinco-porcoes-diarias-de-frutas-verduras-e-hortalicas/18065/>. Acesso em 23/03/22.
Referências: John D. BARRY, et al. Faithlife Study Bible. Bellingham, WA: Lexham Press, 2012; Colin BROWN e Lothar COENEN (org.). Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2000.